Na semana passada, cerca de duzentos ex-
correligionários do deputado Zé Nunes Soares e da prefeita Fátima Nunes
reuniram-se na casa do Procurador por concurso da Prefeitura municipal de
Euclides da Cunha e primo da prefeita, Carlos Alberto Aquino, para entre outras
ações criar um Fórum de cidadãos que estão preocupados com os rumos da administração que a dupla vem exercendo no município. Hoje, em entrevista à
Euclides da Cunha FM, o promotor de Justiça Marcelo Cerqueira César afirmou que
o Açougue Municipal da av. Rui Barbosa deverá ser fechado segundo acordo
feito com a prefeita Fátima Nunes em audiência pública. Caso a determinação não
seja cumprida, a municipalidade deverá receber multa diária de dez mil Reais e
serão tomadas as medidas previstas em lei para esses casos. Para o bom
entendedor, a Justiça poderá solicitar a força policial para lacrar o açougue
que vem pondo em risco a saúde da população e estimulando a concorrência
desleal entre comerciantes de carnes que trabalham na legalidade e aqueles que
burlam a lei vendendo produtos de abatedouros clandestinos.
Mas estas não são as únicas pedras nos sapatos da
prefeita e do deputado. O novo diretor geral da CAAD, organismo do DETRAN que
coordena entre outras atividades, todas as CIRETRANS e SAC do interior do
Estado, o euclidense Téo Dantas, está indignado com a quantidade de
irregularidades cometidas no trânsito pela própria prefeitura e cita alguns
absurdos. Segundo Dantas, os tratores e similares que estão recolhendo o lixo
da cidade são veículos proibidos pelas leis de trânsito, de circular pelo
centro da cidade. Até para atravessar as vias públicas, esse tipo de
veículo precisa de licença especial do órgão de trânsito e de batedores. Um
destes veículos irregularmente a serviço da PMEC já causou inclusive uma
tragédia. “Vou interpelar a prefeita através do Ministério Público se a nossa
determinação não for cumprida de imediato”, afirma.
Ainda segundo Téo Dantas, uma equipe do CAAD esteve
mês passado na cidade com a missão de reunir motoristas de ônibus que servem ao
município para fazer um trabalho de conscientização. Assustado,o coordenador da
equipe ligou para o diretor e disse que se fosse para cumprir a Lei,
teria de apreender todos os ônibus em circulação. Foi então marcada uma reunião
com empresários, proprietários de ônibus, seus gerentes, administradores e a
equipe da prefeitura envolvida no processo. “Para surpresa minha, a equipe da
prefeitura sequer respondeu ao convite”.
Finalmente, semana passada, o padre Jayme, ferrenho
defensor dos Nunes, no seu sermão da missa das oito, condenou em alto e
boníssimo tom, a proibição das transmissões do Legislativo euclidense através
da Rádio comunitária, uma promessa de campanha da presidente da casa, Romilda
Costa. Presente à missa, a prefeita Fátima Nunes, cabisbaixa, rezava
provavelmente para São Longuinhos.
Mas quem conhece a habilidade política do deputado
Zé Nunes, verdadeiro gestor do município, garante que ele vai se sair bem no
final do jogo. ”Ele está é juntando dinheiro para cobrir de obras a
cidade quando estiver mais próximo das eleições”, afirmava um eleitor
cativo do deputado.
E quanto à população e suas carências? O povo que
se lixe!Diria uma velha raposa acostumada a linguajar não muito apropriado a
uma autoridade e que já sentou por mais de uma vez no trono que hoje pertence
aos Nunes.
Então, eis o “X”da questão. Os tempos são outros, a
cidade precisa ser gerida no seu dia-a-dia, os lideres comunitários precisam
ser ouvidos, as promessas de campanha precisam ser cumpridas, inclusive a formação
daquele “Conselho de Cidadãos” que o deputado Zé Nunes prometeu criar e chegou a convidar pelo menos um membro. O município necessita
urgente de ações envolvendo educação, saúde (principalmente) e campanhas
educativas (urgentemente). Segurar recursos agora para mostrar serviço no ano
de eleições, não é justo com o eleitor que acreditou em mudanças e
mudanças de verdade. Espera-se que essa população comece a entender esse
jogo e por não ser peças de tabuleiro, responda em 2010 com a única arama que
possui;o voto