A vida em 21 capitais

terça-feira, 31 de julho de 2012

Nossa pesquisa foi feita em conjunto com outros quatro países – Portugal, Espanha, Bélgica e Itália. O objetivo foi comparar a qualidade de vida em diferentes capitais, da forma como o assunto é percebido por seus habitantes. Enviamos por e-mail um questionário para brasileiros de ambos os sexos, com idades entre 18 e 74 anos. Obtivemos, ao todo, 2.202 respostas. A maior parcela dos participantes é composta por homens, com idades entre 35 e 54 anos, casados, com alto índice de escolaridade.

A vida em 21 capitais



As entrevistas para a pesquisa foram realizadas entre setembro e novembro de 2011, com pessoas de classe média. Salvador,( foto de abertura) uma das mais belas cidades ficou entre as com pior qualidade de vida. Curitiba e Vitória( foto) são as melhores!
      


  (Curitiba na foto à esquerda, está entre as melhores capitais para se viver)             
A forma como uma pessoa percebe a cidade onde habita é fundamental para determinar se o local oferece – ou não – qualidade de vida. Essa é a conclusão do nosso estudo mais recente sobre o assunto, realizado entre brasileiros de ambos os sexos, residentes em 21 capitais.

Os resultados da pesquisa mostram que emprego, segurança, habitação, educação, saúde e mobilidade estão entre os aspectos que mais influenciam a qualidade de vida em uma cidade, de acordo com os participantes. 

Vida no campo possibilitaria mente sã

                                                                   SAÚDE

Com exceção de Natal, grande parte dos moradores das outras 20 capitais brasileiras demonstrou vontade de viver em uma cidade menor ou, até mesmo, em uma região rural. Isso demonstra que, para muita gente, a vida no campo pode significar uma possibilidade de fuga do estresse – e, consequentemente, de aumento da qualidade de vida, já que em uma cidade menor, em tese, há mais facilidade nos deslocamentos e menos violência, por exemplo.



              EDUCAÇÃO

Somente em duas capitais do nosso estudo, a maioria dos entrevistados relatou não possuir casa própria. Entretanto, para os moradores de apenas sete capitais (sendo quatro da região Nordeste), a habitação representa o aspecto que mais influencia positivamente na qualidade de vida. Ainda em relação à habitação, os participantes da pesquisa avaliaram oito características. Entre elas, o número de quartos e a temperatura no verão são as que menos agradam. Por outro lado, os fatores que mais satisfazem os entrevistados são tamanho da residência e iluminação natural.

“Eles também se queixaram da dificuldade de circular com seus veículos e, ainda, de encontrar uma vaga de estacionamento – até nos fins de semana a tarefa é difícil em Brasília, Salvador e São Luís.”

Quanto aos problemas que os entrevistados percebem em sua vizinhança, os quesitos barulho, segurança nas ruas e vandalismo obtiveram as menores médias e chamaram a atenção dos entrevistados. Para os participantes da pesquisa, as melhores capitais no quesito habitação são Vitória, Aracaju, Goiânia, Florianópolis, Natal e Campo Grande.

Insatisfação com a saúde

              SEGURANÇA

Os aspectos relacionados à saúde, na opinião dos entrevistados, são os que mais influenciam -negativamente – a qualidade de vida em nove capitais. Em 11 capitais, mais da metade dos entrevistados afirmou que, apesar de ter necessidade de ir a um médico, não vai. E o principal motivo é a demora no atendimento, sobretudo para 83% dos entrevistados de Aracaju. Para os moradores de Brasília, a dificuldade de transporte até os locais de atendimento também é um fator agravante.



                                                                     HABITAÇÃO 

Embora os entrevistados tenham facilidade para encontrar um clínico geral e fazer os exames, a qualidade dos hospitais públicos deixa a desejar. De modo geral, a satisfação dos entrevistados com a qualidade dos serviços de saúde em suas cidades é baixa. As três capitais com melhor pontuação – Vitória (66), Curitiba (60) e Recife (59) – alcançaram notas consideradas baixas.

Os aspectos relacionados à educação são mais animadores. Todos os entrevistados de  Goiânia e Campo Grande afirmaram que os filhos tiveram a oportunidade de estudar o que desejavam em sua própria cidade. E as outras cidades, exceto Vitória, conseguiram índices acima de 70%, com destaque para Cuiabá (95%), João Pessoa (97%) e Fortaleza (99%). Na avaliação geral, São Luís (com nota 45) e Maceió (com nota 39) obtiveram as piores avaliações.

Transporte caro e desconfortável

              MOBILIDADE       

A mobilidade foi um dos aspectos mais criticados pelos participantes do nosso estudo, e apenas Curitiba, Vitória e Campo Grande obtiveram notas aceitáveis – embora baixas. Quando os entrevistados foram questionados sobre a satisfação quanto aos horários, apenas sete capitais (um terço das cidades analisadas) conseguiram média acima de 5 nesse quesito. Esse número cai para cinco capitais quando o assunto é a frequência. Em relação à segurança dos transportes, apenas Florianópolis conseguiu alcançar  média 5. Quanto ao preço, Fortaleza e Vitória são as cidades que apresentam as tarifas mais baixas. E quando o assunto foi conforto, todas elas foram criticadas por seus habitantes. A dificuldade de circulação foi muito criticada, já que os entrevistados reclamaram da falta de calçadas. Eles também se queixaram da dificuldade de circular com seus veículos e, ainda, de encontrar uma vaga de estacionamento – até nos fins de semana a tarefa é difícil em Brasília, Salvador e São Luís.

Dificuldade para achar um emprego

                                                                   EMPREGO

Os entrevistados de Belém, Belo Horizonte, João Pessoa, Manaus e Porto Alegre fizeram com que essas cidades apresentassem um percentual maior de pessoas que se consideram desempregadas (sem emprego fixo). Natal e Aracaju são as cidades que concentram o maior número de pessoas profissionalmente ativas. E Maceió e Florianópolis, o maior número de aposentados. De modo geral, os participantes das 21 capitais relataram gastar muito tempo no deslocamento de suas casas para os locais de trabalho e, também, grande dificuldade para encontrar um emprego. Em cinco capitais (Cuiabá, Recife, Belém, Salvador e Maceió), a segurança é motivo de preocupação. Para esses entrevistados, a violência se faz cada vez mais presente, principalmente na forma de assaltos, homicídios, tráfico e uso de drogas, interferindo de forma negativa na qualidade de vida.


Maceió na foto à direita, está entre as mais belas e piores capitais para se viver 





A EVOLUÇÃO DE SEIS CAPITAIS

Veja no mapa a evolução da qualidade de vida de seis capitais nos últimos cinco anos, de acordo com a avaliação de seus habitantes:

MANAUS, CAMPO GRANDE, SALVADOR, RIO DE JANEIRO, SÃO PAULO E CURITIBA.      
                                                     
Piorou muito
                                                     Permaneceu a mesma
                                                     Melhorou muito

            



Autor: Proteste/Pesquisa
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Existe 1 comentário para esta publicação
segunda-feira, 30/7/2012 por Aparecida Mendes
A Vida em 21 Capitais...
Importante esta pesquisa. Quem mora em Salvador como eu, sabe mesmo desta realidade cruel. A nossa Salvador está abandonada, tenho saudades de ACM...


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