De acordo com o PAS, a presença da cantora pop-rock "mancharia" o espírito do Dia Nacional da Independência do país muçulmano. Em declarações à agência EFE, um porta-voz do Ministério da Cultura alegou que "não é o momento. Se seguíssemos adiante com o concerto, estaríamos fazendo o oposto do que desejamos para esta festa".
Kuala Lumpur fica, assim, de fora do roteiro da turnê mundial de Avril Lavigne. O concerto ocorreria a dois dias da celebração do aniversário da Independência. O líder da Juventude do PAS, Kamarauzaman Mohamad, defende que os festejos devem ser exclusivamente de caráter "cultural, histórico e de homenagem à pátria".
Para o pedido do PAS deve ter contribuído a divulgação de um vídeo pela Internet, no qual uma jovem parecida com Avril Lavigne mantinha relações sexuais ouvindo uma de suas composições.
A Malásia impõe várias restrições aos artistas, que devem se apresentar vestidos durante o espetáculo, com o corpo coberto desde o peito até ao joelho. Estão também proibidos de pular, abraçar e jogar beijos ou objetos no público.
Nos últimos meses, a norte-americana Gwen Stefani acatou essas regras . O mesmo não aconteceu com Beyoncé, que recusou-se a seguir as normas e tomou a iniciativa de cancelar o seu concerto em Kuala Lumpur.
Mas Avril Lavigne não foi a única cantora a ser censurada pelo PAS. Há cerca de um mês, o partido exigiu às autoridades que cancelassem um concerto da artista indonésia Inul Daratista, acusando-a de corromper a mente dos jovens com as suas danças "eróticas" e "quase pornográficas".
O vídeo 'Girlfriend', um dos singles de Avril Lavigne, já foi visto 100 milhões de vezes desde que foi publicado no YouTube, há um ano. Por conta de anúncios relacionados ao vídeo, a cantora já recebeu mais de um milhão de dólares, informa o site Music Tank, especializado em indústria musical. Em entrevista ao Music Tank, o empresário da cantora, Terry McBride, defende que o sucesso de Avril no YouTube vem confirmar que a indústria da música deveria apostar na Internet.