TESTE A SUA SEXUALIDADE

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nunca como agora se falou tanto de sexualidade, mas a quantidade de informação veiculada está longe de ser diretamente proporcional à satisfação obtida. A maioria dos casais concorda que o sexo é fundamental numa relação afetiva, no entanto, vários estudos indicam que só uma pequena porcentagem diz ter uma vida sexual verdadeiramente satisfatória.(Aqui um teste simples para você avaliar sua inteligência sexual)

TESTE A SUA SEXUALIDADE


Aos outros, segundo os psicólogos americanos Sheree Conrad e Michaell Milburn, da Universidade de Massachusetts, deve faltar inteligência sexual, precisamente o título do livro que publicaram. Estes autores transpuseram para a sexualidade o conceito da inteligência emocional de Daniel Goleman e, à semelhança deste autor, também o consideram exclusivamente humano. O erotismo é a combinação perfeita entre os estímulos sensoriais - provenientes do que vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos – e a nossa inteligência, que se conjugam em busca do prazer, físico e intelectual. E o nosso potencial de atração e de envolvimento provém de tudo o que somos hoje, mas também do nosso percurso de vida, das nossas experiências, bem ou malsucedidas, que são o nosso capital de sedução, dizem os psicólogos. E também do nosso grau de auto-conhecimento e capacidade de conhecer os outros. Em suma, da nossa inteligência sexual. 

Competência humana  

Enquanto nos animais o impulso sexual está associado à reprodução, nos humanos a sexualidade é uma área de prazer, comunicação e afetos, podendo ter paralelamente, claro, também uma dimensão de procriação. Devido à intensa malha de conexões entre a área pré-frontal e as estruturas límbicas tradicionais, a espécie humana é aquela que apresenta maior variedade de sentimentos e emoções. Daí que a sexualidade dos humanos tenha outra diferença abismal em relação à dos outros animais, especificamente aos que lhes estão mais próximos – os primatas – tornando o sexo algo muito mais complexo. 

As neurociências conseguiram identificar grupos de neurônios localizados em todo o hipotálamo, ricos em receptores de hormônios sexuais que se ativam quando os animais começam a aquecer, ou seja, quando sentem o impulso sexual. De tal modo, que se estes neurônios são destruídos, perdem todo o interesse pelas fêmeas, ficando, pelo contrário, verdadeiramente obcecados com o sexo quando os neurônios são estimulados eletricamente. Por isso, um gorila mesmo que esteja bastante satisfeito deliciando-se com uma banana, não fica indiferente a uma fêmea no cio. Mais do que estímulo visual é pelo olfato que o seu instinto de acasalamento é despertado. Por seu lado, os seres humanos, principalmente os homens, também não são indiferentes aos estímulos visuais. Por vezes, basta uma mulher cruzar o seu olhar para despertar o interesse. Mas não se enganem os que pensam que as curvas ideais são suficientes para os tornar inteligentes sexuais; o processo é mais exigente, segundo Milburn e Conrad. 

Imaginação...                                   O interesse pelo outro é muito mais do que a sua imagem física, e a nossa criatividade não tem limites. “Vejo o outro com os olhos da imaginação, o lugar físico onde se encontra é aquilo que desejo contemplar”, descreveu Italo Calvino. Muito mais do que a limitadora realidade física, a fantasia é a chama do erotismo, que combina sabiamente as emoções e as projeções de cada um. 

Por isso, enquanto nos animais a retirada dos testículos conduz inevitavelmente à ausência de atividade sexual, o mesmo não acontece com os humanos, que podem criar fantasias eróticas e sentir apetite sexual. “A mente humana pode produzir sofisticadas fantasias eróticas sem ser com o intuito de as materializar”, explica a bióloga Herminia Pasantes, da Universidade Nacional do México. “O hipotálamo encontra-se sob outras influências nervosas, principalmente o córtex, que fazem parte do nosso cérebro desde a origem do pensamento e da imaginação”. Assim, o desejo humano pode ser despertado com a simples imaginação de uma carícia. É esta complexa rede neuronal que une o nosso cérebro primário ao mais desenvolvido, às emoções e ao pensamento, o que separa o nosso erotismo do sexo animal. 

