Dou nota três para a Saúde em Euclides da Cunha

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Cláudio Lima, segundo o próprio, “É um menino que nasceu de família humilde aqui em Euclides da Cunha. Estudei sempre em escola pública também concluí o curso superior em universidade pública”. Diplomado em Enfermagem pela UEFS, pós-graduado em Saúde Pública, Emergências em Saúde,Vigilância em Saúde e ainda em Saúde do Trabalho, conclui o segundo mandato de vereador em sua cidade natal, afirma que gosta das causas sociais, aquelas que edificam a vida do povo. Candidato a deputado estadual ainda com pouquíssima experiência política, obteve surpreendentes 4.933 votos. Surpreendente também, foi abandonar uma eleição tida como certa para um terceiro mandato de vereador, a fim de se dedicar ao aperfeiçoamento profissional. Conheça um pouco mais de Claudio Pereira Lima.

Dou nota três para a Saúde em Euclides da Cunha

“Mas isso não daria direito ao PT de se achar dono do país e querer se perpetuar no poder a todo custo, inclusive se aliando aos piores setores da direita que sempre estiveram no poder sangrando o país”.

 

Como foi a sua formação escolar?

Estudei o primeiro e o segundo grau, depois concluí o Curso Técnico de Contabilidade, aqui no Educandário Oliveira Brito. Em seguida mudei para Salvador e fui aprovado para o Curso de Agronomia na Universidade Federal da Bahia. Iniciei o curso e em seguida, tranquei a matrícula após passar em primeiro lugar para o Curso de Matemática da Universidade de Pernambuco. Ali, também tranquei a matrícula e, finalmente, encontrei a minha verdadeira vocação na área de saúde. Passei mais uma vez no vestibular, dessa feita, para o Curso Superior de Enfermagem na Universidade Estadual de Feira Santana, onde conclui o curso, e daí em diante, segui fazendo vários cursos de especialização na área de saúde

“Diante desse fato, fui candidato e obtive surpreendentes 4.933 votos, o que nos deu força para pedir e conseguir o Banco do Nordeste, a primeira etapa do Anel Rodoviário, o IFBA”.

Como é foi o seu ingresso na política?

Na verdade, eu sempre ajudei na política desde menino. Atuava na campanha dos outros, para prefeito, vereador e deputado, mesmo sem entender exatamente o que era a pilítica.

Sem nenhuma perspectiva de vitória e sem muito ânimo, mas como sempre, eu estava dentro do projeto PC do B. Nesse projeto, fui eleito o primeiro vereador do partido em Euclides da Cunha.

Realizei um mandato diferente do que manda o figurino padrão de vereador na região. Procurei não atrapalhar o Executivo: não vetar por vetar, não fazer acordos espúrios, mas, fazer o papel de vereador como manda as prerrogativas funcionais que é elaborar leis, fiscalizar e sempre aprovar projetos que fossem em benefício da população, mesmo fazendo oposição ao governo municipal.  

Sinto-me orgulhoso de ter participado das grandes transformações de Euclides. Nunca participei de uma negociação que não fosse republicana. Quando fui eleito pela primeira vez, já entrei dizendo: estou aqui, mas não vou permanecer aqui para o resto da vida, ou seja, não tinha intenção de fazer do mandato a minha profissão e se estender para uma aposentadoria para o resto da vida.

“Agora temos governadores, prefeitos, senadores e grandes empresários corruptos e corruptores indo para a cadeia”.

Nesse período, você chegou a se candidatar a deputado estadual. Como ocorreu isso?

Eu sempre gosto quando me perguntam sobre isso e eu já falei muitas vezes na rádio e na Câmara de Vereadores. Fui convidado em cima da hora, junho de 2010, para ser candidato do PC do B na região. 

