Sexo, drogas e rock'n roll, é assim que era conhecido o movimento hippie que embora com raízes mais antigas, tomou força inicialmente nos Estados Unidos no início dos anos 60. Foram os anos do “Flower Power”, o símbolo da não violência. Mas o que isso tem a ver com a “Conexão Euclidense”? Quase nada. A não ser o fato de que na “pacata” cidade de Euclides da cunha, às barbas das autoridades, é fácil encontrar “Sexo, drogas e como não tem rock’n roll, não vai faltar um arrocha ou um forró”...
...Sempre tocados em aparelhos de som made in China e originados em cd´s pirateados... Naqueles becos que conforme já se noticiou, são resultados do traçado urbano de Euclides da Cunha, obedecendo a padrões medievais, quando todas as casas deveriam ter uma entrada pelos fundos para atender empregados, fornecedores e para a retirada do lixo e dejetos humanos. Como no contexto atual, esse tipo de relação desapareceu e os “becos” estão em áreas que podem ser valorizadas. A Prefeitura que também lucraria com a arrecadação de impostos, em comum acordo com proprietários, poderia partir para a urbanização dessas áreas a exemplo do que ocorre em todas as cidades do mundo onde existe esse traçado antigo.
Mas enquanto isso não acontece, crianças, respeitáveis senhores e senhoras da região central da cidade, a maioria talvez sem ter conhecimento do fato, convive eventualmente com espaços e pessoas que nada ficariam a dever à cracolândia paulista.
M., por exemplo, é uma mulher de idade indefinida. Tanto pode ter 28 anos consumidos pela qualidade de vida ou quem sabe 40 ou 45 de fato. Ela tem um bar frequentado por garotas de programa, na maioria das vezes à plena luz do dia. Ao lado, um espaço com uma porta de madeira travada lado de fora com um forte ferrolho, é um local que ela orgulhosamente apresenta ao seu provável cliente. Lá está apenas uma cama com um velho colchão sem qualquer forração, higiene ou cuidado. Como não há instalação sanitária, o odor de suor e urina é muito forte. Abrindo a porta ela me apresenta; “Aqui é o fura couro. Olha, o pessoal até que gosta desse cheirinho. Alguns até dizem que é estimulante”. Envaidece-se a comerciante.
“Eu cobro cinco reais por quinze minutos. Tenho à venda cervejas, raizinhas, e é claro camisinhas. Mas essa última, nem todo mundo usa. Já a menina, o freguês tem de acertar direto com ela. Os preços variam entre dez e quinze reais pelos quinze minutos.”
E menores, frequentam aqui? “Não, aqui não. Mas já ouvi falar de lugares que tem meninas de quinze anos. Custam mais caro. Até cinquenta reais. Mas a dona do bar não se envolve. Ela entrega a chave da casa ao freguês e vai embora. Ele dorme lá com a menina. Pela manhã, confere-se o que foi consumido e ele paga só o consumo. Mas isso é para cliente nota dez. Tem quem consuma até cem reais durante a noite”.
E drogas. Tem droga por aqui? “Não aqui no meu bar não. Mas tem aqui por perto. Cola de sapateiro, cocaína, crack e maconha. À vontade!”
Travestis, fazendo programa, também tem? “Não, esse povo não frequenta aqui”.