Segundo o professor Selman, numa reunião efetuada
recentemente nos EUA, especialistas afirmaram que tendo em conta os avanços
registrados na genética, no conhecimento das células mães, etc, poderia se
pensar que a vida do ser humano pode durar indefinidamente.
Se for assim, por que hoje são poucas as pessoas que
chegam a essa idade?
O professor menciona fatores genéticos, ambientais e
outros, os quais fazem com que o indivíduo se deteriore rapidamente. E como
toda exceção tem sua regra, por isso há quem chegue a uma idade mais avançada
sem curtir o tipo de vida que se estabelece para alongar a existência até os
120 anos.
A pessoa que mais viveu no mundo (comprovado pelo Guiness)
foi a francesa Jeanne Calment
faleceu aos 122 anos. Agora, a mais longeva é paranaense Maria Oliva da Silva
que teria 129 anos (não comprovados pelo Guiness). Com 114 anos morreu Elena Slough,
a mais idosa nos Estados Unidos. A japonesa Kamato Hongo e a dominicana
Elizabeth Israel morreram aos 116 e 128 anos, respectivamente.
Selman alerta que os cuidados para uma longevidade
sadia devem começar já na fecundação. Após fecundado o óvulo, continuam as
medidas pertinentes para garantir o desenvolvimento normal do feto, os cuidados
durante a gravidez para que não haja dificuldades no momento do parto, o
atendimento do bebê na primeira infância, na adolescência, no adulto jovem e
nos idosos.
Comentando sobre Compay
Segundo, o famoso artista, boêmio, fumante inveterado, bebedor de rum
cubano, que manteve suas faculdades mentais bem claras e boas condições físicas
praticamente até o último dia de sua vida, 96 anos, ele afirma: «Este artista
foi uma exceção da regra, mas como acontece com outros casos, se não tivesse
fumado ou bebido rum teria alongado sua vida muitos anos mais».
E os casos daqueles que jamais têm bebido nem fumado e
morrem aos 50 anos, por exemplo?
«É possível que apresentassem um problema genético que
lhes impedia viver mais, ou comiam alguma coisa que afetava sua saúde ou tinham
deficiências de vitaminas. Sempre há uma razão científica que explica isso».
Se o homem conseguisse viver mais poderia alongar a
atividade sexual?
«Com certeza», opina o professor, mas adverte que o
excesso sempre é prejudicial. «O mesmo acontece quando não há atividade sexual,
isso provoca determinadas reações que afetam a saúde. E o excesso da atividade
sexual provoca estresse, o indivíduo esgota-se de tal forma que não tem tempo
de se recuperar, especialmente depois do orgasmo.
«Por outro lado, o organismo humano é uma máquina tão
perfeita, que está capacitado para em determinado momento se sobrepor a uma
agressão por excesso ou por defeito. Isso acontece quando a agressão se efetua
de vez em quando, mas se faz de forma regular, sempre repercute no organismo».
É possível que um homem possa chegar aos 100 anos ou
mais com atividade sexual?
Responde a pergunta com um de seus primeiros casos,
quando era um cirurgião que começava na profissão. Tratava-se de um homem de 91
anos, com 40 quilos de peso, que já todo mundo considerava no fim da vida, ao
qual fez uma cirurgia da próstata. Extraiu o tumor que o afetava, evoluiu
favoravelmente e passados vários dias teve alta médica. Foi embora feliz. «Dois
meses depois veio à consulta, e eu o cumprimentei muito feliz, pois lhe tinha
salvado a vida. E ele me respondeu: ‘Doutor, você me prejudicou’. Mas, como
você diz isso? ‘Sim, acontece o seguinte, desde que me operou ejaculo para
dentro’».
O médico explicou que quando efetuou a operação pensava
que esse homem de 91 anos já não tinha relações sexuais e portanto eliminou
condutos que vão das vesículas seminais à uretra. Então, quando efetuava o ato
sexual, o esperma não tinha saída e se depositava na bexiga.
Dai que não se espantou quando leu que Charles Chaplin teve uma filha aos 80
anos, e deparou ao longo da sua carreira com os casos de longevos com atividade
sexual que atendeu.
O professor Selman explicou que quando as pessoas
completam 60 anos, há quem começa a se deprimir e a família e os amigos querem
limitar suas atividades, pensando que com isso ajudam, atitude que em vez de
ajudar o indivíduo o vai deteriorando.
E no caso dos homossexuais, qual a repercussão que pode
ter o fato de estender a vida em sua atividade sexual com o par?
«Tudo depende do conceito que tenha do que está
fazendo.
«Como se sabe», explica, «há diferentes tipos de
homossexuais. O de origem genética, que é ínfima, o que significa que o
restante responde a diferentes causas».
Nesse sentido, considera que quando a pessoa se sente
normal sendo homossexual, não tem problemas, quer seja homem quer mulher, para
estender sua vida sexual. Isto não tem nada a ver com aqueles que são
homossexuais em conseqüência de uma vida desordenada. Tudo responde a uma
atitude mental.
Então, para chegar aos 120 anos, há que curtir uma
rigorosa vida sã, com mente sã?
O professor afirma que nada que se faça com sacrifícios
extremos é bom. Pensa que fazendo coisas pequenas, evitando o que prejudica,
podemos chegar aonde queremos.
Adverte acerca de situações fatais que têm a ver com a
chamada civilização, que vão deteriorando a saúde física, psíquica e social das
pessoas.
Finalmente, afirma que em Cuba existem condições ótimas para que as pessoas possam prolongar
a vida e inclusive viver até 120 anos. Há motivação, a saúde pública atinge
níveis reconhecidos até pelos próprios inimigos do processo revolucionário, uma
nutrição adequada, há limitações, mas as pessoas podem comer o que se deve
comer; promove-se a realização de exercícios.
Neste aspecto insiste em que inclusive se exercita em
tarefas simples como subir escadas, caminhar.
Outra vantagem é o desfrute da cultura, que elimina o
estresse e fortalece o espírito e a preocupação permanente por viver num meio
ambiente adequado. Não esquece a importância de uma mente sã com
espiritualidade, já que a alma está no cérebro, que é quem controla tudo,
incluindo os sentimentos mais profundos.
E como se reflete isso no coração quando nos
apaixonamos?
«Muito simples: Você
se apaixona. Tem uma emoção e intervém o complexo sistema do cérebro,
entrando em ação os neurotransmissores químicos. «Anteriormente não se sabia,
mas agora se sabe por que ante a mulher amada o coração bate aceleradamente e
sentimos que apenas podemos detê-lo. Há que vê-lo como o que é: um sentimento
muito pessoal, mas explicável.
«Sabemos que o cérebro é quem controla tudo no homem e
na mulher, mas se queremos viver 120 anos satisfatoriamente, depende de nós,
fazendo as coisas sem grandes sacrifícios, normal e conscientemente», afirma .
É muito bom ouvir pesquisadores afirmando que ser bom
tem reflexos na nossa saúde e consequentemente na nossa longevidade. Via de
regra os bons, ao contrário do que é dito (os bons morrem cedo), vivem mais e
melhor. Então, multipliquemos nossa generosidade para termos mais tempo para
viver a vida com toda intensidade que ela deseja...