Quando pensa no consumo de proteínas, pouca gente se
lembra dele, mas o ovo é uma alternativa bastante saudável para repor os
aminoácidos essenciais ao funcionamento do organismo. "As proteínas são de
extrema importância para o nosso organismo por sua função construtora e
reparadora, além de participarem da formação de hormônios, enzimas e
anticorpos", afirma a nutricionista Lucyanna
Kalluf, do Centro Brasileiro De Nutrição Funcional.
A variedade de opções no preparo (cozido, mexido ou em
omeletes) conta a favor de inclusão do ovo na dieta, que ainda ganha reforço de
vitaminas, minerais e lipídios (presentes em grandes quantidades na gema).
"Mais de 50% da vitamina B2 do ovo está na clara, de fácil digestão e
ideal para quem treina e quer desenvolver músculos", afirma a
especialista. "Nunca coma ovos crus, prevenindo a salmonela (bactéria que
traz infecção intestinal).
Entre a turma da academia, o xodó é a albumina: esta
proteína tem alto valor biológico, excelente biodisponibilidade (é facilmente
aproveitada pelo organismo e fácil digestão. A albumina possui os nove
aminoácidos necessários para o processo de anabolismo (aumento de massa
muscular), contribui para a regeneração de tecidos musculares, unhas, pele e
cabelo (faz crescer cabelos), revitaliza funções orgânicas devido ao seu valor
energético e impulsiona o sistema imunológico. A albumina está contida,
principalmente, na clara. "A clara também dispõe de leucina, um aminoácido
que ajuda a manter os músculos e diminui a massa gorda (gordura).
A gema, por sua vez, é rica em ômega 3, gordura
excelente para o cérebro e que estimula o equilíbrio da insulina com a glicose,
mais um fator para regular a compulsão e a resistência insulínica, que é o
maior fator de risco para a Síndrome Metabólica. Ela também age no combate da
anemia. "O ovo combate não apenas a anemia por deficiência ferro, mas
também a chamada anemia perniciosa graças à presença de vitamina B 12",
diz a nutricionista.
Consumo
diário-Para contar com esses benefícios, o ideal é incluir ao
menos um ovo (de galinha) por dia na sua alimentação o de codorna é ainda mais
rico em colesterol comparado com o de galinha. Em cada 50 gramas (o equivalente
a cinco ovinhos), há 422 miligramas da substância. Mas não é só: ele também tem
maior quantidade de fósforo e ferro do que seu concorrente e só perde no
quesito vitamina A.
Apesar da digestão mais lenta, o ovo pode ser ingerido
no jantar e é um ótimo substituto para as carnes vermelhas (principalmente
entre as pessoas de idade mais avançada e com dificuldade para mastigar).
"Mas minha recomendação é consumo de um ovo no café da manhã, porque ele
traz saciedade e evita que o paciente fique beliscando", afirma a
nutricionista.
Quanto à cor da casca, não há com o que se preocupar:
ela indica apenas a cor da galinha. As brancas põem ovos brancos, as vermelhas
põem ovos vermelhos. E não há diferença nutricional relevante entre os ovos de
granja e os chamados caipiras, que têm uma coloração mais amarelada. Isso se
deve ao tipo de alimentação. A especialista lembra que as galinhas caipiras são
criadas soltas e comem o que encontram pela frente, incluindo vegetais mais
coloridos, enquanto as de granja se alimentam apenas de ração.
O
colesterol-Por muitos anos, o ovo foi visto como
inimigo do coração. Mas pesquisas recentes comprovam que não há risco de doença
cardiovascular para pessoas que consomem até um ovo por dia, de acordo com a
nutricionista. Para preservar sua saúde, evite o consumo de ovos fritos, que
têm mais calorias totalmente dispensáveis.
Amigo
da memória-O ovo também é fundamental à mesa de quem
tem mania de esquecer tudo. Isso acontece porque ele é uma ótima fonte de
colina, proteína que melhora a memória e a cognição. Além disso, ele tem as
vitaminas B2, B6, B12, E, K, D e ácido fólico. Zinco, cálcio, selênio (boa
quantidade), fósforo e ferro também estão presentes. "Devido a todos esses
nutrientes, o ovo deve fazer parte da dieta de todos os indivíduos, salvo
aqueles com alguma intolerância ou alergia alimentar", afirma a
nutricionista Lucyanna Kalluf.