Nos Estados Unidos, onde 60% da população é obesa ou tem excesso de
peso, foram gastos no ano passado 244 milhões de dólares com essa doença.
Estes são os resultados de um estudo apresentado pela
Associação Americana de Obesidade, que apontou as grandes cadeias de
“fast-food” como responsáveis pelo aumento do problema nos últimos anos.
Algumas empresas do ramo alimentar e de refrigerantes estão reformulando as
suas campanhas de ‘marketing’. Para grande espanto de muita gente, estas
empresas estão pedindo aos clientes para consumirem menos. O objetivo é
combater a obesidade infantil antes que a doença atinja dimensões dramáticas na
próxima geração.
A McDonald’s promove junto dos seus fãs os benefícios
de uma alimentação saudável. Daí o fato de a empresa dos hambúrgueres mais
famosos estar incluindo nos seus menus saladas e leite como uma alternativa de
refeição mais saudável. A preocupação da McDonald’s em alertar os consumidores
para os benefícios de uma alimentação variada e equilibrada. Há vários anos que
a empresa divulga a informação nutricional dos seus produtos. “Tentamos incluir
nos nossos menus ingredientes variados como os vegetais e o leite, bem como
produtos com menos calorias. Mas isso não é novidade, pois nos EUA as saladas
já existem há 25 anos”, diz um representante da empresa.
Pagando
dobrado – Não são porém, só as empresas de alimentos que
enfrentam problemas por causa da obesidade. Veja o caso da transportadora aérea
Southwest Airlines, que andou na boca do mundo ao anunciar que vai cobrar o
dobro do bilhete normal aos passageiros de tamanho mais avantajado. Muitas
empresas de aviação civil não têm lugares preparados para os mais volumosos. E
a medida, apesar de impopular, é para seguir em frente: sempre que o passageiro
tenha uma cintura que ultrapasse o espaço entre os braços do assento do avião,
tem de pagar dobrado. Esta decisão surgiu em consequência das inúmeras queixas
que a Southwest Airlines recebeu nos últimos tempos. Cerca de 90% das
reclamações são de clientes que vêem o seu espaço invadido por companheiros de
viagens mais corpulentos.
O meio empresarial ainda não conseguiu arranjar solução
para os problemas criados pela obesidade. O custo que os funcionários obesos
acarretam para as companhias é alto. Os empregados de maiores dimensões são
menos produtivos – não por preguiça, mas por questões de saúde. O rol de
doenças que a obesidade pode trazer é extenso. Estudos médicos revelam que um
obeso tem cerca de 67% mais probabilidades de sofrer uma doença crônica do que
uma pessoa com peso normal. Diabetes, câncer, problemas cardiovasculares e
respiratórios são apenas algumas doenças próprias de quem sofre de peso a mais.
As consequências estão à vista: em 1994, os americanos gordos tiveram que
recorrer a 62,6 milhões de consultas médicas. Quem perde são as empresas que
têm de dispensar os trabalhadores para irem ao médico. E tem mais: como os
obesos não podem executar todas as tarefas, isso acaba por refletir-se na
quebra de produtividade das empresas.
Uma epidemia – Contudo, as maiores dores de cabeça
pertencem aos sistemas de saúde. Isto porque a grande fatia de despesas
provenientes da obesidade advém dos tratamentos médicos e remédios usados para
combater aquilo que a Organização Mundial de Saúde já considera uma epidemia.
Os números não enganam: uma pessoa com excesso de peso gasta mais 77% em
medicamentos do que um indivíduo saudável.
Cerca de 300 mil pessoas morrem todos os anos com doenças provocadas pelo excesso de peso – é a segunda causa de morte nos EUA. São números assustadores e que não param de crescer. Estima-se que 10% dos orçamentos para a saúde dos países ocidentais é gasto com problemas causados pelo excesso de gordura.
Embora o cenário não seja tão dramático, já é
preocupante. E o futuro não é promissor. Desde o princípio do século XX que a
obesidade não tem parado de aumentar e, se considerarmos as previsões dos
especialistas, estamos caminhando para um mundo de gordos