É óbvio que eles iriam preferir deslizar sobre a cadeira do motorista e sair do que ficar sentado especulando sobre o mercado. E mesmo que eles conseguissem acumular pontos suficientes no seminário, obtendo certo sucesso, iriam descobrir que entrar no Saleen, no sentido literal, requer mais do que a habilidade de preencher um cheque.
O Saleen tem apenas um metro de altura, e o ato de
entrar no automóvel requer a mesma performance exigida para o 300SL Gullwing Mercedes-Benz: coloque
uma mão no teto, levante sua perna direita colocando-a dentro do carro,
desloque o peso do seu corpo, levante a perna esquerda, colocando-a dentro do
S7 e deslizando, caia sobre a poltrona, que é direcionada para o centro, como
nos carros de corrida. Assim tem início, logo pela manhã, o test-drive do super
carro americano de Steve Saleen que, elaborado há 2 anos, representa o auge de
sua carreira de 18 anos.
Quaisquer dúvidas sobre se vale ou não a pena distender
um músculo ou machucar as costas para entrar num carro como este são apagadas,
ao observar-se o velocímetro, onde se pode ver a velocidade máxima, 240
milhas/h (386 km/h). Isto significa que este carro é capaz de andar a uma
velocidade superior a 6,4 km por segundo, se você estiver numa estrada onde
possa correr tanto assim.
Dê a partida no Saleen, e você será recompensado com a
cacofonia mecânica de um V8 550-HP, 7- litro (verificar se não é 7.0. Se for,
não precisa usar “litro”. Use apenas “7.0”), localizado próximo à sua cabeça.
Apesar de haver certo isolamento do motor, há uma repercussão na cabine do
motorista, de sua potência desenfreada, à qual você se sente diretamente
conectado, como você se sentiria também dentro de um Mustang P-51. O pedal da
embreagem deve ser pressionado para evitar um desgaste na máquina. Dá para
sentir imediatamente a força do motor do S7, como a de um cavalo puro-sangue
antes do seu galope matinal.
Passo em frente à porta do hotel e tomo a direção sul,
na Highway 101, ignorando os outros motoristas, todos olhando curiosos para o
carro, e me concentro no S7. Há várias emoções para absorver. Com apenas uma
leve pressão no acelerador, o S7 avança incrivelmente. Sua direção tem a
rapidez de um videogame. É preciso certa precisão nos movimentos da direção, o
que vem à medida que você se acostuma com ela.
A direção é extremamente firme, e a suspensão é muito
sensível às irregularidades da pista, como um carro de corrida. A embreagem do
S7 é excepcional, mesmo em velocidade baixa. Steve Saleen, fundador e
presidente da companhia, afirma que a aerodinâmica do carro é tão eficiente
(como um túnel de vento, e 64 canos de descarga e aberturas, para facilitar a
circulação do ar) que você poderia dirigir de cabeça para baixo a 250 km/h sem
perder o controle.
À tarde, com Steve
Saleen dirigindo, descemos por uma série de estradas com muitas curvas, que
leva até Jalama Beach, andando em alta velocidade, aproveitando o que um carro
inferior nunca poderia nos proporcionar. Saleen comentou “Há uma grande
sensação de bem-estar, e ao dirigir, você estabelece seus próprios níveis. Você
não pode jogar fora o carro, a menos que faça algo deliberadamente estúpido. O
S7 tem o mesmo feeback de um carro de corrida. Já comentei que ele é muito,
muito rápido, não é?”
Para fazer um bom negócio também, você pode optar por
uma Ferrari 575 Maranello ou um Aston
Martin V-12 Vanquish. Ambos têm um visual incrível, 4 cilindros a mais que
o S7, avançados recursos eletrônicos – sem mencionar seus pedigrees de corrida
de longa data. Os dois carros mencionados são capazes de atingir velocidades
obscenas nas ruas, estimulando seu coração do jeito que você gosta. Tudo isso
nos leva a perguntar quais os motivos que levariam uma pessoa a comprar o S7 –
e porque alguém como Saleen planejaria vender cerca de 400 S7 nos próximos quatro
anos?
Em primeiro lugar, nenhum outro carro do nível do S7
iria provocar tantas emoções, e nem causaria tanto impacto visual. Segundo, os
verdadeiros conhecedores admitem e apreciam a natureza descompromissada do
Saleen. É um carro que realmente não deveria jamais ser deixado sozinho nas
ruas.
É muito rebaixado, frágil e veloz. Mas, dentro da
cabine, você deve se conscientizar de que vai dirigir um S7. “Ele é americano.
É agressivo. Ele tem uma herança de corrida de carro. É um carro de corrida
para rodar nas ruas, uma fantasia que se tornou realidade.”
O S7 parece com a Lamborghini
Diablo. Seu design não é tão fluido como o F50 da Ferrari, mas ele
certamente desempenha toda a performance do F1 da McLaren (que usa um BMW 4-cam
V-12 modificado), por menos da metade do preço da McLaren, avaliada em 1 milhão
de dólares. Assento assimétrico, aerodinâmica especial, com 64 canos de
descarga e frestas para ventilação, rebaixado, com a altura máxima de 10 cm do
chão, e um pequeno porta-malas, o S7 revela-se definitivamente como um carro de
corrida disfarçado, que foi autorizado a rodar nas ruas.