“Mas isso não daria direito ao PT de se achar dono do país e querer se perpetuar no poder a todo custo, inclusive se aliando aos piores setores da direita que sempre estiveram no poder sangrando o país”.
Como foi a sua formação escolar?
Estudei o primeiro e o segundo grau, depois concluí o Curso Técnico de Contabilidade, aqui no Educandário Oliveira Brito. Em seguida mudei para Salvador e fui aprovado para o Curso de Agronomia na Universidade Federal da Bahia. Iniciei o curso e em seguida, tranquei a matrícula após passar em primeiro lugar para o Curso de Matemática da Universidade de Pernambuco. Ali, também tranquei a matrícula e, finalmente, encontrei a minha verdadeira vocação na área de saúde. Passei mais uma vez no vestibular, dessa feita, para o Curso Superior de Enfermagem na Universidade Estadual de Feira Santana, onde conclui o curso, e daí em diante, segui fazendo vários cursos de especialização na área de saúde
“Diante desse fato, fui candidato e obtive surpreendentes 4.933 votos, o que nos deu força para pedir e conseguir o Banco do Nordeste, a primeira etapa do Anel Rodoviário, o IFBA”.
Como é foi o seu ingresso na política?
Na verdade, eu sempre ajudei na política desde menino. Atuava na campanha dos outros, para prefeito, vereador e deputado, mesmo sem entender exatamente o que era a pilítica.
Sem nenhuma perspectiva de vitória e sem muito ânimo, mas como sempre, eu estava dentro do projeto PC do B. Nesse projeto, fui eleito o primeiro vereador do partido em Euclides da Cunha.
Realizei um mandato diferente do que manda o figurino padrão de vereador na região. Procurei não atrapalhar o Executivo: não vetar por vetar, não fazer acordos espúrios, mas, fazer o papel de vereador como manda as prerrogativas funcionais que é elaborar leis, fiscalizar e sempre aprovar projetos que fossem em benefício da população, mesmo fazendo oposição ao governo municipal.
Sinto-me orgulhoso de ter participado das grandes transformações de Euclides. Nunca participei de uma negociação que não fosse republicana. Quando fui eleito pela primeira vez, já entrei dizendo: estou aqui, mas não vou permanecer aqui para o resto da vida, ou seja, não tinha intenção de fazer do mandato a minha profissão e se estender para uma aposentadoria para o resto da vida.
“Agora temos governadores, prefeitos, senadores e grandes empresários corruptos e corruptores indo para a cadeia”.
Nesse período, você chegou a se candidatar a deputado estadual. Como ocorreu isso?
Eu sempre gosto quando me perguntam sobre isso e eu já falei muitas vezes na rádio e na Câmara de Vereadores. Fui convidado em cima da hora, junho de 2010, para ser candidato do PC do B na região.
Tive pouco mais de uma semana para pensar e dar uma resposta a um projeto de tamanha envergadura. A princípio, disse não ao presidente estadual do meu partido, pois não tinha projetado isso na minha vida e na carreira política. Eu não estava pessoalmente preparado para encarar aquela campanha, mas tive um sinal de que algumas indicações de obras para o nosso município poderiam não vir, por falta de densidade eleitoral para o partido. Diante desse fato, fui candidato e obtive surpreendentes 4.933 votos, o que nos deu força para pedir e conseguir o Banco do Nordeste, a primeira etapa do Anel Rodoviário, o IFBA, a duplicação das pontes que ligam Euclides da Cunha a Monte Santo e ainda vários projetos rurais, entre eles, poços artesianos e tratores. Tudo isso veio em decorrência da densidade do PC do B na região, embora haja quem queira assumir a paternidade dessas conquistas.
Você é um político atípico. Vereador na segunda legislatura consecutiva, abriu mão de uma candidatura com enormes chances de obter um terceiro mandato; por quê?
De fato, aparentemente, as eleições de 2016, reuniam todas as condições para que eu tivesse uma votação maior para vereador. As ações e as atitude durante esses oito anos de mandato, criaram uma base sólida para um terceiro mandato. Entretanto, em julho do ano passado aconteceu um fato triste em minha família e eu resolvi parar para refletir. Às vezes, a gente tem que aproveitar algumas coisas ruins que acontecem para evoluir com elas. Então eu parei, pensei e decidi desde julho de 2015 que não seria mais candidato. Disse a todos os amigos e correligionários que eu não sairia candidato a vereador em 2016. Daria atenção à minha carreira profissional. Terminei a pós-graduação já estou iniciando outro curso fiz uma pós-graduação recente pelo Sírio Libanês já iniciei um curso pela Universidade Federal Fluminense, e é isso que eu quero pretendo nesses 4 anos. Penso em concluir o meu mestrado e o meu doutorado.
“Acho categoricamente que o impeachment da presidente Dilma, na minha opinião, foi mais uma necessidade da política do que da prova cabal. Eu sempre achei que deveria ter cassado a chapa toda Dilma e Temer pelos crimes eleitorais protocolados no TSE”.
