NDR. Em
gentil telefonema na tarde de sábado 30/01, a prefeita Fátima Nunes pessoalmente esclarece que não
é procedente a informação de que haveria qualquer desentendimento entre ela e o
vice-prefeito Vaval Damasceno “Ele é mesmo um supersecretário e mais do que isso;
é prefeito também. Onde ele estiver e eu não, ele pode representar-me como
prefeito. As nossas relações vão de boas a ótimas. Eu preciso muito do apoio e
da competência dele” Falou!
“O ócio é o pai de todos os vices”, filosofou Millôr Fernandes com
seu espírito indomável, mas a verdade é que a condição de substituto ou
sucessor de algum ocupante de cargo importante seduz a cada eleição políticos
de todos as matizes. Ser o segundo confere status pela importância atribuída ao
cidadão na construção de uma aliança e sugere a perspectiva de, em outro
pleito, estar ele próprio na cabeça da chapa. Fora a possibilidade, sempre
alvissareira, de renúncia, morte, cassação, qualquer coisa que permita ao vice
assenhorear-se da caneta e da titularidade.
É vasta a literatura a respeito de desentendimentos entre vices e
titulares. Um dos mais famosos é o que ocorreu entre John Kennedy e Lyndon Baines Johnson. O segundo sofria de ódio
patológico do titular, jovem, rico, bonito e brilhante. Kennedy levou a pior e
Johnson assumiu inclusive sob suspeita (nunca confirmada) de ter participado do
complô que matou o Presidente.
Dono de uma carreira meteórica, o
deputado Hermes Leonel Gonçalves Laranja foi nos anos 80, feito prefeito de
Vitória-ES pelo casal Rita e Gerson Camata. O vice-prefeito Antonio Pelaes ao
desentender-se com ele perdeu inclusive o gabinete de trabalho. Perambulou
certo tempo pelos corredores da prefeitura até renunciar ao cargo. Hermes foi um
dos piores prefeitos daquela capital e jamais voltou a ser eleito a qualquer cargo. Pelaes é hoje advogado e responde a processo por crime eleitoral.
No mesmo Estado,
Albuino Azeredo foi eleito governador como o “Obama” da época.Negro,engenheiro
e bem sucedido na vida empresarial iria transformar para melhor um estado de predominância
branca colonizado por italianos e alemães. Foi um desastre! Seu vice Renato Casagrande
também perdeu o gabinete no palácio. Eram como gato e rato, literalmente. Casagrande
hoje é senador pelo PSB e Albuino assessor de Anthony e Rosinha Garotinho, sempre
que a dupla está no poder (sic). O Espírito Santo chegou a criar um bordão: ”A
maldição dos vice”
Em Euclides da Cunha, entre
outras, há a história recente do ex-prefeito que carrega a alcunha de Zezão.
Ele abandonou seu grupo político, o DEM e embarcou como vice da então candidata
do PMDB Rosangela Abreu que eleita, passou mais da metade da administração em
litígio com ele que chegou a assumir por duas vezes o “velho” cargo de Prefeito.
Rosangela não conseguiu reeleger-se e Zezão, sequer eleger vereadora sua mulher,
Diva Costa.
Agora, no centenário da trágica morte
do escritor que empresta seu nome à cidade, a maldição dos vice parece rondar a
prefeitura local. Rumores à boca pequena mas provenientes de “bocas fidedignas”,
garantem que não é bom o clima entre a prefeita Fátima Nunes e o seu vice, Vaval
Damasceno que em vez de se acomodar no ócio do cargo,resolveu assumir a
supersecretaria de Infra Estrutura que engloba obras, coleta de lixo,
iluminação pública, estradas, pavimentação etc...
O resto, o leitor inteligente vai concluir por si só