Nada fácil a vida para os consumidores, que têm de tirar um curso para se entenderem no meio de centenas de regiões demarcadas, Premiers Crus e Grand Crus (estas as melhores parcelas) e para perceberem que numa mesma vinha existem várias marcas de vários produtores e que é fundamental conhecer os que trabalham melhor e descobrir depois as melhores relações qualidade/preço. Uma complicação. Os nomes mais sonantes são inabordáveis e difíceis de comprar: Romanée-Conti, Domaine Leroy, Armand Rousseau, Comtes Lafon, Coche Dury, Domaine Leflaive são nomes míticos cujos melhores vinhos custam fortunas, mas há muitos outros cujo portfólio apresenta uma gama muito alargada de preços e permitem escolhas não suicidas: Olivier Leflaive, Bouchard Père & Fils, Labouré Roi, Louis Latour ou Henry Gouges, são nomes para não se esquecer.
A casa Louis Latour (www.louislatour.com) fez recentemente uma apresentação dos vinhos da colheita de 2007 e 2009. Dos vinhos provados deixamos aqui três DICAS, caras, mas não impossíveis.
Entretanto, chegaram já as primeiras propostas dos vinhos en primeur da colheita de 2009. Através do site da empresa francesa Millesima, pode se ficar sabendo quanto podemos pagar por brancos da Borgonha de dois produtores (Olivier Leflaive e Louis Latour), comprados agora e entregues em Janeiro de 2012. Os preços vão (todos brancos) dos €8,95 para um Saint-Romain até aos €180 para um Montrachet. A vinha de Montrachet é considerada aquela que produz os melhores brancos do Mundo e nos seus 7,99 ha encontramos 18 proprietários, o que dá uma ideia da subdivisão da propriedade que é tão típica da Borgonha.
Os melhores vinhos brancos, feitos de Chardonnay, provêm das parcelas classificadas como Grand Cru e, num nível imediatamente abaixo, encontramos os Premier Cru, vinhos bem mais acessíveis e com personalidade. No fundo, a escolha acaba por recair naqueles cujo estilo mais se ajusta ao nosso gosto individual e depende da frequência com que provamos.
Podemos sempre começar por um Chablis, um branco na zona mais ao norte, fortemente marcado pela mineralidade e que é um excelente acompanhante para mariscos, como lagostas e ostras; depois evoluímos para um Mersault e terminamos (ainda dentro de valores suportáveis) com um Puligny-Montrachet. Todos são diferentes, mas todos são feitos da mesma casta e na mesma região. São as virtudes e originalidades de uma variedade, hoje espalhada por todo o mundo.
TRÊS DICAS:
Chablis La Chanfleure 2009
Região: Borgonha Produtor: Maison Louis Latour Casta: Chardonnay VINHO jovem e fresco, com abundantes notas vegetais e uma acidez viva e muito fresca. Dica: enorme aptidão gastronômica. É vinho para peixes delicados e mariscos. Pode viver por muito tempo numa boa adega
Mersault branco 2007
Região: Borgonha Produtor: Maison Louis Latour Casta: Chardonnay provém de vinhas com 25 anos, fermentou em barricas (10% novas) e pode durar cerca de seis anos devidamente adegados. Dica: Com a ligeira percepção de barrica que tem torna-se branco mais gordo e capaz de harmonizar bem com peixes nobres com molho de manteiga.
Puligny-Montrachet 1er Cru “Sous le Puits”
branco 2007
Região: Borgonha Produtor: Maison Louis Latour Casta: Chardonnay vinhas de 35 anos, fermentado em barrica (25% barrica nova), o que é evidente no aroma e no final, bastante tostado. Dica: Branco cheio e gordo, repleto de fruta madura e barrica excelente. Sem dúvida um branco que irá evoluir bem em cave. Muita personalidade.