Você participou da campanha do Luciano e ele foi eleito Prefeito. Comenta-se aí pela cidade, que você seria ou será o próximo secretário de saúde tem alguma verdade nesses comentários?
Em verdade tenho, uma bagagem técnica. Já há muito tempo, venho assessorando algumas Secretarias de Saúde aqui na região. O prefeito foi eleito pelo povo com votação expressiva. Uma campanha com muitas forças muitas pessoas empenhadas e eu tive o prazer de ser uma dessas pessoas que colaborou também com essa campanha, fiz parte desse projeto. Entretanto, o prefeito eleito não tem compromisso com ninguém. Se há rumores, vamos aguardar. Se houver convite, vamos sentar e conversar para ver como será. Seria uma grande honra, mas o convite oficial nunca chegou. Vamos dar todo o tempo e liberdade para que o prefeito eleito faça uma boa escolha em todas as áreas da administração do município.
O que você enxerga hoje, no quadro da Saúde em Euclides da Cunha?
Bem, o prefeito eleito, Luciano Pinheiro, terá que provar
a sua competência. Vai iniciar seu governo, encarando a PEC 55 que congela os
gastos nos próximos 20 anos, ao contrário da gestão anterior que se beneficiou
da economia que o país pensava ser boa. O fato, é que o Governo Federal
investiu aqui e no Brasil todo em construções estrutura física de saúde e educação.
Em Euclides da Cunha, foram construídas 22 UBS sem material humano suficiente
para coloca-las em funcionamento. Agora, o novo prefeito vai ter de reformular
toda essa estrutura para aproveitá-la da melhor maneira com recursos
financeiros ainda mais reduzidos.
“O problema maior, foi a má administração do pessoal da saúde. Na minha opinião como profissional de saúde, é que não houve o planejamento não houve uma territorialização dessa população”.
Ou seja, você está dizendo que a atual administração construiu em torno de 22 unidades de saúde, porém não tem gente para operacionalizar essa estrutura?
Nada funciona devidamente. Eu acho que na saúde, a gestão ficou devedora. Os indicadores provam isso, que a saúde de Euclides precisa melhorar e muito. O Luciano disse muito isso no seu programa de governo durante a campanha. Ele tem que dar vida a cidade em vários setores, principalmente; na saúde. E terá de fazer isso com competência, com gente competente e comprometida, porque serão quatro anos de recursos financeiros escassos.
Você diria que é a atual administração pensou única e exclusivamente em rede física, em fazer obras estruturais sem pensar ou planejar a administração, a operacionalização da estrutura física?
Bem, sinceramente, não acredito nisso por alguns fatores. Ninguém imaginava que o país iria entrar em crise, ninguém imaginava que teria uma presidente afastada do seu cargo e ninguém imaginava que haveria a PEC de redução de gastos.
O problema maior, foi a má administração do pessoal da saúde. Na minha opinião como profissional de saúde, é que não houve o planejamento não houve uma territorialização dessa população e não se discutiu com essa população, nem com a equipe técnica onde seriam implantados onde era melhor implantar essas unidades para atender com mais eficiência a população em torno dessas unidades.
Você como especialista em Saúde Pública, de 1 a 10, que nota daria a saúde em Euclides da Cunha, hoje?
No que diz respeito à estrutura, daria nota 9. A atual prefeita sobre aproveitar o momento, as relações, e fez obras estruturais. O que não fez, foi dialogar com a comunidade, com os funcionários. Deveria ter aproveitado esse momento, para criar políticas públicas implantar programas, fazer um levantamento diagnóstico dos principais problemas de saúde de cada local, de cada região e intervir nesses problemas. Não se pode fazer milagres, mas ao menos, ao longo do tempo; minimizar problemas.
Eu lhe pedi uma nota e você dividiu em duas. Na estrutura física, deu nota 9. E quanto a operacionalização desse serviço, qual é a nota?
Posso lhe afirmar que nessa questão de implantação de políticas públicas para amenizar o problema da população por linhas de cuidado o município ainda tem que melhorar e melhorar muitíssimo. Se for para dar nota quantitativa eu daria aí nota, 3!
Sobre Lula e Dilma Rousseff. Como você vê os dois ex-presidentes, o que você acha desses políticos e do partido do qual você já fez parte?
Acho categoricamente que o impeachment da presidente Dilma, na minha opinião, foi mais uma necessidade da política do que da prova cabal. Eu sempre achei que deveria ter cassado a chapa toda Dilma e Temer pelos crimes eleitorais protocolados no TSE.
Eu quero deixar claro aqui na minha opinião: os governos Lula/Dilma muito contribuíram com projetos sociais de saúde e educação para o país. Mas isso não daria direito ao PT de se achar dono do país e querer se perpetuar no poder a todo custo, inclusive se aliando aos piores setores da direita que sempre estiveram no poder sangrando o país.
Mas o Brasil está mudando. Finalmente, estamos vendo peixes grandes ir para traz das grades que antes eram reservadas para pretos e pobres. Agora temos governadores, prefeitos, senadores e grandes empresários corruptos e corruptores indo para a cadeia.