No site euclidesdacunha.com do último dia 29, dentre outras críticas, um texto cheio de maliciosa criatividade dizia:
“Foi o São João mais
voltado para o erotismo e a culinária que a cidade assistiu. Tinha “Amor A3”, Mulheres
Perdidas”, “Namoro Novo”, VoaDois”,”Desejo de Mulher”,... Tomate,Alexandre Peixe,Mastruz
com leite...Uma verdadeira moqueca musical”.
Tudo isso, em um lugar para onde as pessoas se deslocam com a finalidade de ouvir um legitimo Forró pé de serra e outras manifestações folclóricas comuns à data.
O comércio reclama dos resultados das tão badaladas “100 horas de FORRÓ”. Para os hoteleiros, a ocupação não passou de 75%. Para os “puristas”, faltou mesmo foi forró. Mas há uma parcela de jovens que se desmancha em elogios. “Afinal de contas, não é toda hora que pode se curtir um axezinho de graça sob as bênçãos de São João e o gostoso clima do Inverno euclidense”. Tudo isso numa cidade com baixo nível de violência e de um povo acolhedor.
Outro fato muito questionado foram os cachês pagos a forrozeiros e axezeiros. Uma exorbitância na ótica de alguns produtores consultados. Certamente o experiente José Nunes Segundo, o Segundinho, vitorioso promotor do “Forrobode, parece que desta vez caiu na conversa dos vendedores de shows, ou quem sabe, no seu atribulado dia-a-dia como assessor “0800” da mãe prefeita, não tenha tido tempo suficiente para pesquisar e negociar preços.
Na Câmara de Vereadores, a oposição deitou falação: O vereador Luciano criticou a Prefeita Fátima Nunes por ter dito em um programa de rádio local, que o tinha fotografado dançando Axé no S.João. “Quero dizer a senhora Prefeita que o tempo da ditadura acabou. Não tenho medo de ameaça e não será uma simples foto que me fará calar. Ao invés de estar tirando foto de vereador, deveria tirar foto da atual situação das estradas, da falta de iluminação na Praça de Pinhões, do abarrotamento de lixo na Praça do Pacote em Ruilândia, da patrol do município, da pá carregadeira, que se encontra a dois meses quebrados, do trator de esteira que está em Vertente do Cupã para limpeza de uma aguada a três meses, do estado caótico em que se encontra a estrada que liga Euclides da Cunha ao povoado de Maria Preta".
Já o vereador José Milton Abreu manifestou sua insatisfação com o Axé music no período junino. “Tive a oportunidade de sair durante a festa por dois dias e conversei com pessoas que realmente amam e respeitam a tradição de Euclides da Cunha, e nenhuma pessoa, que eu diria culta, concordou com esse absurdo que aconteceu em nossa cidade. Eu acho que a cultura é até, às vezes, mais importante do que outros tipos de descobertas” disse o vereador.
O vereador Cláudio Lima elogiou a paz e a tranqüilidade apresentada por todos que por aqui passaram e pelos euclidenses. “Foi um S. João de paz”, disse o vereador. Ressaltou, porém, que o S. João em termos econômicos, foi um dos piores dos últimos anos. “O povo perdeu, porque muitas casas não foram alugadas como de costume, os hotéis não lotaram, as farmácias, os mercados, os bares, os restaurantes não venderam mais. Se for fazer a contabilidade, saiu mais dinheiro do município do que entrou, pois os custos das atrações da festa pagos pelo município foram maiores de que o acréscimo de vendas pelo comércio local. Se preparasse uma estrutura e se planejasse, aí sim diria: O nosso São João foi um sucesso”, afirmou.
Já a prefeita Fátima Nunes em seu périplo sabático, disse a feirantes e transeuntes, que este foi um dos melhores São João que a cidade já viveu e que a aprovação estava situada acima de 90%. A prefeita não forneceu dados sobre quem produziu tal estatística.
Quem veio de fora observou uma cidade com um comércio pujante, trânsito caótico, poluição visual ,sonora e a falta de campanhas públicas básicas para educar um povo ordeiro à espera de lideranças que o ajude a entender e respeitar regras de civilidade. Enquanto o popular Nego da Lindaura comanda com braço de ferro seu exercito de “Brancaleone” que teima em limpar o que a população teima em sujar por pura falta de educação, o poder público parece, agora e sempre, a milhares de milhas de distância dos problemas do cotidiano da cidade. Administra na verdade, outros tipos de conflitos...
Diante de tudo isso, resta tirar o chapéu para o empresariado local, principalmente os comerciantes que acreditam no potencial da cidade e investem em instalações modernas, ofertas de produtos normalmente só encontrados em centros mais avançados e alguns, até em treinamento. É um afago à audição, ouvir um prestador de serviço da cidade dizer com orgulho"Olha, nós temos certificado ISO". É isso ai!