Cadada vagão é diferente do outro frequentemente chamado de “Grande Hotel sobre Rodas”, o Expresso do Oriente transportou com classe e luxo, durante cerca de 60 anos, sua rica e célebre clientela em toda a Europa.
A viagem originalmente saía da estação de Strasbourg (Alsácia/França) com destino à Romênia, via Viena, Budapeste, Bucareste e os Bálcãs. Em 4 dias, 3200 km num conforto digno dos grandes palácios da época.
Os empregados, de luvas, serviam champanhe, caviar e ostras. Após a refeição, os cavalheiros se dirigiam ao vagão de fumantes para degustar um conhaque e fumar charutos Havana. O ano de 1931 foi o apogeu dos expressos de luxo, com 2268 viaturas.
A Segunda Guerra Mundial traz uma súbita e brutal parada à epopéia do Expresso do Oriente. Quase todas as viaturas são destruídas ou requisitadas. Em 1970, não resta mais nada do trem. Os vagões são espalhados por toda a Europa. As guerras sucessivas venceram o mito.
Em meados dos anos 70, o homem de negócios James Sherwood compra duas viaturas. Depois, aos poucos, ele vai se lembrando das peças extraviadas do quebra-cabeça. Alguns anos e 11 milhões de libras mais tarde, ele reúne as 35 viaturas
Foi Liza Minelli que inaugurou a “reencarnação” deste trem em 1982.
O Expresso do Oriente oferece novamente uma forma de viajar impregnada de romance, de aventura e de prazer, sobre trilhos, através da Europa, rumo a cidades de culturas fascinantes. Os passageiros viajam em cabines privadas e têm à sua disposição, ao longo da viagem, um atendente de cabine que lhes garante um serviço eficiente. Cada cabine tem seu banheiro particular e, à noite, ela se transforma em quarto.
Até a Rainha Elizabeth viajou neste trem…
As viaturas são revestidas com painéis de laca chinesa ou de marchetaria em madeira.
Todos os pratos são diretamente preparados, a bordo, pelos chefes franceses, com os mais finos produtos, entregues frescos no trem durante o curso da viagem
O desvelo do detalhe e do luxo se reconhece em todos os vagões. O vagão piano-bar é o lugar ideal para se ficar; um lugar mágico onde se misturam as conversas em surdina e os acordes do piano.
As marchetarias acetinadas, as divisórias de cedro vermelho e a organização interior evocam, mesmo sendo recente esse trem, os grandes trens do passado.
Muitos itinerários são propostos pela Companhia, desde Londres, até Istambul ou Roma. De Praga, “a cidade dos cem passeios”, à Viena “imperial” impregnada de uma grande cultura musical, passando pela bela Veneza.
As possibilidades do Expresso do Oriente são múltiplas. O itinerário original é sempre oferecido: sai de Paris rumo a Istambul.
O Expresso do Oriente inspirou Agatha Christie a escrever um de seus mais célebres romances policiais, no qual se encontra seu herói Hercule Poirot. O romance foi adaptado para o cinema e lançado em cartaz em 1974.
Hoje, esta idéia de reviver a idade de ouro das viagens tem ganhado força também na Ásia e na Austrália. O luxuoso Eastern and Oriental Express remonta a península Malásia, de Singapura até Bangkok. Na Austrália, o Great South Pacific Express margeia a costa leste desse país, passando por Sidney, Brisbane Cairns.
Neste trem…
Un soir, un train…
Uma tarde, um trem…
Voyage d’amour… Amour de voyage…
Viagem de amor… Amor de viagem…
Le train tisse toujours sa toile sur rails…
O trem tece todos os dias sua trama sobre trilhos…