Aí dá Jeito!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Convocado pelos filhos de Tidinha para escrever a saga dos Abreu - Campos, venho deparando com impressionantes personagens que não cheguei a conhecer e com outras que fizeram parte da minha história. Uma delas foi o Edmundo Esteves de Abreu, marido de D.Olguinha,pai de José Reinaldo, José Raimundo e Soninha, portadora da tradicional beleza que premiou as filhas e netas de Belarmino Campos

Aí dá Jeito!

 

Vejam como essas famílias se entrelaçam há tanto tempo. Há três gerações, os rapazes da família Abreu buscam as belas meninas da família Campos...

 

Mas o personagem em foco aqui é o Edmundo filho de José Esteves de Abreu que não cheguei a conhecer e de D. Joaninha que foi minha vizinha na Rua Oliveira Brito onde meu pai ao deixar o casarão de meu Avô, Joaquim Matias, levou a família para morar em pequena casa pertencente a um cidadão de nome Abdon. Nessa casa provavelmente nasceu meu saudoso irmão Humberto “Muquiado” que nos deixou aos 23 anos vítima da irresponsabilidade de um argentino bêbado que na contramão ao volante de uma caminhonete chocou-se com o fusquinha dele no cruzamento da Avenida Ocêanica com a Ademar de Barros em Ondina,ponto onde atualmente,por ironia, atravesso frequentemente.

 

Edmundo completa o trio que influenciou a minha vida de menino do interior. Os outros dois foram Jonas Abreu e Zezito Campos (olha eles ai de novo). Os três eram as minhas pontes com a modernidade. Eram ligados à música, ao cinema ao serviço de alto-falantes, ao entretenimento.

 

Edmundo ainda dos primórdios de Dodô e Osmar, lançou em Euclides da Cunha, pasmem, um “Trio elétrico”. Criou ainda a excelente banda,”Os Luniks” tocando seu inseparável e competente cavaquinho ao lado de outro Abreu,o Catetinha e do sanfoneiro Zé Popô. Dos três, o único ainda vivo mas que infelizmente não sei o paradeiro.

 

Com a transferência do Clube Recreativo da Praça Duque de Caxias para a Rua do Campo, Edmundo adquire o imóvel que já fora palco de tantas festas e romances fundando ali o seu clube particular, o ACRE, Associação e Clube Recreativo Euclidense, que, por mais de uma década, foi a principal atração da cidade

 

Comerciante bem sucedido, era proprietário da Casa da Música, uma espécie de armarinho que vendia de tudo, “inclusive alguns instrumentos musicais”.Em um certo tempo, chegou a rivalizar com meu pai Jaime Amorim vizinho e proprietário da loja de eletrodomésticos “O Crediário,” ao vender na sua Casa da Música fogões, geladeiras e colchões. Na verdade, o velho Jaime não suportava concorrência. Como fora o desbravador nessa área, não admitia que qualquer outro comerciante vendesse os mesmos produtos que ele.Mas, desentendimentos comerciais à parte,os dois se davam muito bem.

 

Arranjador musical,fazedor de festas,compositor e criador de bordões,Edmundo deixou marcado a frase “Aí dá Jeito”,bordão que ele utilizava para afirmar momentos e/ou coisas positivas.Algo assim como “legal”! “bacana”! “porreta”! Ou como diz hoje a rapaziada;”foi bem”

 

Edmundo nasceu em 20 de novembro de 1922 e nos deixou jovem aos 74 anos em 05 de abril de 1996. Observem que na foto superior onde ele aparece com rosto jovial,o calendário aponta o ano de 1993.Aí da jeito!

 


Autor: Celso Mathias
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Existe 7 comentários para esta publicação
domingo, 11/1/2009 por JOSÉ B. DE MACEDO (ZEZITO)
CONSTRUINDO IDENTIDADE
Celso, Emociono-me ao ler essas matérias que nos levam a nossa infância e a parte de nossa juventude. Vc está construindo a identidade de nossa terra. O Edmundo foi um grande amigo de meu pai. Abraços José B. de Macedo (Zezito)
domingo, 11/1/2009 por ALDINEA DE ABREU COSTA PINTO
Parabéns!
Também é hora, aliás, sempre é hora, de agradecer à homenagem mais do que justa, por sua constante alegria, que encantava quem o conhecia. Quantas vezes, ainda criança, morando próximo a Loja ouvia a noite o som do cavaquinho e corria para assistir o
sábado, 10/1/2009 por Anilda Abreu
.......
........ mas tarde, pude conhecê-lo melhor. E me sinto privilegiada de ter convivido com esse homem generoso, coração bondoso, íntegro, alegre e amigo.
sábado, 10/1/2009 por Anilda Abreu
Merecida homenagem!!!!
Fiquei muito feliz com esta homenagem à Sr. Edmundo. Qdo criança e por morar perto da sua loja, fugia junto com minhas irmãs para ouvir aquele som tão gostoso e tão contagiante, que embora não tendo o conhecimento de música, seu carisma nos atraia.
sexta-feira, 9/1/2009 por hcmaia
O Artista também tem data pra nascer.
Caro Celso...parabéns pela linda postagem. Veja que coincidência,o músico Edmundo Esteves de Abreu ter nascido exatamente em1922, com "A Semana de Arte Moderna", em São Paulo.Qdo a arte,também musical, foi introduzida no país.
sexta-feira, 9/1/2009 por LEUZA ANDRADE DANTAS DO BOMFIM
O imortal Edmundo
Parabens pela materia sobre o saudoso Edmundo. Ser singular, um genio , eu diria: Jacob do Bandolin sertanejo. Acredite!! Façamos com q seu talento seja lembrado pelas gerações futuras.Abaixo a submúsica
sexta-feira, 9/1/2009 por Jôsy Pamphilo
Interessante
Sempre é bom e gostoso resgatar a história. Particularmente quando de família, que nos leva a relembrar bons e velhos tempos.
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