Agamenon abre o verbo

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

“Com esse negócio de mudança na geração que administraria Euclides da Cunha, desembarquei de mala e cuia na candidatura de Renato Campos. Grande esperança e maior ainda decepção. Ele tinha sido meu professor de Projetos na faculdade. Jovem, bem relacionado e competente, Renato nunca disse ao que veio. Nem na primeira e nem na segunda administração."

Agamenon abre o verbo



A família Felix migrou de Antas para Euclides da Cunha no final dos anos 40. Mulheres fortes e homens determinados, os irmãos. João, (Dão), José e Emílio, as irmãs, Eurídice, Josefina e Alice, casaram-se com cidadãs e cidadãos euclidenses, aqui constituíram família e patrimônio. Outros três irmãos, Aurelino, Osvaldino e Lindolfo, permaneceram em Antas.

Marcados pelas tragédias, perderam nos anos 60, vítima de  atropelamento, á altura da casa de Pedro Quirino, o menino Carlinhos, filho de José Remígio, o Zé da Marinete e de D. Josefina Felix. 20 anos depois, nos anos 80, foi a vez de Eurídice e Valdemar Ferreira dos Santos, o Ioiô de Hermógenes perder num acidente de automóvel, o seu primogênito, Lazaro. Mais recentemente, uma tragédia brutal ceifou a vida de parte da família de Josefina. Foi em 2007,quando mais uma vez num acidente de automóvel provocado pela irresponsabilidade de terceiros, morreram sua filha Maria José, a Bazé, a neta Ana Paula e a bisneta, Karen

Religiosos, os Felix sempre buscaram consolo na fé e no trabalho. As tragédias não lhes tiraram nunca o sentido da vida.

Um dos mais representativos membros da família é Agamenon Felix, filho de Ioiô e Eurídice. Ioiô foi um dos mais proeminentes comerciantes da cidade. Estabelecido à Av. Oliveira Brito desde os anos 40, falecido em 2004, tem os negócios no mesmo local e tocados com a mesma garra pela viúva Eurídice.

Agamenon, 52 anos, graduado em Ciências Econômicas, estabeleceu-se na antiga Rua da Bomba com uma loja de material de construção, hoje uma das mais completas e tradicionais da cidade, administrada em parceria com a mulher Grace, uma soteropolitana que após apaixonar-se por ele, apaixonou-se pela cidade natal do marido, para onde se transferiu definitivamente ainda nos anos 80. O casal tem três filhos. Dois jovens já com formação superior e uma menina em idade escolar.

“Olha, estou construindo aqui ao lado uma loja mais moderna e com espaços mais amplos. sei que a cidade já tem lojas nos moldes das de Salvador. Um imenso showroom e o dono fechado no escritório. É bonito! entretanto, no meu entender, aqui, ainda precisamos de balcão. O cliente quer ver o dono da loja, conversar pessoalmente com ele. A minha idéia nas novas instalações é fazer um misto disso. Um bom balcão, minha mesinha com acesso livre para o cliente e uma área especial com um moderno showroom.” Justifica.

Membro das duas categorias que movimentam o município, o Comércio e a Agropecuária, ele prefere manter-se distante das questões político-partidárias. Entretanto, não deixa criticar aspectos das últimas administrações do município.

“Com esse negócio de mudança na geração que administraria Euclides da Cunha, desembarquei de mala e cuia na candidatura de Renato Campos. Grande esperança e maior ainda decepção. Ele tinha sido meu professor de Projetos na faculdade.Jovem, bem relacionado e competente, Renato nunca disse ao que veio. Nem na primeira e nem na segunda administração. Exatamente por isso nunca votei nos candidatos apontados por ele para sucedê-lo. Inclusive no José Nunes. Votei na Rosa como resposta à péssima administração dele. Nesta última votei na Fátima pelo julgamento que fiz da administração da Rosa” Ratifica.

Segundo Agamenon, a sua impressão é a de que os políticos daqui querem ver sempre o eleitor na dependência de um emprego na Prefeitura. “Na última administração do Renato, o Otto Alencar (marido da irmã dele, Márcia) então Secretário de Indústria e Comércio no governo Paulo Souto, abriu as portas da Secretária e ofereceu condições para instalar aqui uma fábrica de calçados que geraria 350 empregos diretos. Ofereceu inclusive verbas estaduais para desapropriar uma área caso o município não possuísse local adequado. Renato não deu a menor importância à oferta. O comércio, a agropecuária, as aposentadorias e os programas sociais do governo, não podem continuar sustentando nossa economia. É preciso gerar empregos”. Enfatiza.

Agamenon num balanço do que a “nova geração de prefeitos” realizou, afirma que cada um deu alguma contribuição ao desenvolvimento do município. “Não foi o Zé Nunes que fez tudo como diz. Mas é inegável a contribuição dele nos Programas de Eletrificação Rural, de abastecimento de água e principalmente no asfaltamento e conservação da BR116. Mas os outros também deram sua contribuição. O Atayde, por exemplo, é responsável por várias obras e pela implantação da UNEB, ato de valor inestimável para o município”. Valoriza.

