A família Felix migrou de Antas para Euclides da Cunha
no final dos anos 40. Mulheres fortes e homens determinados, os irmãos. João, (Dão),
José e Emílio, as irmãs, Eurídice, Josefina e Alice, casaram-se com cidadãs e
cidadãos euclidenses, aqui constituíram família e patrimônio. Outros três
irmãos, Aurelino, Osvaldino e Lindolfo, permaneceram em Antas.
Marcados pelas tragédias, perderam nos anos 60, vítima
de atropelamento, á altura da casa de Pedro Quirino, o menino Carlinhos, filho
de José Remígio, o Zé da Marinete e de D. Josefina Felix. 20 anos depois, nos
anos 80, foi a vez de Eurídice e Valdemar Ferreira dos Santos, o Ioiô de Hermógenes
perder num acidente de automóvel, o seu primogênito, Lazaro. Mais recentemente,
uma tragédia brutal ceifou a vida de parte da família de Josefina. Foi em 2007,quando
mais uma vez num acidente de automóvel provocado pela irresponsabilidade de
terceiros, morreram sua filha Maria José, a Bazé, a neta Ana Paula e a bisneta,
Karen
Religiosos, os Felix sempre buscaram consolo na fé e no
trabalho. As tragédias não lhes tiraram nunca o sentido da vida.
Um dos mais representativos membros da família é
Agamenon Felix, filho de Ioiô e Eurídice. Ioiô foi um dos mais proeminentes comerciantes
da cidade. Estabelecido à Av. Oliveira Brito desde os anos 40, falecido em 2004,
tem os negócios no mesmo local e tocados com a mesma garra pela viúva Eurídice.
Agamenon, 52 anos, graduado em Ciências Econômicas, estabeleceu-se
na antiga Rua da Bomba com uma loja de material
de construção, hoje uma das mais completas e tradicionais da cidade,
administrada em parceria com a mulher Grace,
uma soteropolitana que após apaixonar-se por ele, apaixonou-se pela cidade natal
do marido, para onde se transferiu definitivamente ainda nos anos 80. O casal
tem três filhos. Dois jovens já com formação superior e uma menina em idade
escolar.
“Olha, estou construindo aqui ao lado uma loja mais moderna e com espaços mais amplos.
sei que a cidade já tem lojas nos moldes das de Salvador. Um imenso showroom e
o dono fechado no escritório. É bonito! entretanto, no meu entender, aqui,
ainda precisamos de balcão. O cliente quer ver o dono da loja, conversar
pessoalmente com ele. A minha idéia nas novas instalações é fazer um misto
disso. Um bom balcão, minha mesinha com acesso livre para o cliente e uma área
especial com um moderno showroom.” Justifica.
Membro das duas categorias que movimentam o município,
o Comércio e a Agropecuária, ele prefere manter-se distante das questões político-partidárias.
Entretanto, não deixa criticar aspectos das últimas administrações do município.
“Com esse negócio de mudança na geração que
administraria Euclides da Cunha, desembarquei de mala e cuia na candidatura de
Renato Campos. Grande esperança e maior ainda decepção. Ele tinha sido meu
professor de Projetos na faculdade.Jovem, bem relacionado e competente, Renato
nunca disse ao que veio. Nem na primeira e nem na segunda administração. Exatamente
por isso nunca votei nos candidatos apontados por ele para sucedê-lo. Inclusive
no José Nunes. Votei na Rosa como resposta à péssima administração dele. Nesta
última votei na Fátima pelo julgamento que fiz da administração da Rosa” Ratifica.
Segundo Agamenon, a sua impressão é a de que os
políticos daqui querem ver sempre o eleitor na dependência de um emprego na
Prefeitura. “Na última administração do Renato, o Otto Alencar (marido da irmã dele, Márcia) então Secretário de
Indústria e Comércio no governo Paulo Souto, abriu as portas da Secretária e
ofereceu condições para instalar aqui uma fábrica de calçados que geraria 350
empregos diretos. Ofereceu inclusive verbas estaduais para desapropriar uma
área caso o município não possuísse local adequado. Renato não deu a menor
importância à oferta. O comércio, a agropecuária, as aposentadorias e os
programas sociais do governo, não podem continuar sustentando nossa economia. É
preciso gerar empregos”. Enfatiza.
