O Itaú anunciou que a taxa para pessoa física o
crediário automático cai de 7,09% ao mês para 7,01% ao mês. Os juros do cheque
especial caem de 8,95% ao mês para 8,87% ao mês.
No Unibanco, a partir de hoje, dia 26 (segunda-feira),
a queda da Selic vai atingir a taxa máxima cobrada no Crédito Pessoal Parcelado
(CPP), no cheque especial para pessoa física, no cheque especial de empresas e
na linha de financiamento de Capital de Giro (Unigiro). A queda será de 0,08
ponto percentual sobre as taxas mensais praticadas hoje, espertamente não
publicadas.
A taxa de juros mínima do Bradesco no cheque especial
vai recuar de 4,83% ao mês para 4,78% ao mês e a máxima, de 8,64% ao mês para
8,56% ao mês.
Notem que todas estas taxas referem-se a um único mês o
que anualizadas continuam variando entre 50 e 150% ao ano, mantendo o Brasil no
primeiro lugar do ranking mundial.
O fato concreto é que os banqueiros, ainda que
timidamente, estão tentando pongar no
sucesso de um movimento popular que apenas começou. Digo começou porque quando
os balanços dos Bancos forem publicados – por que estão demorando tanto? -
talvez tenhamos a maior onda de protestos já vista neste País.
A oportunidade é única e se o povo não se manifestar é
porque realmente temos os banqueiros mais competentes, os consumidores mais
idiotas e o governo (aqui incluído o Poder Legislativo) mais comprometido do
mundo.
Notaram que até agora nenhuma voz se levantou na Câmara
e no Senado em defesa dos cidadãos que os elegeram, espoliados por taxas de até
500% ao ano, quando o resto do mundo está trabalhando com taxas próximas a
zero? Será que os banqueiros financiaram as campanhas de todos eles? Viram como
o Presidente Lula está preocupado tentando correr na frente temendo
desdobramentos inclusive a nível internacional? Porque ele não edita uma Medida
Provisória limitando os juros em 12% ao ano conforme previsto no Artigo 192,
parágrafo 3º, da Constituição da República Federativa do Brasil. Boa
oportunidade para resgatar o passado, atingir 99,9% de popularidade (só os
banqueiros ficariam de fora na avaliação) e ainda eleger a Dilma. Depois da
repercussão e popularização do assunto, o que está entrando na cabeça do povo é
que o Governo fixa uma taxa de juros anual para os brasileiros (agora 12,75%) e
os banqueiros numa afronta e desrespeito, continuam espoliando a classe
trabalhadora, com taxas de até 500% ao ano, taxas essas, fictícias, irreais e
alavancadas através de cálculos e projeções mirabolantes, totalmente infundados
e sem sustentação lógica explicadas através do lero-lero que poucos entendem
com jogo de palavras tais como SELIC, spread bancário, dívida interna,
inadimplência, custos sazonais, taxas de juntas homocinéticas, impostos de
injeção eletrônica, direção hidráulica governamental etc., etc., etc. numa
enganação sem fim. Não fosse assim, os Bancos Brasileiros teriam dado prejuízo
como no resto do mundo. Repito, cadê os balanços? Voltaram a ser feitos
manualmente? Ou será que os banqueiros estão realmente temendo de um levante
popular com a suspensão dos pagamentos dos empréstimos e financiamentos até que
os contratos sejam renegociados obedecendo esta tal de taxa SELIC, fixada pelo
Banco Central através deste tal de COPOM? Se isto realmente acontecer com
certeza muitos políticos vão botar a cabeça de fora em defesa deste povo
altaneiro, corajoso e sofredor. Para eles dou de graça algumas frases já
desgastadas pelo tempo, mas que repetidas com ênfase e indignação quando o
assunto tem repercussão nacional, causam um efeito muito positivo na captação de
votos:
“Não podemos simplesmente ficar assistindo o Banco
Central tomar decisões que travam o crescimento do país. Por isso, estamos
engajados nesta luta pela queda dos juros e por mais desenvolvimento, que passa
também pela implementação de reformas democráticas, como a Tributária, que deve
servir para distribuir renda". "A taxa de juros é um crime contra o
desenvolvimento, a geração e a manutenção de empregos no país”. “É uma
insanidade e um ataque vil aos esforços por desenvolvimento sustentável com distribuição
de renda e valorização dos trabalhadores". "Os banqueiros estão
faturando altas somas às custas do sacrifício do povo, que não pode se calar
diante desta verdadeira ameaça ao desenvolvimento nacional”. “Temos a grande
responsabilidade de mobilizar os trabalhadores para a defesa do Brasil com
desenvolvimento e valorização do trabalho”. “Vamos manifestar nas ruas nossa
indignação contra esse entulho mantido pelo Copom, que tanto agrada aos
especuladores e que tanto prejudica o setor produtivo do Brasil”. "Os
trabalhadores condenam enfaticamente esta política do Banco Central que coloca
uma trava no desenvolvimento, freia o consumo, a produção e a geração de novos
postos de trabalho". “Os movimentos sociais precisam jogar pesado para que
no o BC sinta o clamor popular”. "Enquanto outros setores do governo puxam
o país para o desenvolvimento, a política monetária do BC põe travas e segura o
crescimento da economia". “O povo precisa ser mobilizado para reverter
essa situação”. “É uma insanidade dos tecnocratas do Banco Central que precisam
entender que os juros estão em patamares proibitivos asfixiando de forma
traumática a economia”. “Estamos cansados desta disposição do Copom de punir
freneticamente o setor produtivo e abençoar o especulativo. Queremos menos
juros, mais empregos e mais desenvolvimento”.
“Por
que no Brasil, só no Brasil, o spread bancário é tão alto e por que a Selic, descontada a inflação, ainda passa dos 7%? Isso é uma fortuna de renda quando
hoje, no mundo, os juros em média estão negativos em praticamente todos os
países desenvolvidos. Não é a dívida interna que causa isso. Não é porque ela
vem caindo na relação com o PIB, e o superávit que fazemos é maior do que o
necessário para manter a dívida estável na relação com o PIB. Aliás, podemos
diminuir o superávit e investir mais. O problema é a burocracia e a ineficiência
da gestão governamental, além dos problemas ambientais, legais e
administrativos - leia-se IBAMA, Ministério Público (MP) e Tribunal de Contas
(TCU), que muitas vezes atuam como oposição. Podemos e devemos reduzir a Selic
para 9%. É preciso que o presidente do BC venha a público dizer como a
instituição e o governo reduzirão o spread, começando pelos bancos públicos.
Será que os bancos privados tem razão? Eles alegam que o spread é alto pela
inadimplência e pelos impostos. E, realmente, não pode ser pelos custos, já que
as taxas de serviços que eles cobram são extorsivas, para dizer o mínimo. A
inadimplência não é alta e não está acima da média mundial. Os lucros dos
bancos é que estão. Então, não dá para entender... Ou será que tudo se resume,
tanto a alta taxa Selic como esse spread escandaloso do Brasil, a manter alta
as rendas daqueles que detém a poupança nacional, compram títulos públicos e
depositam a prazo suas riquezas entesouradas? Colocar nos impostos a culpa pelo
altos spreads é uma ofensa a inteligência do país, já que nem os lucros mais
que extraordinários e nem as grandes fortunas, ou as heranças e doações, são
taxadas no Brasil na média mundial. Assim, por favor, alguém explique à nação:
por que são tão altos os spreads bancários?”