Mas por que mais um micro Toyota agora, depois do Aygo
e do Yaris? Para baixar a média de emissões de CO2 da marca. Carros pequenos gastam (e emitem) menos. Mas também porque a Toyota prevê que, em 2015, 70 por
cento dos europeus viverão em cidades.
O problema está em diferenciar tantos produtos do mesmo
segmento. É por isso que o iQ se afirma no design, piscando o olho a quem gosta
do que é chique e caro. Tem muito equipamento e várias inovações.
A exigência era fazer frente ao Smart, porém, oferecendo
mais ao comprador. Daí a opção pelos quatro lugares, que na realidade se
traduzem numa configuração 3+1. Lá dentro, percebe-se claramente que os dois da
frente são excelentes em espaço. Quem dera muitos carros maiores... Lá atrás
depende. Atrás do condutor só uma criança terá espaço para as pernas, mas atrás
do acompanhante cabe alguém com 1,80m de altura com outra pessoa do mesmo
tamanho à frente. O iQ também é largo e alto. As costas do banco traseiro podem
rebater-se para acomodar bagagem
Meia
dúzia de truques- Para aproveitar assim o habitáculo a marca
teve que empurrar o diferencial para a frente da caixa de velocidades
(geralmente está atrás), criar uma nova cremalheira da direção com braços
ancorados ao centro, conceber um depósito de combustível tipo bolacha (12 cm de
espessura) e colocá-lo sob o piso do carro, dar um formato mais fino aos
bancos, fazer uma unidade de ar condicionado menor para caber no console
central e não ocupar espaço à frente do acompanhante e, finalmente, dar ao painel
um formato convexo do lado direito. Pelo caminho, o motor 1.0 a gasolina de 3
cilindros e 68 CV recebeu nova admissão e veios de equilíbrio para vibrar
menos, enquanto o diesel 1.4 D-4D (90 CV) recebeu injetores piezo, filtro de
partículas e caixa de seis velocidades, enquanto o 1.0 pode receber caixa
manual de cinco ou uma automática de variação contínua. Um desenvolvimento
técnico destes custa caro, mas a marca rentabilizará todas estas soluções
estendendo-as gradualmente ao resto da linha. Entretanto, fica com um dos
pequenos carros mais bem pensados de todos os tempos e agrada a todos a quem
foi apresentado
Nas estradas verifica-se que, dos citadinos, o iQ só
herda as vantagens. A mais óbvia é a facilidade de manobra, com uma direção que
permite inverter a marcha apenas em 7,9 metros e realizar manobras de
estacionamento facílimas. Para além disso, o carro é bem construído, está
forrado com plásticos resistentes e bem fixos e tem um pisar seguro e firme. O
fato de ser bastante largo ajuda-o na estabilidade e a distância entre eixos de
apenas dois metros não resulta no habitual saltitar brusco dos pequenos carros.
Como
os grandes-A marca fez também um bom trabalho de isolamento
acústico, dando ao iQ o 'feeling' de um carro bastante maior. O posto de
condução é vertical mas confortável, com um bom volante multi-funções forrado a
pele. O cotovelo do acompanhante está sempre longe e a instrumentação é
completa, incluindo um pequeno conta-giros, computador de bordo, ar
condicionado, rádio leitor de CDs e MP3 desde a versão base. O equipamento de
segurança é outra surpresa. Inclui 9 airbags de série: dois frontais, dois
laterais de tórax e de cortina (frente e traseira), um para os joelhos do
condutor, outro no assento do acompanhante (anti-afundamento) e uma estréia: um
airbag de cortina no vidro de trás. O controle de estabilidade e tração também
é de série.
O Mini Toyota chega ao mercado europeu no fim de Março
com o 1.0 gasolina e o diesel 1.4 de 90 CV. Para o primeiro prevêem-se preços a
começar nos 13 mil euros, somando o diesel mais 3 mil. Em Agosto será a vez de
uma versão 1.33 a gasolina (cerca de 100 CV). Consoante o nível de equipamento
o IQ pode ser ao quadrado (iQ2) ou, no caso do tal 1.33, ao cubo (iQ3).