Do lixo ao luxo

domingo, 9 de novembro de 2008

No vigésimo quinto aniversário da Hackett,uma entrevista via–email com o seu fundador Jeremy Hackett que construiu sua fama e império a partir de uma pequena loja de roupas usadas instalada inicialmente em Londres

Do lixo ao luxo

 





Quando se começou sua atração pela moda? Meu pai trabalhava na indústria têxtil,por isso, desde cedo me familiarizei com o mundo dos tecidos.

E sua vida profissional? Aos 18 anos saí da minha cidade natal, perto de Bristol, e fui tentar a sorte em Londres. Nos primeiros meses trabalhei na rede de loja masculina Village Gate; depois, fui colaborar com o retalhista John Michael numa loja em Savile Row.

Qundo conheceu seu sócio? Perambulava por Portobello Road , quando travei conhecimento com Ashley Lloyd-Jennings. Abrimos uma alfaiataria num pequeno espaço em New Kings Road, onde vendíamos peças de vestuário e acessórios usados, porém perfeitamente conservados.

A venda de roupas usadas é prática comum na Inglaterra, mesmo para a classe média? Sim, desde que tenham qualidade, claro. O casaco que usando hoje, foi comprado num mercado «vintage».






AS PEÇAS DA COLECÇÃO «ANNIVERSARY TWEED» SÃO TODAS PRODUZIDAS COM LÃ ESCOCESA. A BOINA CUSTA €60 E A MANTA €150

 Como explica essa tradição comprar e vender roupas usadas? Os britânicos são bons em produzir roupas duradouras,por isso, nada mais natural do que revendê-las após certo tempo de uso

Que caminho percorreu a Hackett, para passar de uma loja de roupas usadas a marca de luxo internacional? A Hackett teve, desde o início, uma clientela influente. Os clientes procuravam-nos porque desejavam a aparência do típico «gentleman» britânico. Chegamos a vários países da Europa e há pouco tempo abrimos uma loja no Japão. Neste Outono abriremos a Cidade do México, estreando assim a América Latina.

Foi a internacionalização que os levou à criação de uma linha própria? Sim, com roupas fabricadas a partir de tecidos naturais.

Que projetos lançaram quando comemoram 25 anos? Estreamos duas coleções: «Anniversary Tweed» são peças produzidas na Escócia (casacos, bonés, lenços e uma linha de roupa intima); «Silver Collection» são objetos em prata alusivos aos 25 anos (acessórios para refeições ligeiras, tão ao espírito inglês), peças que gostaria que passassem de geração para geração e fossem motivo de orgulho numa família.

 


Mundo Hackett

Anos 80: abertura da primeira loja de artigos usados para cavalheiros vendendo roupas de qualidade.

Anos 90: o sucesso da marca levou à internacionalização e a Hackett abriu a primeira filial, em Madrid. «Espanha foi um sucesso porque tínhamos bons clientes madrilenos, que depressa nos colocaram no ‘target’ certo», nas palavras de Jeremy Hackett. A Madrid seguiu para Paris (abertura de duas lojas em 1992) e depois Amsterdã, Bruxelas e Milão.

2008: A marca está presente em nove países europeus, com cerca de 30 lojas abertas (excluindo representações em locais como Selfridges e «duty free» nos aeroportos). Já em Abril deste ano, a Hackett chegou ao mercado japonês, onde a peça mais procurada são os casacos em «tweed». Acaba de entrar na América Latina, com a inauguração da loja na Cidade do México. O empresário procura o «quarteirão ideal» em Nova Iorque.

2009: Jeremy tem projetos de trazer sua Hackett para o Brasil.Já existem conversas com o empresário baiano Ivo Barbosa, proprietário da rede de Lojas Bilbao,em Salvador

 


Autor: Celso Mathias
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Existe 2 comentários para esta publicação
quarta-feira, 17/3/2010 por TINA
Chiquérrimo!
Achei realmente um luxo! Já fiz moda, e isso corre nas minhas veias.... E realmente uma roupa adquirida em Londres...é p/ sempre!
terça-feira, 11/11/2008 por luis
luxo
luxo é se sentir visualmente chamando atenção e recebendo elogios sinceros
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