Temos também o carvalho
americano que, apesar de ser muito utilizado, não é considerado tão
"fino" quanto o europeu. O ideal para a fabricação é que o carvalho,
serrado em tábuas, seque naturalmente de 18 a 24 meses ao ar livre.
Depois de montada a barrica, ela recebe uma queima
interna que agrega características particulares. O grau de torrefação é
definido pelo enólogo no momento que ele encomenda a barrica ao fabricante. Uma
barrica mais torrada confere um toque defumado mais notável ao vinho.
Além do toque da madeira, meio doce e com baunilha, ela
também acelera o envelhecimento. Isso ocorre devido à porosidade da madeira,
que deixa passar um pouco de oxigênio.
A clarificação e estabilização são mais lentas e
naturais, resultando-se mais eficientes. Como o custo de uma barrica nova é
muito alto (cerca de 700 euros), algumas vinícolas utilizam truques para tentar
absorver as qualidades do carvalho: alguns utilizam tábuas de carvalho dentro
das cubas com o vinho; outras colocam cavacos da madeira para tentar transmitir
o gosto ao vinho.
Na Europa esses recursos são proibidos, mas são muito
utilizados em outros países em todo o mundo. Entre os vinhos brancos a uva chardonnay é a que possui mais
afinidade com o carvalho, resultando em grandes vinhos. Seus aromas não são
muito intensos e melhoram muito com esse contato.
Geralmente os vinhos tintos e brancos são vinificados
em grandes tanques e depois são colocados nas barricas. Os tintos e alguns
brancos passam por duas fermentações. Na primeira, o açúcar do mosto é
transformada em álcool pela ação dos fermentos. Na segunda, chamada de maloláctica,
o ácido málico é transformado em láctico.
Com o objetivo de obter vinhos mais macios e
concentrados, já existem vinícolas realizando a fermentação maloláctica em
barricas de carvalho novas. Resultam nos chamados "vinhos de
boutique".
A maioria das vinícolas chilenas utiliza barricas 100%
novas ou de primeiro uso, como costumam ser chamadas, para envelhecimento de
seu vinho premium. Após esse uso são reaproveitadas para seu segundo vinho ou
para os vinhos chamados Gran Reserva.
Algumas, no entanto, por concentrarem-se na produção de
um único vinho ou após terem utilizado as barricas pela segunda vez as colocam
à venda. Devido à sua alta qualidade e custo, sempre é possível encontrar
compradores.
No Chile, o uso de carvalho não está limitado por uma
legislação como no Velho Mundo/Espanha. Utilizam-se geralmente barricas novas
francesas, Neverd, Transaud, Nadalie para os vinhos Premium, Gran Reserva e de primeiro ano para os
Reserva, o custo é de 700 euros.