Um rosé que se chama branco...

sábado, 20 de setembro de 2014

Conhece um vinho rosé chamado White Zinfandel? Já parou para se perguntar se não tem algo errado com essa nomenclatura? A história começa, efetivamente, lá na década de 1970, nos Estados Unidos, quando os vinhedos da Califórnia estavam, literalmente, abarrotados com a uva Zinfandel. A oferta de uvas desta variedade ultrapassava as quantidades demandadas para a produção de vinho tinto. Alguns produtores começaram, inclusive, a arrancar as vinhas de Zinfandel, para que fossem substituídas por outras variedades.

Um rosé que se chama branco...

Em 1975, um produtor teve a fermentação do seu vinho interrompida, sem motivo aparente. O nível de açúcar residual era relativamente alto, e apenas uma pequena quantidade de pigmento vermelho tinha sido extraída, a partir da pele da uva. O resultado era um vinho rosa e doce, com sabor de fruta fresca. Ou seja, sem nenhuma relação com os tradicionais tintos Zinfandel.

Mesmo diante desse “problema”, resolveu-se, por bem, retomar o processo de fermentação do vinho e seguir os passos de produção de um vinho branco, já que não era mais possível resgatar a cor planejada.

Para surpresa de muitos, esse vinho cor de rosa tornou-se, rapidamente, uma novidade que caiu nas graças do mercado, sedento por algo diferente.

Outros produtores embarcaram nessa onda, e a Califórnia viu esse estilo de vinho se tornar o 3º colocado de vendas nacionais, atrás apenas do Chardonnay e do Cabernet Sauvignon.

Foram feitas, inclusive, tentativas de reproduzir o processo e o sucesso com outras uvas, como Merlot. Nenhuma superou a experiência da Zinfandel, ou melhor, do White Zinfandel.

A produção do White Zinfandel, inclusive, passou a ser cinco vezes maior, na Califórnia, do que a produção do Zinfandel, tinto tradicional.

Assim, os viticultores esqueceram, felizmente, a ideia de arrancar as vinhas de Zinfandel, tão abundantes e consideradas excessivas, alguns anos antes.

Apesar disso tudo, o White Zinfandel é extremamente criticado por alguns amantes do vinho. Não é, por assim dizer, um vinho levado a sério. Sinceramente, o que vale é o paladar pessoal. Se você experimentar um White Zinfandel, e considerá-lo interessante, e se ele fizer do seu momento um momento mais feliz, é isso que importa.

Para encerrar, não interessa se o vinho é branco, rosé, tinto, ou mesmo rosé com nome de branco. O importante é o paladar e boas companhias para degusta-lo. Viva!

 


Autor: T&T
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