O clip vermelho

sábado, 6 de junho de 2009

Era uma vez um rapaz que tinha uma idéia louca e queria colocá-la net... Ganhar muito dinheiro com a Internet é possível, mas não é negócio para todos. É preciso ter ideias originais e geniais. É preciso investir e ter paciência. E também é preciso sorte. Kyle MacDonald é um dos que, com engenhosidade e sorte chegaram lá

O clip vermelho

 



Já alguma vez lhe passou pela cabeça converter-se num blogger profissional, de forma a pagar todos os seus gastos e não ter de voltar a ouvir a voz do seu chefe chato? Não? Pois fique sabendo que é possível e há quem o tenha feito. Na realidade, a Internet tem sido o lugar ideal para se fazer fortuna, com muita gente a gastar milhares e a ganhar milhões. O segredo do sucesso passa por se ser inovador, saber onde e quando investir. Mas há diferenças. Há os que fazem fortuna — como Mark Zuckerberg, fundador da rede social Face book, que já amealhou mais de 1,5 mil milhões de euros — criando algo para outros cibernautas. Só que para isso é preciso, no mínimo, entender alguma coisa de informática. Muitos desses ‘meninos’ fazem parte da lista dos mais jovens milionários da Internet. Há os que vendem produtos online. Mas há também os que se servem da Internet apenas para projeção pessoal ou para ganhar algo, através de uma boa ideia ou agarrando um momento de sorte. É destes últimos que deixamos alguns exemplos. Na maior parte dos casos conseguem vingar através de blogues, aliando originalidade, empenho e sorte.

A história de Kyle MacDonald, de 29 anos, é uma das mais bizarras da Internet. O canadense propôs-se trocar um clip vermelho por uma casa. Impossível? Não.

É certo que o clip é uma invenção genial e útil, mas o seu valor comercial não paga uma chave quanto mais uma casa. Kyle não pensou assim e, num golpe de gênio, resolveu trocar um clip vermelho por um objeto melhor, até que essa troca sucessiva o levasse a obter o desejado imóvel. Tudo começou em Julho de 2005, quando o canadense colocou o seu clip num anuncio de classificados, o Craiglist, pedindo em troca algo melhor. Dois dias depois, recebe uma chamada de duas jovens de Vancouver dispostas a dar-lhe uma caneta em forma de peixe em troca do clip. No mesmo dia Kyle parte para Seattle ao encontro da artista plástica Annie Robbins e troca a caneta por uma maçaneta de cerâmica. Segue-se Shawn Sparks e um fogareiro de acampamento, que por sua vez é trocado por um gerador, mais tarde trocado por um ‘pacote de festa instantâneo’, que não era mais do que um barril de cerveja e um néon luminoso. É aqui que surge o primeiro percalço. Os bombeiros confiscam-lhe o barril alegando fuga de gás. Mas Kyle não entrega os pontos e consegue recuperar o gerador, que acaba por trocar em Montreal por uma moto de neve. A essa  altura  o seu blog era popular e uma revista de motos de neve oferece-lhe uma viagem até Yahk que Kyle trocou por uma furgoneta. Esta acaba por ser trocada por um contrato de gravação de música num estúdio, por sua vez trocado por um ano de aluguel de um pequeno apartamento em Phoenix, Arizona. Não satisfeito, Kyle continua a sua campanha de trocas até que consegue um papel no filme “Donna on Demand”. Ora, como há sempre alguém disposto a fazer tudo para entrar num filme, o canadense recebe, finalmente, e um ano depois de ter colocado o seu clip vermelho na Internet, a proposta desejada: uma casa, situada em Kipling, uma localidade de 1000 habitantes. Entretanto, Kyle lançou um livro com a sua história, traduzido em 13 línguas. E teve outra ideia: trocar a casa por outra coisa! A essa altura, o canadense diz que já recebeu várias propostas, sendo as mais caricatas: uma montanha no Cazaquistão, uma caravana, uma casa na Rússia, os direitos do nome para uma nova espécie de inseto e até... um clip vermelho.

 


Autor: Celso Mathias
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