ARQUITETANDO O VINHO

terça-feira, 27 de julho de 2010

Arquiteto e filho de arquiteto, Vasco Croft de Moura trocou as pranchetas e a agitada vida das grandes metrópoles pela agradável labuta com a terra e a magia de produzir vinhos. Magia não; arte. Na verdade o arquiteto continua artista porque produzir vinhos coma qualidade e o amor que ele o faz, é produzir arte e arte do melhor nível. O lugar escolhido para desenvolver o seu projeto é simplesmente paradisíaco. A Quinta do Casal do Paço no coração do Minho, propriedade da família desde o séc.XVII

ARQUITETANDO O VINHO



Propriedade típica da antiga nobreza regional é um notável exemplo de arquitetura senhorial rural, com capela, e está a mais de trezentos anos na posse da família Vaz Guedes da qual Vasco é um dos membros. Nela se encontram vestígios de presença humana que estão para além dos registros da história (ruínas pré-romanas).

Com condições excepcionais de solo e exposição solar, está disposta em suaves encostas debruçadas sobre o Vale do Lima, são mais de 20 hectares de um patrimônio natural, ecologicamente são e rico em biodiversidade, do qual fazem parte, além da vinhas, florestas onde se encontram acácias, carvalhos, pinheiros, eucaliptos, um parque de árvores centenárias de grande porte e pom
ares de castanheiras.

Economicamente sustentada pela viticultura, sempre foi altamente apreciada pelos comerciantes que percorriam a região em busca de vinhos para as cidades, chegando a oferecer pelo “Vinho do Casal” o dobro do que normalmente se pagava.

A partir do ano 2000, a inquietude do arquiteto que freqüentava a Quinta desde criança, começou a idealizar o projeto de aperfeiçoar o vinho tão bem aceito pela comunidade e comercializá-lo no mercado internacional.

Um dos passos de Vasco foi a caminho da Agricultura Biodinâmica, um estágio à frente da agricultura Orgânica. Na Agricultura Biodinâmica, principalmente vinhos brancos nobres de primeira classe podem ser produzidos a partir de uvas cultivadas com esse manejo. É digno de nota que só com este cultivo foi possível abandonar a moderna tecnologia de produções de vinho, como medição e controle da acides (com adição de açúcar), controle da fermentação e uso de leveduras selecionadas etc. e tornou-se possível voltar à verdadeira arte tradicional secular vinícola.

 

Na Agricultura Biodinâmica tudo se inicia já no plantio na época certa segundo o calendário e na escolha das variedades adequadas. Para obter parreiras fortes se faz uma adubação verde. De tempos em tempos, se procede com uma adubação com composto de esterco de animais criados na quinta e bagaço da uva. ”Isso é ciência e arte,afirma Vasco”

 

A viticultura permaneceu incipiente até aos séculos XII-XIII, época em que o vinho entrou definitivamente nos hábitos das populações do Entre-Douro-e-Minho. A própria expansão demográfica e econômica, a intensificação da mercantilização da agricultura e a crescente circulação de moeda, fizeram do vinho uma importante e indispensável fonte de rendimento.

Embora a sua exportação fosse ainda muito limitada, a história revela-nos, no entanto, que foram os “Vinhos Verdes” os primeiros vinhos portugueses conhecidos nos mercados europeus Inglaterra e Alemanha, principalmente os da região de Monção e da Ribeira de Lima.

No século XIX, as reformas institucionais, abrindo caminho a uma maior liberdade comercial, a par da revolução dos transportes e comunicações, alteram, definitivamente, o quadro da viticultura regional.

A orientação para a qualidade e a regulamentação da produção e comércio do “Vinho Verde” surgiriam no início do século XX, tendo a Carta de Lei de 18 de Setembro de 1908 e o Decreto de 1 de Outubro do mesmo ano, demarcado pela primeira vez a “Região dos Vinhos Verdes”.

Tão diversos que se atraem, giram juntos,

quando se unem e separam em volteios recorrentes.

Do amor entre o mar e o ar, irrompe a espuma...

Da espuma surge Afrodite...

Para celebrá-la, nasce Afros”

 

E o Afros nasceu assim, da das viagens do produtor, dos seus amores e desejos. E já nasceu em várias versões, todas aclamadas pela crítica.

Afros Loureiro e Loureiro Reserva, ambos brancos, Afros Vihão, um tinto deslumbrante que vem encantando o mundo e ainda dois espumantes, o Loureiro, branco, e o Tinto, Vinhão um produto altamente sofisticado que vem substituindo o Champagne em eventos de alto nível, principalmente na Inglaterra.

