Felipão foi o melhor sapateiro que a região conheceu. Depois
abandonou a profissão e resolveu ser vendedor de calçados aqui e nas cidades
circunvizinhas onde ganhou dinheiro e fez
filhos.Posteriormente já prejudicado pelo problema nas pernas, escolheu
a profissão definitiva;montou uma loja de artigos para fabricação de calçados. Na
verdade, sua loja era uma miscelânea que vendia produtos de armarinho e até
óculos de grau. Lembro-me dele sentado entre couros e fivelas que eu comprava
para fabricar meus cintos tipo “Jovem Guarda” Tinha um olhar maroto, e o
sorriso sincero, heranças que deixou para o filho Samuel que no último sábado, completou
56 anos e recebeu um “milhão de amigos” para
abraçá-lo na sua cobertura da av. Ruy Barbosa, exatamente em cima da loja que
foi do pai e hoje abriga uma loja variedades, as famosas “1,99”.
A cobertura do Samuel tem duas frentes, uma para a Ruy Barbosa,
e outra para a área que o DENIT detém em detrimento dos interesses da comunidade.
Se a prefeita Fátima Nunes conseguir
sensibilizar os diretores do órgão federal para cedê-lo ao município,a cidade
de Euclides da Cunha vai ganhar um espaço privilegiadíssimo e os becos com os
fundos das casas da rua Élson Torres,Almerindo Rhen,Ruy Barbosa e da Usina, serão
transformados numa das áreas mais
valorizadas do centro da cidade.
Enquanto nos deliciávamos com boa conversa, e muita
fartura de comes e bebes,fui olhando a cidade sob outro prisma. A idéia do Samuel
lembra o que se vê em grandes centros do mundo onde prédios antigos com
aparência externa discreta e muitas vezes até decadentes abrem portas para os
chamados “Lofts” de extremo luxo e bom gosto. Morar assim é uma opção bastante
prática e interessante.Uma casa sobre a copa das arvores com uma vista privilegiada
com muito espaço em pleno coração da cidade.
E por falar em coração, as presenças, os aplausos e as
manifestações de carinho que assisti ali, mostram que Samuel herdou de Felipão,
não só o sorriso e o olhar maroto. Herdou o carisma e se fez muito querido.Parabéns Samuel e Lívia
pela maneira de bem receber,pela fartura
principalmente de amizades ,pelos quatro meses de idade de Luiz Henrique, o mais
novo membro da família,e pela possíbilidade de falar com Deus aqui mesmo da sua varanda.