Com o advento das franquias, uma sacada inteligente
para o plano de expansão e serviços, parece que começou a decadência do modelo.
Não exatamente pelas franquias, mas pela quantidade de ingerência política que
se implantou na estatal. A bem da verdade é bom esclarecer que os escândalos e
baixarias envolvendo a ECT não foram
iniciados no governo do PT. Já no
governo Fernando Henrique Cardoso, foi feita uma nebulosa negociação envolvendo
uma montadora e um diretor originário das Minas Gerais. E que mina!
Mas foi mesmo no governo do PT que os “Correios”
começou a entregar encomendas no fundo do poço. Por exemplo: Maurício Marinho
foi funcionário do Correios integrou o escândalo do Mensalão quando ocupava a
chefia do Departamento de Contratação e Administração de Material. Marinho, que
foi filmado recebendo propina sob respaldo de Roberto Jefferson foi demitido
por justa causa, mas tenta voltar através de medidas judiciais. Eduardo
Medeiros nomeado Diretor de Tecnologia, segundo Silvio "Land Rover" Pereira, operador do
mensalão, teria sido indicado por um grupo de servidores da própria estatal
ligados ao PT e Vilmar Lacerda. Medeiros é responsável pelo desvio de pacotes
de dinheiro para os esquemas políticos do PT...
Estas e outras cositas
terminaram por digamos “contaminar” aqueles funcionários “Caxias” que
tinham o regulamento da ECT como uma verdadeira Bíblia. Para eles, empresa era
mais que um local de trabalho; quase uma seita.
Abandonados por diretores que com raríssimas exceções
passaram a ver os Correios apenas como um instrumento político, aqueles
funcionários dedicados mudaram o ritmo e por mais que se esforcem não conseguem
mais atender os objetivos da instituição. Falta tecnologia, falta estimulo e
falta principalmente gente para trabalhar. Em algumas agências, em off,
servidores afirmam que para funcionar a contento é necessário pelo menos o
dobro do atual numero de funcionários.
Aliado ao péssimo atendimento do telefone de
reclamações 0800 725 0100 e
do site da ECT que dificultam de todas as formas a reclamação, a confusão
interna chegou ao seu limite máximo. Os próprios servidores estimulam os
usuários a reclamar.
Um caso curioso aconteceu envolvendo uma remessa de
Salvador para Euclides da Cunha. Um paciente encomendou um medicamento de uso
continuo no dia 29/03, data em que o mesmo foi postado na ECT. Pelo tipo de
encomenda, segundo informações do próprio Correio, a encomenda chegaria ao
destinatário no máximo até segunda feira
dia 05/05.
Dia 06/04 o destinatário com uma crise de hipertensão
dirige-se a um telefone público já que o 0800 725 0100 não aceita ligações originárias de telefones móveis. Entre
quedas de ligações e dados impossíveis de
serem fornecidos pelo reclamante, a crise hipertensiva aumentou mais ainda ,principalmente
diante da insensibilidade do atendente que parecia ter sido treinado exatamente
para ser insensível.
Na
agência local, a flagrante falta de pessoal e de autonomia dos atendentes
indica que ali não é o lugar onde se possa resolver alguma coisa.
Mas
finalmente, após a intervenção do remetente, depois de três dias sem utilizar a
medicação que não poderia ser interrompida, finalmente a encomenda foi
entregue. No quadro abaixo rastreado pela internet, a encomenda postada em
Salvador com o endereço absolutamente correto, foi encaminhada para feira de
Santana e depois devolvida a Salvador que a reencaminhou para Feira de Santana
que por sua vez encaminhou o pacote para Alagoinhas que o devolveu a Salvador
que finalmente fez o encaminhamento correto. A entrega ocorreu em menos de 24 h.
Bastou que houvesse pressão da poderosa Drogaria São Paulo e vontade da empresa
de correios que já foi uma das melhores do Brasil. Quiçá do mundo!