Tive pouco mais de uma semana para pensar e dar uma resposta a um projeto de tamanha envergadura. A princípio, disse não ao presidente estadual do meu partido, pois não tinha projetado isso na minha vida e na carreira política. Eu não estava pessoalmente preparado para encarar aquela campanha, mas tive um sinal de que algumas indicações de obras para o nosso município poderiam não vir, por falta de densidade eleitoral para o partido. Diante desse fato, fui candidato e obtive surpreendentes 4.933 votos, o que nos deu força para pedir e conseguir o Banco do Nordeste, a primeira etapa do Anel Rodoviário, o IFBA, a duplicação das pontes que ligam Euclides da Cunha a Monte Santo e ainda vários projetos rurais, entre eles, poços artesianos e tratores. Tudo isso veio em decorrência da densidade do PC do B na região, embora haja quem queira assumir a paternidade dessas conquistas.

Você é um político atípico. Vereador na segunda legislatura consecutiva, abriu mão de uma candidatura com enormes chances de obter um terceiro mandato; por quê?

De fato, aparentemente, as eleições de 2016, reuniam todas as condições para que eu tivesse uma votação maior para vereador. As ações e as atitude durante esses oito anos de mandato, criaram uma base sólida para um terceiro mandato. Entretanto, em julho do ano passado aconteceu um fato triste em minha família e eu resolvi parar para refletir. Às vezes, a gente tem que aproveitar algumas coisas ruins que acontecem para evoluir com elas. Então eu parei, pensei e decidi desde julho de 2015 que não seria mais candidato. Disse a todos os amigos e correligionários que eu não sairia candidato a vereador em 2016. Daria atenção à minha carreira profissional. Terminei a pós-graduação já estou iniciando outro curso fiz uma pós-graduação recente pelo Sírio Libanês já iniciei um curso pela Universidade Federal Fluminense, e é isso que eu quero pretendo nesses 4 anos. Penso em concluir o meu mestrado e o meu doutorado.  

“Acho categoricamente que o impeachment da presidente Dilma, na minha opinião, foi mais uma necessidade da política do que da prova cabal. Eu sempre achei que deveria ter cassado a chapa toda Dilma e Temer pelos crimes eleitorais protocolados no TSE”.

Você participou da campanha do Luciano e ele foi eleito Prefeito. Comenta-se aí pela cidade, que você seria ou será o próximo secretário de saúde tem alguma verdade nesses comentários?

Em verdade tenho, uma bagagem técnica. Já há muito tempo, venho assessorando algumas Secretarias de Saúde aqui na região. O prefeito foi eleito pelo povo com votação expressiva. Uma campanha com muitas forças muitas pessoas empenhadas e eu tive o prazer de ser uma dessas pessoas que colaborou também com essa campanha, fiz parte desse projeto. Entretanto, o prefeito eleito não tem compromisso com ninguém. Se há rumores, vamos aguardar. Se houver convite, vamos sentar e conversar para ver como será. Seria uma grande honra, mas o convite oficial nunca chegou. Vamos dar todo o tempo e liberdade para que o prefeito eleito faça uma boa escolha em todas as áreas da administração do município.

O que você enxerga hoje, no quadro da Saúde em Euclides da Cunha?

Bem, o prefeito eleito, Luciano Pinheiro, terá que provar a sua competência. Vai iniciar seu governo, encarando a PEC 55 que congela os gastos nos próximos 20 anos, ao contrário da gestão anterior que se beneficiou da economia que o país pensava ser boa. O fato, é que o Governo Federal investiu aqui e no Brasil todo em construções estrutura física de saúde e educação. Em Euclides da Cunha, foram construídas 22 UBS sem material humano suficiente para coloca-las em funcionamento. Agora, o novo prefeito vai ter de reformular toda essa estrutura para aproveitá-la da melhor maneira com recursos financeiros ainda mais reduzidos.

“O problema maior, foi a má administração do pessoal da saúde. Na minha opinião como profissional de saúde, é que não houve o planejamento não houve uma territorialização dessa população”.

Ou seja, você está dizendo que a atual administração construiu em torno de 22 unidades de saúde, porém não tem gente para operacionalizar essa estrutura?

