UM TREM PARA AS ESTRELAS

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O Orient Express foi inaugurado em Paris, a quatro de Outubro de 1883. Foi o início de uma lenda. Em menos de uma década, ele se tornou na mais rápida e mais luxuosa forma de transporte do mundo. Cada vagão é diferente do outro frequentemente chamado de “Grande Hotel sobre Rodas”, o Orient Express transportou com classe e luxo, durante cerca de 60 anos, sua rica e célebre clientela em toda a Europa. A partir dos anos 70, o Orient Express voltou a desfilar o seu glamour sobre os trilhos da Europa

UM TREM PARA AS ESTRELAS


A viagem originalmente saía da estação de Strasbourg (Alsácia/França) com destino à Romênia, via Viena, Budapeste, Bucareste e os Bálcãs. Em quatro dias, 3200 km num conforto digno dos grandes palácios da época.

Os empregados, de luvas, serviam champanhe, caviar e ostras. Após a refeição, os cavalheiros se dirigiam ao vagão de fumantes para degustar um conhaque e fumar charutos Havana. O ano de 1931 foi o apogeu dos expressos de luxo, com 2268 viaturas.

A Segunda Guerra Mundial traz uma súbita e brutal parada à epopeia do Orient Express. Quase todas as viaturas são destruídas ou requisitadas. Em 1970 não restava quase mais nada do trem. Os vagões estavam espalhados por toda a Europa. As guerras sucessivas venceram o mito.

Em meados dos anos 70, o homem de negócios James Sherwood compra duas viaturas. Depois, aos poucos, ele vai se lembrando das peças extraviadas do quebra-cabeça. Alguns anos e 11 milhões de libras mais tarde ele conseguiu reunir as 35 viaturas restantes.

O Orient Express voltou a oferecer uma forma de viajar impregnada de romance, de aventura e de prazer sobre trilhos através da Europa, rumo a cidades de culturas fascinantes. Os passageiros viajam em cabines privativas e têm à sua disposição, ao longo da viagem, um atendente de cabine que lhes garante um serviço eficiente. Cada cabine tem seu banheiro particular e, à noite, ela se transforma em quarto.

As viaturas são revestidas com painéis de laca chinesa ou de marchetaria em madeira.

Todos os pratos são diretamente preparados, a bordo, pelos chefes franceses, com os mais finos produtos, entregues frescos no trem durante o curso da viagem.

O desvelo do detalhe e do luxo se reconhece em todos os vagões. O vagão piano-bar é o lugar ideal para se ficar; um lugar mágico onde se misturam as conversas em surdina e os acordes do piano.

As marchetarias acetinadas, as divisórias de cedro vermelho e a organização interior evocam, mesmo sendo recente esse trem, os grandes trens do passado.

Muitos itinerários são propostos pela Companhia, desde Londres, até Istambul ou Roma. De Praga, “a cidade dos cem passeios”, à Viena “imperial” impregnada de uma grande cultura musical, passando pela bela Veneza.

As possibilidades do Expresso do Oriente são múltiplas. O itinerário original é sempre oferecido: sai de Paris rumo a Istambul.

O Orient Express inspirou Agatha Christie a escrever um de seus mais célebres romances policiais, no qual se encontra seu herói Hercule Poirot. O romance foi adaptado para o cinema e lançado em cartaz em 1974.

Hoje, esta ideia de reviver a idade de ouro das viagens tem ganhado força também na Ásia e na Austrália. O luxuoso Eastern and Oriental Express remonta a península Malásia, de Singapura até Bangkok. Na Austrália, o Great South Pacific Express margeia a costa leste desse país, passando por Sidney, Brisbane Cairns.







Neste trem…

Un soir, un train…

Uma tarde, um trem…

Voyage d’amour… Amour de voyage…

Viagem de amor… Amor de viagem…

Le train tisse toujours sa toile sur rails…

O trem tece todos os dias sua trama sobre trilhos…



Autor: Celso Mathias
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Existe 1 comentário para esta publicação
terça-feira, 15/1/2013 por Rosa julina
Expresso oriente
Após ler essa matéria, vou rever o filme visto há mais de dez anos, com um novo olhar..... E, já que não terei condições de fazer viagem tão cara, ainda este ano, irei vê-lo de fora partir rumo a Istanbul, observar esse momento precioso.
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