No atual momento político, ele analisa como delicada a situação do Dep. Zé Nunes. “A responsabilidade dele agora é muito maior, pois ele botou a mulher dele lá e está à frente do governo. É dele que vamos cobrar. Tenho aqui na gaveta o Plano de Governo. Embora eles digam que as coisas estão melhorando, não estou vendo muito isso. A Saúde, por exemplo, está um caos e nas estradas vicinais, o que se vê é pura maquiagem. Embora ainda esteja cedo para julgar, Zé Nunes diz ter seis milhões em caixa, no entanto, ninguém vê esse dinheiro ser transformado em ações em benefício da sociedade. A penúltima prefeita ganhou as eleições com dois mil votos de diferença. Agora perdeu por sete mil. É o julgamento do povo.” Alfineta.

“Na eleição passada o Zé Nunes garantiu que a eleição passaria pelo CDL. A meu ver não passou. Se ele quiser dividir responsabilidades, terá que convocar todos os segmentos da sociedade para escolher o candidato, e não fazer isso numa reunião com meia dúzia de amigos. Eu não tenho ambição de ser prefeito. Não faz e nunca fez parte do meu projeto de vida. Se for para servir a terra posso até ir. Mas para entrar e sair com o mesmo patrimônio que acumulei a custa de muito suor. A política não deve ser o lugar para o cidadão aumentar ou diminuir o patrimônio. Meu pai já dizia que o cidadão se quiser entrar na política, tem de ser para contribuir com a sociedade e não para obter vantagens pessoais”

“Agora eu nasci e me criei aqui. Fui para Salvador e fiquei lá por doze anos e me graduei em Ciências Econômicas pela Faculdade Baiana de Economia. Voltei para cá, vivo aqui e invisto aqui tudo o que ganho. Mantenho um apartamento em Salvador apenas para os meus filhos que estão estudando. Por isso, meu partido é Euclides da Cunha. O prefeito daqui tem de ser como o sindico de um prédio todos os meses prestar conta de receita, despesa e ações. Tudo com muita transparência e com o site da prefeitura no ar e não apenas com o endereço pintado nas portas dos carros. As Leis devem ser cumpridas e o legislativo tem de ser independente e fiscalizar isso. Houve um tempo aqui que a maioria dos vereadores tinha negócios com a prefeitura. Hoje eu não sei. Não posso provar nada”

“Finalmente, é bom que não se coloque como responsáveis pelas mazelas do Município, apenas o DEM, seus administradores e a administração da Rosa . O PT também é governo e responsável pelo município. Não se vê do partido qualquer movimento em benefício da população. O que há na maioria das vezes são picuinhas políticas que em nada contribuem para o nosso desenvolvimento. Agora mesmo, doei quinze mil metros quadrados aqui no Jeremias para se construir o Campus da UNEB. A troco não sei de que, o pessoal do PT é contra e prefere a área do DENIT às margens da rodovia.Muitas vezes, só querem mesmo é atrapalhar. Eu,como já disse,tenho como partido,Euclides da Cunha. Reforça.


Autor: Celso Mathias
Publicação vista 2391 vezes


Existe 5 comentários para esta publicação
sábado, 1/8/2009 por TIAGO VILA NOVA JR
PARABÉNS AGAMENON
BOM DIA !!!!!! DEIXO AQUI O MEU PARABÉNS, PRA VOCÊ AGAMENON TENHO A MESMA VISÃO QUE VOCÊ, EM RELAÇÃO A TUDO ISSO É PRECISO MUDAR E MUDAR LOGO, SÓ JOVEM VOCÊ MIN CONHECE DEDICADO AO MEU TRABALHO E VEJO MUITOS JOVENS SEM FUTURO ALGUM AQUI EM E. DA CUN
sábado, 1/8/2009 por josé
Política Clara
Agamenon, fiquei muito contente ao ver sua entrevista, pois não imaginava que a cidade de euclides da cunha pudesse ter uma pessoa de sua invergadura preocupada com o progresso da cidade. As vezes um caminho para ser percorrido necessita de grandes e
sexta-feira, 31/7/2009 por celita miranda
Visão
Esse parece um homem de visão. Por que não participa mais diretamente? A política precisa de gente séria e empreendedora
sexta-feira, 31/7/2009 por CIDADÃ
Raciocinio perfeito
É importante a participação de grandes empreendedores na administração municipal.Agamenon não esperava tanta bagajem.Parabéns
quinta-feira, 30/7/2009 por eurico sad mathias
novo pensamento politico
felicito o amigo agamenom pela brilante entrevista, torcendo que o mesmo se empenhe pela politica do nosso querido municipio.
Enviar comentário


Confira na mesma editoria:
 De menino pobre a grande pecuarista
De menino pobre a grande pecuarista
Euclides da Cunha terra de ilustres
Euclides da Cunha terra de ilustres
Copyright 2014 ® Todos os Direitos Reservados.