Por outro lado, a Quinta da Pedra (Alvarinho) foi
comprada por Carlos Dias, proprietário da empresa vinícola bairradina Colinas
de São Lourenço. Parece assim haver um interesse renovado na região. É verdade
que ela tem particularidades que a distinguem das outras, por aqui proliferam
pequenas propriedades com casas solarengas, nalguns casos na posse da mesma
família há séculos, por ali há conventos transformados em casas de turismo e,
claro, palácios sumptuosos como é o caso do Palácio da Brejoeira, em Monção.
Muitas destas propriedades pertencem a famílias com
antigas tradições aristocráticas, algumas quintas têm nome de Paço, o que quer
dizer que alguma vez, e independentemente da razão, o rei por ali pernoitou.
Muitas delas permanecem nas mãos da família, às vezes sabe-se lá a que custo,
porque, entre divisões motivadas por heranças, obras de manutenção caríssimas
(dado o tamanho das casas e a minúcia do restauro) e dificuldades financeiras,
é muito complicado manter a propriedade na família, geração após geração. Em
muitas destas quintas existe ou existiu produção de vinho com marca no mercado;
no entanto, áreas pequenas de vinha, adegas nem sempre bem equipadas e/ou
ausência total de “ideia de negócio” levaram a que muitas marcas tenham
desaparecido com a mesma rapidez com que foram criadas; algumas nasceram da
vaidade pessoal e do gosto de ver o solar estampado num rótulo, outras tinham
objetivos mais comerciais mas o mercado atual está muito difícil para as
“especialidades”, e vender nas grandes superfícies é incompatível com produções
de apenas alguns milhares de garrafas. Alguns nomes ainda existem mas quase
ninguém ouve falar deles. Por onde andam rótulos que faziam furor nos anos 90,
como o Paço d'Anha, o Paço do Cardido, a Casa dos Cunhas, Terras da Corga,
Convento da Franqueira, Quinta de Beiredos, Casa de Vila Verde, Casa de Vilar e
Casa de Laraias, entre muitas outras? Umas existem mas estão decadentes, outras
morreram e outras mudaram de mãos, num inevitável processo de recomposição
fundiária que também se verificou noutras zonas do país. Nos momentos de crise
é normal aparecerem novos operadores. Foi o caso recente destas propriedades. A
mais emblemática e deslumbrante, a Brejoeira, essa é mais difícil, tal a teia
jurídica que envolve a descendência da atual proprietária, dona Hermínia Paes.
DICAS:
Muralhas de Monção branco 2009
Região: Vinho Verde Casta: Alvarinho e Trajadura Produtor: Adega Coop. Regional de Monção A junção destas duas castas já se tornou um clássico da região e com razão; se dão bem e geram vinhos de grande equilíbrio Dica: Sem hesitar, este é um dos melhores refúgios dos consumidores nos momentos de dúvida. E existe em todo o lado, o que é uma vantagem. Peixes e marisco combinam muito bem
Quinta
do Ameal branco 2009
Região: Vinho Verde Casta: Loureiro Produtor: Quinta do
Ameal. Esta é uma grande casta, das mais aromáticas de que a região dispõe e
esta quinta tem sempre dos melhores Loureiro, ano após ano Dica: Vinho para
beber novo, bem fresco, a acompanhar ostras e mariscos. Peixes delicados também
harmonizam bem
Quinta
de Azevedo branco 2009
Região: Vinho Verde Casta: Loureiro e Pedernã Produtor:
Sogrape Vinhos este branco não tem falhas, tem sempre uma finura e um requinte
assinaláveis. Pode assim se comprar sem pensar que não há desilusão possível
Dica: É um todo o terreno no capítulo de peixes e petiscos de verão. Merece
(como todos) bons copos de branco e não as flutes que agora viraram infeliz
moda