Agamenon num balanço do que a “nova geração de
prefeitos” realizou, afirma que cada um deu alguma contribuição ao
desenvolvimento do município. “Não foi o Zé Nunes que fez tudo como diz. Mas é inegável
a contribuição dele nos Programas de Eletrificação Rural, de abastecimento de
água e principalmente no asfaltamento e conservação da BR116. Mas os outros
também deram sua contribuição. O Atayde, por exemplo, é responsável por várias
obras e pela implantação da UNEB, ato de valor inestimável para o município”. Valoriza.
No atual momento político, ele analisa como delicada a
situação do Dep. Zé Nunes. “A responsabilidade dele agora é muito maior, pois
ele botou a mulher dele lá e está à frente do governo. É dele que vamos cobrar.
Tenho aqui na gaveta o Plano de Governo. Embora eles digam que as coisas estão
melhorando, não estou vendo muito isso. A Saúde, por exemplo, está um caos e
nas estradas vicinais, o que se vê é pura maquiagem. Embora ainda esteja cedo
para julgar, Zé Nunes diz ter seis milhões em caixa, no entanto, ninguém vê
esse dinheiro ser transformado em ações em benefício da sociedade. A penúltima
prefeita ganhou as eleições com dois mil votos de diferença. Agora perdeu por
sete mil. É o julgamento do povo.” Alfineta.
“Na eleição passada o Zé Nunes garantiu que a eleição
passaria pelo CDL. A meu ver não passou. Se ele quiser dividir
responsabilidades, terá que convocar todos os segmentos da sociedade para
escolher o candidato, e não fazer isso numa reunião com meia dúzia de amigos. Eu
não tenho ambição de ser prefeito. Não faz e nunca fez parte do meu projeto de vida.
Se for para servir a terra posso até ir. Mas para entrar e sair com o mesmo
patrimônio que acumulei a custa de muito suor. A política não deve ser o lugar
para o cidadão aumentar ou diminuir o patrimônio. Meu pai já dizia que o
cidadão se quiser entrar na política, tem de ser para contribuir com a
sociedade e não para obter vantagens pessoais”
“Agora eu nasci e me criei aqui. Fui para Salvador e
fiquei lá por doze anos e me graduei em Ciências Econômicas pela Faculdade
Baiana de Economia. Voltei para cá, vivo aqui e invisto aqui tudo o que ganho.
Mantenho um apartamento em Salvador apenas para os meus filhos que estão estudando.
Por isso, meu partido é Euclides da Cunha. O prefeito daqui tem de ser como o
sindico de um prédio todos os meses prestar conta de receita, despesa e ações. Tudo
com muita transparência e com o site da prefeitura no ar e não apenas com o
endereço pintado nas portas dos carros. As Leis devem ser cumpridas e o
legislativo tem de ser independente e fiscalizar isso. Houve um tempo aqui que
a maioria dos vereadores tinha negócios com a prefeitura. Hoje eu não sei. Não
posso provar nada”
“Finalmente, é bom que não se coloque como responsáveis
pelas mazelas do Município, apenas o DEM, seus administradores e a administração
da Rosa . O PT também é governo e responsável pelo município. Não se vê do
partido qualquer movimento em benefício da população. O que há na maioria das
vezes são picuinhas políticas que em nada contribuem para o nosso desenvolvimento.
Agora mesmo, doei quinze mil metros quadrados aqui no Jeremias para se
construir o Campus da UNEB. A troco não sei de que, o pessoal do PT é contra e
prefere a área do DENIT às margens da rodovia.Muitas vezes, só querem mesmo é atrapalhar.
Eu,como já disse,tenho como partido,Euclides da Cunha. Reforça.