E Schilda existe?

quinta-feira, 30 de março de 2017

Conta-se que lá pelo século XVI, os habitantes, isto é, os burgueses da cidade de Schilda / Alemanha, eram considerados muito sábios. Como esses crânios com cérebros superdotados eram convidados em massa para ocupar os mais altos cargos de ... isto é, na capital da Alemanha, a cidade de Schilda começava a ficar sem gente.

E Schilda existe?

Para dar um jeito nessa debandada geral de talentos, os burgueses de Schilda tiveram a ideia de se passar por idiotas. A medida deu tão certo que com o tempo se esqueceram de voltar a ser inteligentes...

Certo dia construíram um novo prédio da prefeitura. Como o arquiteto se esqueceu de por janelas nas paredes, pegaram baldes e sacos para carregar a luz do sol para dentro daquela casa sem janelas...

Em Schilda também tinha um problema de distribuição lógica de lixeiras. Havia ruas e praças com muitas lixeiras, enquanto em outros pontos da cidade não havia nenhuma. O prefeito de Schilda resolveu o problema! Ele mandou retirar onde havia muitas lixeiras... deixando os outros locais como estavam...

O caminhão de lixo, que em outras cidades recolhia o lixo de bares e restaurantes só depois desses terem fechado, em Schilda o caminhão compactador de lixo passava bem mais cedo e enquanto havia gente jantando no passeio, desfrutando do perfume putrefato...

O prefeito de Schilda, empolgado com o sucesso de sua administração, lançou a campanha chamada de "banho de luz".

Mandou erguer indiscriminadamente postes delgados e altíssimos, com luminárias modernas. Quando os burgueses de Schilda descobriram que em logradouros com muitas árvores, as ruas e os passeios ficavam às escuras, enquanto a parte superior das copas das árvores ficou iluminada, parecendo gramado de estádio de futebol em intervalo de jogos noturnos. Logo logo vieram com baldes e sacos, mas como era noite, não havia luz do sol para carregar até o breu das calçadas. O prefeito de Schilda, homem sagaz, derramou mais algumas lagrimas e mandou capar as copas das árvores para iluminar as ruas... para que alguma luz caísse sobre as ruas arborizadas... distribuindo um vale-sombrinha para quem se queixasse da falta de sombra durante o dia...

Havia também cidadãos de Schilda tristonhos por causa da retirada das "pedras de Schilda" do calçadão do Porto de Schilda até o Monte Cristo, substituindo-as por um passeio liso, porém feio. Como bons burgueses de Schilda não se incomodavam com "trocentos" outros lugares, onde havia enormes crateras nas calçadas em "pedras de Schilda" e nos passeios, inclusive em pontos turísticos como o espaço entre o Mercado Modelo de Schilda e o Elevador de Schilda, sem falar das ruas de Schilda...

Várias praças de Schilda não tinham bancos, evitando-se assim que vagabundinhos os usassem como lugar de dormir. Em toda cidade de Schilda também não havia um sanitário público sequer. Está nos anais de Schilda, que não havia sanitário público usável como em outros estados, por medo que homossexuais usassem aquelas instalações para praticarem coisa feia... Vai ver que o prefeito de Schilda também vendeu o sofá que havia na sala da casa dele...

A bem da verdade, havia alguns burgueses de Schilda insatisfeitos com o Sr. Prefeito. Resolveram marcar um ato de protesto. Como eram cidadãos de Schilda, resolveram reunir-se no Farol de Schilda num domingo às 10:00horas pela manhã, com todos vestindo alguma peça de roupa branca. Eles sabiam que aos domingos, a rua que margeia do Farol de Schilda ficava interditada para automóveis, circulando por lá mães e pais com crianças, alguns ciclistas e alguns turistas pé de chinelo. O que o historiador não sabia é que aquela reunião era apenas para que os burgueses de Schilda, indignados com a administração pública e com o prefeito pudessem se conhecer... já que Schilda havia voltado a crescer.. e muito.

Havia na época um tipo de Pedro Malasartes alemão chamado Till Eulenspiegel. Era um gaiato um tanto belicoso, sugerindo que o pessoal do SOS-Schilda se reunisse na porta da casa do prefeito munido de carro de som, fazendo o maior escarcéu..., berrando nos microfone todas as críticas e reivindicações... criando a partir daquela data um tipo speakers corner móvel e itinerário, com reuniões barulhentas nos pontos da cidade com as maiores maluquices e falhas!!!

É o que se conta na Alemanha sobre os cidadãos de Schilda. Se você achar que é mentira, consulte a Wikipédia.

 



A foto mostra o jornalista e escritor Conrad Seidl, o Papa da Cerveja, ao lado de Josélia e a taverneira Maria Alice com Reinhard Lackinger taverneiro e vigário geral para o Brasil em assuntos de cerveja...   ; -)))



Autor: Reinhard Lackinger
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