 

Exportado para dez países espalhados nos quatro continentes, Vasco faz questão de pessoalmente visitar seus importadores, sommelieres e restaurantes que comercializam o Afros.

 

Em Salvador, visitando o importador Tio Sam colheu o depoimento do diretor Edilberto Vasconcelos “Por enquanto só trouxemos o Loureiro Branco. Lamentavelmente temos apenas três garrafas no estoque. Agora resolvemos dobrar o pedido em relação ao anterior. Seu vinho é um sucesso”

 





Mônica Carneiro, sommelier da Tio Sam. “é muito prazeroso trabalhar com um produto como o Afros. A gente vende e sente a satisfação do cliente. Ele virou a coqueluche entre os conhecedores de vinho da Bahia. Estou aguardando ansiosamente os outros produtos componentes da linha que ainda não conheço especialmente o Vinhão. vamos vender muito”, comemora a somelier

Teixeira, maitre do sofisticado Alfredo de Roma, sem dúvida alguma o melhor e mais completo restaurante de Salvador, está ansioso para trabalhar como Afros “Acho que esse vinho é a cara do nosso restaurante e vamos vendê-lo muito,” profetisa






Mas os comentários sobre o Afros estão estampados em periódicos importantes de todos os quadrantes.No mês passado, em sua coluna no Financial Times, nada menos do que a inglesa Jancis Robinson,a  “papisa “ do vinho  no planeta declarou sobre o Afros Vinhao 2009 Vinho Verde Tinto:

A most unusual “green” (very young) wine that is darkest purple. Lively fruit whose acidity seems to speak straight to the kidneys. Bone-dry and vital. I could easily imagine a hog roast with this. But it’s an acquired taste and definitely not for keeping. £12.99”

“Um vinho  verde muito jovem e com uma impressionante cor negro-violeta. Excelente acidez e apropriado para um belo leitão assado.Definitivamente não é um vinho de gosto comum. Exige paladares mais apurados”

 


o conceituado Jorge Carrara  colunista de vinhos do jornal Folha de S. Paulo e do site Basilico escreveu: “Vasco Croft comanda a produção da pequena (e linda) propriedade de sua família, que tem pouco mais de 10 hectares de vinhas – a caminho da certificação biodinâmica. Apesar de jovem – a primeira vindima foi de 2004 –, os goles da casa já impressionam muito. São brancos com fruta bem definida, elegantes, como o Afros Loureiro 2008, rico e amplo, no nariz e na boca, em frutas mescladas com tons minerais (89/100) e rubros como o Afros Vinhão 2008, sedoso e persistente, marcado por framboesa, o melhor tinto provado (88/100). (www.afros-wine.com)

PRÊMIOS

 

AFROS Loureiro 2004  

  • Vinho Recomendado - Wine Masters Challenge 2005
  • Verde Honra - Concurso CVRVV 2005

AFROS Vinhão 2005  

  • Medalha de Prata - Decanter WWA 2006
  • Verde Honra - Concurso CVRVV 2006

Autor: Celso Mathias
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Existe 5 comentários para esta publicação
quarta-feira, 28/7/2010 por Ossamu
inígualável
Já provei o Afros Reserva.Confesso que tive uma grande surpresa principalmente tratando-se de um produto recentemente elaborado. Pena que o adquirí em Lisboa
quarta-feira, 28/7/2010 por C Miranda
Lindas recordações
O branco é um vinho é sedutor a começar pelo nome. É indescritível o prazer de saboreá-lo numa noite quente com um piano ao fundo é à frente uma companhia com boas histórias e um olhar profundo viajando por tantos lugares, aromas, paladares... É das
segunda-feira, 26/7/2010 por Samuel
Degustação.
Bela matéria! Creio que o Vasco deve ter adorado essa passagem por Salvador. Gostaria de saber, desse nobre Editor, quando haverá uma degustação do Afros e onde será. Espero que seja breve.
domingo, 25/7/2010 por MARIO COUTINHO
EXCEPCIONAL
EXPERIMENTEI O AFROS NUMA DEGUSTAÇÃO DE VINHOS PORTUGUESES NO RESTAURANTE LAFAYETTE EM SALVADOR. A PARTIR DAÍ COMECEI A ENXERGAR COM OUTROS OLHOS O "VINHO VERDE". O AFROS É EXEPCIONAL. PENA QUE EU SEQUER SABIA Q PODERIA ENCONTRÁ-LO EM SALVADOR
sexta-feira, 23/7/2010 por Aparecida Mendes/ RJ
ARQUITETANDO O VINHO
Mais uma matéria maravilhosa sobre vinhos. Adorei!
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