A partir de 1º de janeiro, o único membro da família com atividade formal na política, será o deputado federal José Nunes. A futura ex-prefeita, dona de temperamento irascível, provavelmente vai se afastar, pelo menos por algum tempo, do município que administrou por oito anos, com fortíssimo apoio do marido, e do filho Gabriel, aparentemente, o herdeiro político da família.
Quanto ao futuro político da família, tanto pode ser de ser simples jogo de Damas, como um complexo tabuleiro de Xadrez.
Daqui a dois anos, ao contrário do que se comenta, Gabriel Nunes, que esteve à frente da falecida Iguatemi Pneus, por muitos anos, o principal negócio da família, não deverá ser candidato a deputado estadual. Isso inviabilizaria mais ainda a reeleição do pai que saiu derrotado nas últimas eleições, em vários municípios da sua base política, chegando ao ponto, de sequer conseguir reeleger o sobrinho, Luizinho de Lula, vereador em Euclides da Cunha.
Ao que tudo indica, Gabriel Nunes deverá marcar presença com alguma atividade comercial em Euclides da Cunha, onde tentará reconstruir o prestígio da família e trabalhar para a reeleição do pai.
Entretanto, para o jogo de Damas virar um jogo de Xadrez, entra na partida, o prefeito eleito Luciano Pinheiro e sua equipe. A sua administração vai ditar o ritmo dos Nunes no tabuleiro. E aí, será coisa para contendores profissionais. Serão quatro anos difíceis, não só em função da atual conjuntura político-econômica que o país atravessa, mas principalmente porque o prefeito eleito vai encontrar muitas armadilhas pela frente. O deputado José Nunes, diferentemente do que se apregoou por muitos anos, é um cidadão extremamente vingativo. Vai tentar “rosificar” Luciano Pinheiro. Rosificar é um neologismo a partir das atitudes tomadas pelo deputado para dificultar enquanto prefeita, a vida a da então adversária Rosângela Maia de Abreu.
Além disso, está em jogo a manutenção do feudo euclidense. Se José Nunes for reeleito deputado federal no pleito de 2018, deixa habilitado o filho Gabriel para concorrer às eleições de prefeito em 2020. Se José Nunes for derrotado na candidatura à Câmara dos Deputados, certamente vai querer encerrar a carreira política como prefeito de Euclides da Cunha. Vai ser ele mesmo, o candidato em 2020. Só não combinou com os Russos!
Vaval Damasceno perdeu as eleições de 2016, por um somatório de erros acumulados durante a trajetória política do seu patrocinador. José Nunes construiu a carreira política à custa da destruição de todas as suas criaturas. Não permitiu que qualquer dos seus correligionários tivessem vida própria. Não há sequer um dos seus seguidores, tanto na atividade comercial, como na atividade política em posição confortável. O seu capital político hoje, resume-se ao círculo familiar. Em nível estadual e federal, a situação não é diferente. Tido como parceiro não confiável, ideologicamente vazio, José Nunes hoje é visto como um político oportunista que dança ao sabor do vento. Por tudo que fez na vida pública, sempre se considerando e considerado um homem sabido, no momento, perdeu o bonde da história porquê sabido, não é sábio. Mas só o tempo, e os passos de Luciano Pinheiro, poderão confirmar essa história!
As pessoas marcadas com "x", hoje são desafetos dos Nunes