A Bentley foi mais longe e escolheu um exclusivo sistema hi-fi desenvolvido pela Naim que torna o GT numa sala de espetáculos em viagem, guiando-nos por um sistema de navegação eficaz.
Tudo foi pensado para ser manejado de modo intuitivo e com extrema facilidade, até porque uma das conclusões do estudo que a Bentley realizou junto de clientes do modelo anterior é que ninguém tem tempo a perder, especialmente para descobrir como usar o carro.
Limitado por dimensões exteriores idênticas às do antecessor - mede 4806 mm de comprimento, 1946 mm de largura e 1404 mm de altura -, o trabalho de Robin Page incidiu no espaço compreendido pelos 2746 mm de distância entre eixos; daí que a melhor forma de recriar o habitáculo para incrementar o conforto tornou-se óbvia: tinha de passar pelos bancos. Os novos bancos dianteiros, reguláveis eletricamente, são tão confortáveis para uma senhora de metro e meio e 40 quilos como para um jogador de basquetebol com o triplo do peso e mais de dois metros de altura. A maior luminosidade do habitáculo realça o espaço, e os dois lugares independentes oferecem agora mais espaço para os joelhos.
O que torna especiais os novos bancos Cobra - como sugere o formato das costas - não se vê, mas sente-se: é o inovador sistema de enchimento dos assentos, que confere uma sensação mole como um bom sofá de couro mas que depois adquire a firmeza necessária para que possamos gozar o maior dos prazeres que o novo Bentley proporciona.
Dotado de tração permanente às quatro rodas e caixa automática de seis velocidades, esconde sob o capô a última obra de arte concebida pelos engenheiros da Bentley. É um motor de 6 litros com 12 cilindros em W, sobrealimentado por dois turbocompressores, que desenvolve 575 cv de potência máxima e pode consumir gasolina sem chumbo ou bioetanol. Ouvir estes 12 cilindros a despertar foi um convite irresistível para acelerar. Com o pé a fundo no acelerador, bastam 4,3 segundos para ir dos 0 aos 100 km/h, apesar de o Continental GT pesar mais de duas toneladas e meia, com duas pessoas a bordo. Em dois dias pelas estradas desérticas do Sultanado de Omã, nunca tivemos oportunidade de atingir os 318 km/h de velocidade máxima, mas sentimo-nos transportados num sofá de corrida, tão confortável que as horas passaram ser darmos por isso.