Nada funciona devidamente. Eu acho que na saúde, a gestão ficou devedora. Os indicadores provam isso, que a saúde de Euclides precisa melhorar e muito. O Luciano disse muito isso no seu programa de governo durante a campanha. Ele tem que dar vida a cidade em vários setores, principalmente; na saúde. E terá de fazer isso com competência, com gente competente e comprometida, porque serão quatro anos de recursos financeiros escassos.

Você diria que é a atual administração pensou única e exclusivamente em rede física, em fazer obras estruturais sem pensar ou planejar a administração, a operacionalização da estrutura física?

Bem, sinceramente, não acredito nisso por alguns fatores. Ninguém imaginava que o país iria entrar em crise, ninguém imaginava que teria uma presidente afastada do seu cargo e ninguém imaginava que haveria a PEC de redução de gastos.

O problema maior, foi a má administração do pessoal da saúde. Na minha opinião como profissional de saúde, é que não houve o planejamento não houve uma territorialização dessa população e não se discutiu com essa população, nem com a equipe técnica onde seriam implantados onde era melhor implantar essas unidades para atender com mais eficiência a população em torno dessas unidades.

Você como especialista em Saúde Pública, de 1 a 10, que nota daria a saúde em Euclides da Cunha, hoje?

No que diz respeito à estrutura, daria nota 9. A atual prefeita sobre aproveitar o momento, as relações, e fez obras estruturais.  O que não fez, foi dialogar com a comunidade, com os funcionários. Deveria ter aproveitado esse momento, para criar políticas públicas implantar programas, fazer um levantamento diagnóstico dos principais problemas de saúde de cada local, de cada região e intervir nesses problemas. Não se pode fazer milagres, mas ao menos, ao longo do tempo; minimizar problemas.

Eu lhe pedi uma nota e você dividiu em duas. Na estrutura física, deu nota 9.  E quanto a operacionalização desse serviço, qual é a nota?

Posso lhe afirmar que nessa questão de implantação de políticas públicas para amenizar o problema da população por linhas de cuidado o município ainda tem que melhorar e melhorar muitíssimo. Se for para dar nota quantitativa eu daria aí nota, 3!

Sobre Lula e Dilma Rousseff. Como você vê os dois ex-presidentes, o que você acha desses políticos e do partido do qual você já fez parte?

Acho categoricamente que o impeachment da presidente Dilma, na minha opinião, foi mais uma necessidade da política do que da prova cabal. Eu sempre achei que deveria ter cassado a chapa toda Dilma e Temer pelos crimes eleitorais protocolados no TSE.

Eu quero deixar claro aqui na minha opinião: os governos Lula/Dilma muito contribuíram com projetos sociais de saúde e educação para o país. Mas isso não daria direito ao PT de se achar dono do país e querer se perpetuar no poder a todo custo, inclusive se aliando aos piores setores da direita que sempre estiveram no poder sangrando o país.

Mas o Brasil está mudando. Finalmente, estamos vendo peixes grandes ir para traz das grades que antes eram reservadas para pretos e pobres. Agora temos governadores, prefeitos, senadores e grandes empresários corruptos e corruptores indo para a cadeia.

 

 


Autor: Celso Mathias
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Existe 3 comentários para esta publicação
quinta-feira, 1/12/2016 por jurema
ótimo profissional
Com certeza tendo Cláudio Lima como secretário de saúde, vai ocorrer uma grande melhora na atenção básica. Espero que seja verdade esses boatos. Profissional total mente competente
quinta-feira, 1/12/2016 por Anderson
Excelente pessoa
Parabéns Claudio , como sempre muito coerente , correto é humano !!!! Vc é um homem de valor ...de inteligência singular .
quinta-feira, 1/12/2016 por Anderson Pinheiro
Excelente entrevista
Parabéns à Vida Brasil pela excelente entrevista. CLÁUDIO Lima é certamente uma das forças políticas de Euclides da Cunha,muito inteligente, bem articulado e que, acima de tudo, tem muito a oferecer ao nosso município. Continue assim, Cláudio Lima!
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