Política é como nuvem, muda de formato todas as vezes
que você a olha", frase que alguns atribuem à mineirice de Magalhães Pinto,
outros, à de Tancredo Neves.
Fui longe para tentar mostrar ao leitor o que ocorre no município de Euclides da Cunha na disputa pela Presidência da Câmara de Vereadores. Hoje pela manhã, por exemplo, haviam três candidaturas definidas. A de Hilton Durão, que concorre à reeleição para um terceiro mandato(quase um Hugo Chaves), a de Romilda Costa e a de Zefinha Bastos, neófita, todos do grupo da Prefeita eleita Fátima Nunes e de seu marido e articulador político, deputado José Nunes.
No final da tarde, surge no horizonte uma dissidência fenomenal.
Forma uma 4ª chapa, um grupo de novos encabeçado pelo vereador eleito Breno
Silva do DEM e Alírio Pereira do PRB, crias dos Nunes e Luciano Santos, do PMDB,
cria do Vereador Zé de Fulgêncio, que, parece apoiar a vereadora eleita Zefinha
Bastos. Completa o quarteto o vereador Claudio Lima do PCdoB,independente.
Em artigo publicado em 03 de dezembro na nossa coluna
Papos&política, o articulista questiona “O que a comunidade pergunta, é porque tamanha disputa por um cargo que
na maioria das instituições, congêneres, sejam municipais, estaduais ou
federais, a disputa é sempre margeada
pelo bom senso e finalmente pelo consenso? Que grandes interesses além da
natural vaidade humana, estariam por trás de tão acirrada disputa?
Já é possível colocar uma luz sobre essa disputa. O
grande interesse vem em parte das mordomias que o cargo proporciona. Um orçamento
superavitário de R$150, 000,00/mês num município pobre, transforma o administrador
(a) de tais recursos, em uma das mais poderosas pessoas do município. Além disso,
um acréscimo de 50% no salário do Presidente faz com que muitos olhos fiquem arregalados.
Mais ainda quando enxergam o séquito ao qual o “Presidente” tem direito. Além
dos olhos arregalados, cai o queixo quando é apresentado ao candidato a L-200
modelo 2009,igualzinha a essa da foto,inclusive a cor, recente mente adquirida pelo presidente Durão para servir ao seu
gabinete.
Como no orçamento da CMEC há uma sobra de cerca de 30%,
que não sendo utilizado deveria voltar ao executivo no qual Durão não deposita
grande confiança no quesito, “melhor aplicação de recursos”, resolveu aplicar
ele mesmo na reforma dos gabinetes dos vereadores, modernização do plenário, aquisição
de moveis funcionais e aproveitou para dar uma pequena “garibada” no seu gabinete.
Ficou de dar água na boca daqueles executivos da indústria automobilística americana,
que foram de jatinho a Washington estender a cuia em busca de recursos para o
seu falido parque industrial... e a despertar mais ainda a cobiça pelo cargo.
Bem, identificados alguns dos atrativos para a acirrada
disputa, vamos tratar agora do “Xadrez” para adultos que começou a ser jogado
pelos candidatos.
O deputado José Nunes, pela inexperiência da mulher, eleita prefeita e por ser o natural coordenador político dela, se diz emparedado dentro do seu próprio grupo e a única coisa que afirma abertamente, é que o vereador correligionário que lhe trouxer três votos, ele entra em campo para arranjar mais dois. Diz isso e se cerca de muita prudência e caldo de galinha.
Na seqüência, pergunta-se aos jogadores, é se os
componentes da 4ª chapa dissidentes de Zé do Fulgêncio e José Nunes vão mesmo
peitar os seus “criadores” e manter as candidaturas? Ou seria um balão de
ensaio para confundir os novatos ,principalmente o independente Claudio Lima?
E o Zé do Fulgêncio, seu grupo e o seu poder de fogo, para
onde estariam direcionados?Seria para Zefinha Bastos?Se o for, preparem-se
todos para ouvir um novo samba do crioulo doido cantado pelo link entre a
prefeita eleita e a derrotada. Claro, a campanha de Zefinha foi toda em cima
dos programas da candidata Fátima Nunes. Como seria a relação dos grupos sendo Zefinha
ungida por Zé de Fulgêncio?
Enquanto isso, com quatro anos de mandato na oposição e
sempre ligada a Fátima e a José Nunes, a vereadora Romilda Costa que teria
sido a primeira predileção da prefeita, caminha na surdina esperando um
movimento no tabuleiro que a deixe próxima a um empate. Se empatar ela ganha!A
campanha contra ela é forte: A vereadora seria massa de manobra dos Nunes. Ela
nega e reafirma o trabalho voltado para educação, saúde e a amenização do
sofrimento das comunidades desfavorecidas. Proposta aliás,afinada com as do
vereador Claudio Lima, um dos votos mais
disputados nessa eleição.
Esse Xadrez pode dar qualquer resultado,tanto Cheque Mate
como empate.É Esperar para ver!