Na
Bahia, uma arquiteta portuguesa construiu um hotel de sonho que conquistou a
crítica internacional.
Se as suas férias de sonho incluem um balneário super concorrido,
um hotel ao preço da chuva e uma pulseirinha que lhe dá acesso a tudo, este não
é, definitivamente, um lugar para você. O Tauana Hotel é a antítese do turismo
versão McDonald’s, massificado e despersonalizado. Aqui tudo é exclusivo. A
começar pelo lugar. Corumbau é um
pedacinho de céu numa região isolada do Nordeste Brasileiro. Situado no extremo
sul do Estado da Bahia, era, até muito recentemente, um dos segredos mais bem
guardados do Brasil. Na língua indígena tupi, corumbau significa “longe de
tudo”. Porto Seguro, uma das capitais turísticas da região, fica a 220 quilômetros
e três horas de distância. “Era isto que procurava. Uma praia quase deserta e
selvagem, cujo acesso não fosse fácil”, explica Ana Catarina Ferreira da Silva,
que concebeu e gere o hotel.
Apaixonada pelo Brasil, a arquiteta portuguesa, de 39
anos, descobriu esta pequena e paradisíaca vila de pescadores e os seus 15 quilômetros
de praias quando percorreu a costa da Bahia à procura do lugar perfeito para
dar corpo ao sonho de uma vida: um hotel eco-chique direcionado para o turista
que procura temperaturas tropicais, paisagens deslumbrantes, sossego absoluto e
um refúgio super exclusivo. Inaugurou-o em Setembro de 2006 nestes 23 hectares
de terra, rodeados de uma natureza exuberante e situados bem perto de dois
parques nacionais brasileiros, o do Descobrimento e o do Monte Pascoal. A apenas
quatro quilômetros fica a Barra do Cahy,
onde Pedro Álvares Cabral pisou pela primeira vez as Terras de Vera Cruz.
O Tauana não é um hotel tradicional. Localizado no topo
de uma colina que desliza para a praia, o complexo de luxo é composto por nove
cabanas de 130m2 cada, rodeadas pela Mata Atlântica e com vista para o imenso
mar. O projeto foi pensado para interferir o mínimo possível com a paisagem
circundante, perfeito exemplo da natureza no seu estado mais puro. Das paredes
em pau-a-pique e tijolo de adobe aos telhados de piaçava (uma palmeira local) e
taubilha (telha de madeira), tudo foi construído com materiais e técnicas
utilizadas na região. “O objetivo era que, quando visto do mar ou da praia, o
hotel não se destacasse da vegetação”, conta a arquiteta.
Por fora, as cabanas podem até parecer rústicas, mas no
interior, um amplo open space com um pé-direito de seis metros, não faltam pormenores de luxo: camas king size protegidas por estruturas de madeira tipo
dossel, lençóis de algodão egípcio, colchas portuguesas e poltronas
dinamarquesa do designer Jorge Zalzsupin. De fora ficam a TV ou os modernos
LCD. Este é um local para repouso absoluto.
O refúgio tem conquistado uma tribo de turistas que
percorre o mundo à procura dos segredos mais bem guardados (o fotógrafo de moda
Mario Testino é um dos hóspedes
ilustres) e somado elogios da crítica especializada.
Bem, a diária, como o próprio hotel,não é para qualquer
um; 500 euros!