Angelo Gaja, o melhor winemaker da Itália

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Qualquer coisa que se diga sobre Gaja é pouco. Ele certamente estará em qualquer lista dos dez ou cinco produtores de maior reputação em todo o mundo, em qualquer lista dos mais revolucionários, ou dos mais importantes para a história do vinho nas últimas décadas. Seus maravilhosos vinhos também estão sempre nas mais curtas listas dos melhores e mais cultuados vinhos do mundo, e com toda razão. A verdade é que o impacto de Angelo Gaja no mundo do vinho nos últimos 30 anos não pode ser superestimado.

Angelo Gaja, o melhor winemaker da Itália

Trata-se simplesmente do maior nome da Itália, responsável por colocar os vinhos de seu país pela primeira vez entre os melhores do mundo na opinião da imprensa internacional, desafiando a primazia dos franceses. Gaja iniciou uma verdadeira revolução na Itália, conferindo aos vinhos do Piemonte (e de todo o país) uma dimensão, uma elegância e um reconhecimento que nunca antes tinham alcançado. E Gaja abriu caminho para os outros.

 

Nas palavras de James Suckling, editor da Wine Spectator, "em pouco menos de 20 anos, ele conseguiu fazer o que não havia sido feito em mil anos". Para a revista, "Gaja é o mais influente produtor da Itália, o responsável por despertar o mundo do vinho em seu país". "Seus Barbarescos de vinhedo são a medida pela qual todos os outros vinhos italianos - e muitos não italianos - são avaliados". Angelo Gaja foi eleito várias vezes Homem do Ano para publicações como a Decanter e a Wine Spectator.

Gaja também é o melhor produtor da Itália para o Gambero Rosso - o maior colecionador dos "tre bicchieri" do guia (são 33 até 2004!) e o único produtor a merecer sua "tre stelle", sendo classificado em primeiro lugar entre todos os produtores italianos. Segundo o Gambero Rosso, "não temos mais adjetivos suficientes para descrever a qualidade dos vinhos de Gaja. Uma paleta de vinhos inacreditavelmente bons e os principais formam um trio magnífico". O guia complementa: "O rei do vinho piemontês, e do vinho italiano em geral, tem um só nome: Angelo Gaja. Em apenas duas décadas, desde quando assumiu a vinícola da família, ele construiu um verdadeiro mito enológico, uma assinatura comparável apenas aos grandes estilistas do mundo da moda".

Robert Parker também lhe confere suas maiores notas e elogios dizendo: "Seus vinhos são candidatos à perfeição. Gaja é certamente um gênio, e nunca falha naquilo que põe em suas garrafas. Estas obras de arte valem cada centavo do que custam".

Os vinhos de Angelo Gaja estão entre os mais disputados, colecionados, cultuados do mundo. Segundo a Wine Spectator, "são vinhos modernos que encantam os enófilos mais sofisticados, mantendo ao mesmo tempo um caráter único, essencialmente italiano".

São vinhos praticamente perfeitos, de incrível harmonia, elegância, classe e complexidade - com uma personalidade única, expressando plenamente o terroir. Gaja conseguiu manter o poder e a profundidade da Nebbiolo e a levou a seu ponto máximo de qualidade, com muito mais classe, requinte e um toque aveludado que é difícil de ser reproduzido. São todos vinhos ao nível dos melhores do mundo, e no melhor estilo europeu - extremamente complexos, aptos a envelhecer longos anos e perfeitos para acompanhar cozinhas mais requintadas. Como todos os vinhos italianos, eles se tornam ainda melhores quando acompanhados de um prato apropriado.


Seu vinho mais emblemático é o Barbaresco, que sempre foi um dos grandes tintos italianos, mas ao qual Gaja acrescentou a elegância, a classe e a complexidade que marcam sua inconfundível assinatura.




O Barbaresco de Gaja é um dos grandes ícones do mundo do vinho,merecendo sempre os "ter bicchieri" do Gambero Rosso, entre muitas outras distinções. Seus "Barbarescos de vinhedo" - Sorì San Lorenzo, Sorì Tildìn e Costa Russi - são ainda mais raros e reverenciados, de enorme prestígio e minúscula produção: menos de 800 caixas por ano para o mundo todo (enquanto um château de Bordeaux de primeira linha normalmente produz umas 20 mil caixas por ano de seu melhor vinho).


São vinhos literalmente venerados pela imprensa especializada internacional, merecendo sempre notas altíssimas, muitas vezes 100 ou próximas de 100 pontos! A Wine Spectator, por exemplo, conferiu 100 pontos ao Costa Russi 2000.


Autor: Celso Mathias
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