EU, ROBOT

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Em tempos em que a novela das oito da Rede Globo emociona milhões de telespectadores com a personagem Luciana, interpretada pela atriz Alinne Moraes, paraplégica em decorrência de um acidente de carro, Um cientista japonês criou uma roupa cibernética capaz de aumentar a força muscular e facilitar os movimentos em pessoas idosas e com deficiências motoras.

EU, ROBOT




Imagine, por momentos, vestir a pele do Super-homem e ser capaz de carregar 100 quilos como quem segura uma pluma. Parece ficção científica, mas a realidade está à distância de pouco mais de 600 euros, pelo menos para quem viva no Japão. Esse é o preço a pagar pelo aluguer mensal de um das roupas biônicas apresentadas recentemente pela empresa Cyberdyne, que prometem facilitar a vida a pessoas idosas e a todas aquelas que apresentem dificuldades motoras.

 Criado pelo cientista nipônico Yoshiyuki Sankai e batizando HAL (Hybrid Assisted Limb ou Membro Assistido Híbrido, em bom português), o fato robótico é uma espécie de esqueleto externo capaz de aumentar de forma considerável a força e a mobilidade de quem o «ves

tir». Quem o utiliza pode, por exemplo, levantar 30 quilos de arroz só com um braço, como ficou demonstrado durante a apresentação do projeto.

O «milagre» é possível graças a um sistema «biocibernético» que incorpora elementos tecnológicos e mecânicos da biônica, eletrônica e robótica. O fato possui um conjunto de sensores bioelétricos que, em contacto com a pele, analisam o funcionamento do organismo e calculam a força que uma pessoa pode exercer e a que o HAL terá que lhe emprestar para cumprir uma determinada tarefa antes julgada impossível.

Quando o utilizador tenta, por exemplo, apanhar um objeto pesado, os seus músculos emitem uma corrente elétrica muito fraca que se dissipa através da pele, sendo captada pelos sensores. Estes transmitem a corrente para um microcomputador localizado junto à cintura, que, por sua vez, converte os sinais em impulsos elétricos que acionam os motores localizados nas «articulações» da prótese.

O dispositivo, que se assemelha a algumas das personagens próprias das revista em quadrinhos  japonesas, pesa entre 15 a 24 quilos, conforme seja usado apenas nos membros inferiores ou em todo o corpo, mas não é necessário usar grande força para movê-lo. Sankai espera, por isso, que possa ser usado em programas de reabilitação de pessoas com dificuldades físicas e apoio à crescente população idosa do país, bem como em missões de resgate, no apoio aos trabalhos pesados nas fábricas e até na indústria do entretenimento.

O invento é o resultado de mais de uma década de trabalho. O cientista da Universidade de Tsukuba criou o primeiro protótipo do robô em 1996, que se converteu no primeiro modelo do HAL, apresentado em 2005. De lá para cá, o dispositivo teve pelo menos cinco versões diferentes, tornando-se cada vez menos pesado e mais eficaz. O grande desafio assentou no desenvolvimento do sistema «biocibernético» capaz de captar os sinais transmitidos pelo cérebro aos músculos e, com base nisso, ativar os micromotores do fato-robótico numa fração de segundo.

A partir de Outubro, a Cyberdyne pretende produzir cerca de 500 unidades do HAL por ano, que serão alugados a instituições médicas e a clientes particulares por pouco mais de 600 euros por mês. Se a procura for muita, a invenção poderá ser fabricada a uma escala industrial e chegar ao mercado a um preço entre os 9 e os 12 mil euros. O objetivo, confessou o pesquisador, é desenvolver tecnologias que possam ser utilizadas para o benefício da Humanidade. Por isso rejeitou propostas dos governos americano e sul-coreano para a concepção de um robô para fins militares.

 


Autor: Adolfo de Castro
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Existe 2 comentários para esta publicação
sexta-feira, 26/2/2010 por Maria Aparecida P. Mendes.
Eu, ROBOT 2
Realmente é de grande benefício para a Humanidade. Pessoas que vivem de altas doses de medicamentos p/ poderem se locomover, com certeza terá melhor qualidade de vida. Parabéns!!
quinta-feira, 25/2/2010 por Maria
EU, ROBOT
Parabéns ao Cientista Yoshiyuki Sankai. A pergunta é: Para pessoas com dificuldades, por causa da velhice, é uma coisa. A outra é: Deficiência motora, por problemas neurológicos? Que só ainda andam, por causa de altas dozes de medicamentos???
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