Tem cara de carro de família... mas são 400 cavalos! Do motor ao infoentretenimento, a tecnologia presente neste automóvel ajuda a fazer dele um dos melhores SUVs do mercado. Longe vai o tempo da Volvo como marca nórdica de futuro incerto com veículos de caráter algo cinzento, mas com uma imagem de forte robustez e durabilidade.
Hoje, mantendo a identidade nórdica intocável, mas sob
controle econômico chinês, a nova Volvo respira energia e é uma marca que
mantém o foco (e liderança) na segurança, piscando o olho às tecnologias eletrônicas
e lançando produtos virados para um futuro onde a eletrificação é já hoje uma
realidade inegável. O novo Volvo XC60 T8 é um exemplo perfeito da filosofia
atual da marca. Decalcado em termos de imagem e tecnologia do porta-estandarte
XC90, este SUV, que já foi o mais vendido no mundo na sua classe durante largos
períodos, experimenta agora uma nova vida onde assume a segurança e preocupação
ambiental como bandeiras fundamentais, tentando apontar baterias de novo à
liderança do segmento.
Tecnicamente, o novo XC60 T8 recorre, como referido
acima, a uma evolução otimizada do conjunto motriz/elétrico que equipa o XC90
T8, a saber, na dianteira, motor turbo de dois litros e 1.969 cc, com injeção
direta a gasolina, capaz de debitar 320 cavalos de potência e, na traseira, o
gerador elétrico de 65 kW (88 cv) alimentado por baterias de iões de lítio,
instaladas sob o piso em posição central, com 10,4 kWh de capacidade. A
potência combinada do sistema, que desta forma assegura tração integral e é explorada
por uma caixa automática de oito velocidades, é de 408 cv e o binário máximo
alcança 640 Nm de forma constante a partir das 2.200 rpm. Com este registo
técnico a marca anuncia prestações de excelência para um corpo que pesa uns
portentosos 2.115 quilos. Desta forma, e segundo os dados oficiais, o Volvo
XC60 T8 cumpre os 0‑100
km/h em apenas 5,3 segundos e alcança
uma velocidade máxima
de 230 km/h. Mais importante do que as prestações, num modelo destas características, poderão ser os consumos que a Volvo anuncia: 50km/l,
embora o veículo testado tenha encontrado uma média de apenas 14km/l.
O condutor dispõe de cinco modos de condução: tração
integral AWD, Pure (condução eco, modo 100% elétrico), Hybrid (uso diário com
gestão da utilização completamente automatizada), Power (para condução
desportiva onde o sistema elétrico apenas entra em ação como auxiliar) e Offroad
(para percursos fora de estrada, com gestão de binário otimizada
eletronicamente). Dinamicamente o XC60 é bem-dotado com a suspensão
independente (multibraços atrás) a mostrar a sua eficácia no desenrolar da
condução. É claro que as mais de duas toneladas obrigam a relativizar a
expressão “dinâmica”, mas ainda assim, quer pela suavidade quer pela forma
decidida com que nos permite envolver com a estrada, é de salientar a sua
valia. A unidade ensaiada tinha jantes de 21 polegadas como opcional instalado
que lhe poderá retirar algum conforto e que seguramente o afasta em definitivo
de qualquer investida em caminhos mais trialeiros sob pena de estreia vigorosa
de marcas no acabamento polido das mesmas.
Os interiores estão ao nível daquilo que já referimos
como “nova” Volvo, com crescente qualidade e bons toques de requinte onde não
faltam as típicas marcas de identidade nórdica a lembrar o utilizador da origem
da marca. Última referência para um número elevado de ajudas à condução e
sistemas de apoio e segurança, com destaque para o City Safety e aviso de
transposição e manutenção da faixa de rodagem, entre muitos outros.
Ficha
técnica:
1.969 cc, 4 cilindros, turbo, tração integral + síncrono
de 65kW,