Quando se começou sua atração pela moda? Meu pai
trabalhava na indústria têxtil,por isso, desde cedo me familiarizei com o mundo
dos tecidos.
E sua vida profissional? Aos 18 anos saí da minha
cidade natal, perto de Bristol, e fui tentar a sorte em Londres. Nos primeiros
meses trabalhei na rede de loja masculina Village Gate; depois, fui colaborar
com o retalhista John Michael numa loja em Savile Row.
Qundo conheceu seu sócio? Perambulava por Portobello
Road , quando travei conhecimento com Ashley Lloyd-Jennings. Abrimos uma
alfaiataria num pequeno espaço em New Kings Road, onde vendíamos peças de
vestuário e acessórios usados, porém perfeitamente conservados.
A venda de roupas usadas é prática comum na Inglaterra,
mesmo para a classe média? Sim, desde que tenham qualidade, claro. O casaco que
usando hoje, foi comprado num mercado «vintage».
AS PEÇAS DA COLECÇÃO «ANNIVERSARY TWEED» SÃO TODAS
PRODUZIDAS COM LÃ ESCOCESA. A BOINA CUSTA €60 E A MANTA €150
Como explica
essa tradição comprar e vender roupas usadas? Os britânicos são bons em
produzir roupas duradouras,por isso, nada mais natural do que revendê-las após
certo tempo de uso
Que caminho percorreu a Hackett, para passar de uma loja
de roupas usadas a marca de luxo internacional? A Hackett teve, desde o início,
uma clientela influente. Os clientes procuravam-nos porque desejavam a
aparência do típico «gentleman» britânico. Chegamos a vários países da Europa e
há pouco tempo abrimos uma loja no Japão. Neste Outono abriremos a Cidade do
México, estreando assim a América Latina.
Foi a internacionalização que os levou à criação de uma
linha própria? Sim, com roupas fabricadas a partir de tecidos naturais.
Que projetos lançaram quando comemoram 25 anos?
Estreamos duas coleções: «Anniversary Tweed» são peças produzidas na Escócia
(casacos, bonés, lenços e uma linha de roupa intima); «Silver Collection» são objetos
em prata alusivos aos 25 anos (acessórios para refeições ligeiras, tão ao
espírito inglês), peças que gostaria que passassem de geração para geração e
fossem motivo de orgulho numa família.
Mundo Hackett
Anos 80: abertura da primeira loja de artigos usados
para cavalheiros vendendo roupas de qualidade.
Anos 90: o sucesso da marca levou à internacionalização
e a Hackett abriu a primeira filial, em Madrid. «Espanha foi um sucesso porque
tínhamos bons clientes madrilenos, que depressa nos colocaram no ‘target’
certo», nas palavras de Jeremy Hackett. A Madrid seguiu para Paris (abertura de
duas lojas em 1992) e depois Amsterdã, Bruxelas e Milão.
2008: A marca está presente em nove países europeus,
com cerca de 30 lojas abertas (excluindo representações em locais como
Selfridges e «duty free» nos aeroportos). Já em Abril deste ano, a Hackett chegou
ao mercado japonês, onde a peça mais procurada são os casacos em «tweed». Acaba
de entrar na América Latina, com a inauguração da loja na Cidade do México. O
empresário procura o «quarteirão ideal» em Nova Iorque.
2009: Jeremy tem projetos de trazer sua Hackett para o
Brasil.Já existem conversas com o empresário baiano Ivo Barbosa, proprietário
da rede de Lojas Bilbao,em Salvador