Vejam
como essas famílias se entrelaçam há tanto tempo. Há três gerações, os rapazes
da família Abreu buscam as belas meninas da família Campos...
Mas
o personagem em foco aqui é o Edmundo filho de José Esteves de Abreu que não
cheguei a conhecer e de D. Joaninha que foi minha vizinha na Rua Oliveira Brito
onde meu pai ao deixar o casarão de meu Avô, Joaquim Matias, levou a família para
morar em pequena casa pertencente a um cidadão de nome Abdon. Nessa casa
provavelmente nasceu meu saudoso irmão Humberto “Muquiado” que nos deixou aos
23 anos vítima da irresponsabilidade de um argentino bêbado que na contramão ao
volante de uma caminhonete chocou-se com o fusquinha dele no cruzamento da
Avenida Ocêanica com a Ademar de Barros em Ondina,ponto onde atualmente,por
ironia, atravesso frequentemente.
Edmundo
completa o trio que influenciou a minha vida de menino do interior. Os outros
dois foram Jonas Abreu e Zezito Campos (olha eles ai de novo). Os três eram as
minhas pontes com a modernidade. Eram ligados à música, ao cinema ao serviço de
alto-falantes, ao entretenimento.
Edmundo
ainda dos primórdios de Dodô e Osmar, lançou em Euclides da Cunha, pasmem, um “Trio
elétrico”. Criou ainda a excelente banda,”Os Luniks” tocando seu inseparável e competente
cavaquinho ao lado de outro Abreu,o Catetinha e do sanfoneiro Zé Popô. Dos três,
o único ainda vivo mas que infelizmente não sei o paradeiro.
Com
a transferência do Clube Recreativo da Praça Duque de Caxias para a Rua do
Campo, Edmundo adquire o imóvel que já fora palco de tantas festas e romances fundando
ali o seu clube particular, o ACRE, Associação e Clube Recreativo Euclidense, que,
por mais de uma década, foi a principal atração da cidade
Comerciante bem sucedido, era proprietário da Casa da Música, uma espécie de armarinho que vendia de tudo, “inclusive alguns instrumentos musicais”.Em um certo tempo, chegou a rivalizar com meu pai Jaime Amorim vizinho e proprietário da loja de eletrodomésticos “O Crediário,” ao vender na sua Casa da Música fogões, geladeiras e colchões. Na verdade, o velho Jaime não suportava concorrência. Como fora o desbravador nessa área, não admitia que qualquer outro comerciante vendesse os mesmos produtos que ele.Mas, desentendimentos comerciais à parte,os dois se davam muito bem.
Arranjador
musical,fazedor de festas,compositor e criador de bordões,Edmundo deixou
marcado a frase “Aí dá Jeito”,bordão que ele utilizava para afirmar momentos e/ou coisas positivas.Algo assim como “legal”! “bacana”! “porreta”! Ou como diz
hoje a rapaziada;”foi bem”
Edmundo
nasceu em 20 de novembro de 1922 e nos deixou jovem aos 74 anos em 05 de abril
de 1996. Observem que na foto superior onde ele aparece com rosto jovial,o calendário aponta o ano de 1993.Aí da jeito!