Sua localização em particular o torna a porta de entrada para toda a região do Cono Sur; por outro lado, seus vários portos, seu bem desenvolvido sistema bancário e o alto nível de serviços permitiram a afirmação de seu papel de país exportador confiável, com particular projeção na região, mas também na Europa. País de grande homogeneidade étnica, cultural e educativa e de continuo esforço industrial, mesmo que de escassa população (apenas três milhões de habitantes), foi sempre considerado apto para o desenvolvimento de um comércio estável e de qualidade.
A produção de vinhos no Uruguai teve início no final do século XIX, com a imigração de bascos e franceses para a região. Um deles, Pascual Harriague, teria sido o introdutor da variedade Tannat na região, que até hoje se vê sendo produzida no país.
Não somente sua produção é admirável, mas também a cultura do país no que diz respeito ao consumo de vinhos. O país apresenta consumo de aproximadamente 33 litros anuais per capita, que é uma quantidade considerável, ainda mais se comparado ao Brasil, que chega a somente três litros anuais per capita.
Semelhante ao Brasil, boa parte da produção de vinhos de mesa é feita com uvas não-viníferas (espécies americanas ou híbridas), mas essa produção tende a inverter-se devido ao esforço de substituição coordenado pelo Inavi - Instituto Nacional de Vitivinicultura, que pretende inserir no solo uruguaio também grande parte de uvas viníferas.
O surgimento de vinhas no território uruguaio origina-se da expansão de vinícolas concentradas nos arredores de Montevidéu. Seguindo essa expansão, e apoiados pela sólida base que a Tannat reflete na produção, grandes enólogos locais e estrangeiros têm criado vinhos mais complexos e sofisticados, inclusive com a adição de Merlot, Cabernet Sauvignon e Franc, Pinot entre outras.
O clima - Seu clima temperado, suas planícies úmidas e sua situação marítima o tornaram propício para o cultivo da videira. Por sua situação geográfica, entre os paralelos 30o e 35o de latitude sul, o cultivo de vinhas se estende por todo o país. Trata-se de uma viticultura de clima temperado com 18o C de temperatura média anual, 1.000 mm de precipitação anual, boa insolação, de verões medianos e noites refrescantes.
A viticultura - A renovação dos vinhedos uruguaios a partir da década de setenta fez coexistir uma viticultura tradicional e outra moderna. O vinhedo uruguaio tem em sua maioria, 62%, mais de 15 anos produzindo vinhos de qualidade. Hoje cerca de 30% está no melhor período de sua produção, entre cinco e vinte anos. A atual renovação, tanto dos vinhedos como das vinícolas, é baseada na mais avançada tecnologia.
O sistema de condução das vinhas uruguaias é, em sua maioria, o de "espaldeira" baixa e alta. Nos últimos anos começou-se a adotar a condução em "lira", representando hoje 10%. O trabalho do solo e o cuidado da videira permitiram uma produção média nos últimos cinco anos de 120 mil toneladas de uvas.
A tecnologia das vinícolas uruguaias, em geral, é clássica ou tradicional, combinando produções com maceração pré-fermentativa à baixa temperatura para vinhos brancos, a elaboração por maceração carbônica e a ênfase sempre colocada na fermentação dos mostos à temperatura controlada. A totalidade das vinícolas conta com assessoramento técnico permanente. A capacidade total instalada é de dois milhões de hectolitros. A atenção e o cuidado dos vinhedos e da tecnologia permitem tanto o controle da propagação de portadores de vírus, graças ao Programa de Certificação de Videiras Livres de Vírus, bem como uma vigilância do produto uruguaio. Por outro lado, desde 1957 funcionam no país sistemas de advertências de pragas e enfermidades da videira. Tudo isso, em conjunto, faz da tradição um ensinamento e pesquisa enológica que remonta ao começo do século passado.
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As regiões vitícolas:
Sul: De grande influência marítima e solos moderadamente profundos. Esta região concentra 90% da superfície vitícola do país.
Litoral Sudoeste: De grande influência do Rio Uruguai e solos mais profundos de excelente drenagem natural. Esta região é responsável apenas 5% da produção, o restante é dividido entre todas as outras regiões.
Norte e Nordeste: Regiões com clima mais quente e solos de texturas leves e muito favoráveis.
Centro : O vale do Rio Negro configura uma região com solos que combinam texturas finas, pedras e um clima especial.
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TIPO DE UVAS
Uvas tintas
Cabernet Sauvignon
Merlot
Petit Verdot
Pinot noir
Tannat
Cabernet Franc
Uvas brancas
Chardonnay
Gewürztraminer
Sauvignon Blanc
Viognier
O Péricles Gomes da Casa do Porto já está garimpando raridades por lá.