Mas afinal, como é que podemos aumentar o nosso poder de atração? Há muito que os populares livros de auto-ajuda batem na mesma tecla: gostando de nós próprios. E isso tanto é válido para melhorar a vida profissional, fazer amigos como para ter bom sexo. “Não depende da sorte, da beleza ou do sex appeal inato”, escrevem os psicólogos americanos. A inteligência sexual está ao alcance de todos os que apostem em estimulá-la, porque “depende de capacidades que as pessoas podem adquirir, desenvolver e dominar”, esclarecem. Os autores que desenvolveram um teste para determinar o grau de inteligência sexual de cada um enfatizam a necessidade de conjugar conhecimentos científicos sobre sexo, sobre si próprio (o que me atrai, o que me excita...) e a capacidade para comunicar com os outros, ou seja, é preciso aprender a falar de sexo, mas não de forma desligada como muitas vezes ocorre. No livro não faltam receitas práticas para melhorar a via sexual, e os pesquisadores chegam mesmo ao ponto de definirem o número de relações sexuais semanal considerado ideal. 

“O sexo depende de reações neuroquímicas do cérebro, mas a zona que controla a excitação recebe sinais de duas fontes: da estimulação física e de outras regiões que regulam as emoções e as recordações”, dizem os psicólogos americanos, para reforçar a importância dos afetos. Para o psicólogo José Pacheco, não há dúvidas sobre a importância que atribuímos às emoções: “A forma como vivemos a nossa sexualidade remete-nos para o lado emocional, tanto durante a atividade sexual como na vivência de uma paixão”, afirma. Mas não concorda com a designação de “inteligência sexual”. “É um conceito como a inteligência emocional, não faz sentido. O cérebro é o centro das nossas emoções e nós temos consciência de que a inteligência pode interferir nas emoções”, concretiza. 

Associações afetivas  

Na verdade, quando alguém nos desperta a atração, o conjunto de respostas que ocorre no nosso cérebro não é nada simples. Podemos ter sido literalmente apanhados pelo nariz, por exemplo. “Provavelmente o nosso bolbo olfativo captou um estímulo olfativo que despertou associações afetivas armazenadas nos neurônios do hipotálamo e de outras estruturas límbicas. A percepção do estímulo provoca alterações inconscientes e sensações enviadas através de sinais nervosos para o neocórtex pré-frontal”, afirmam os psicólogos Pablo Fernandez e Natália Ramos. Este vai organizar os sinais: tentar etiquetá-los, ordená-los graças a recordações táteis, visuais ou olfativas, o que vai exigir que lhe cheguem mais sensações, por exemplo, inspirando mais intensamente. “O que fazem os lobos pré-frontais é dar sentido às alterações químicas e hormonais e às respostas corporais que provocam. Tornam-nos mais completos emocionalmente, realizando uma representação intelectualizada das sensações emocionais básicas”, clarificam os autores. Mesmo quando se trata de uma mera atração física, o nosso cérebro “intelectualiza” as informações recebidas. 

Sensação de plenitude

O sexo ajuda a encarar a vida de uma forma mais positiva, ajudando a prevenir depressões, enquanto incita o organismo a produzir endorfinas – hormônios responsáveis por uma sensação de plenitude, além de inibirem a dor. A produção de testosterona também atua sobre o sistema nervoso, multiplicando as ligações entre os neurônios, o que acelera o fluxo nervoso, havendo, inclusive, alguns estudos que relacionam este hormônio com uma capacidade acrescida de memorizar. A libertação de hormônios no sangue é um bom antídoto para o estresse: a epinefrina, liberada nos primeiros momentos da relação sexual, contribui para aumentar a concentração de açúcar no sangue e reforçar as defesas contra o estresse. Mas a ação da epinefrina desaparece rapidamente, sendo necessário que a relação se prolongue para que intervenha outro hormônio – a DHEA – que aumenta a libido e que ajuda a diminuir a ansiedade, o mesmo acontecendo com a testosterona. Mas é a progesterona o principal anti-estresse, proporcionando uma sensação de paz a ambos. Para conseguir usufruir destes benefícios é importante que o sexo seja satisfatório. Para Conrad e Milburn, o sexo é uma negociação entre o casal, em que será bem sucedido quem compreenda o outro e consiga expressar as suas necessidades e desejos e saiba utilizar as suas emoções

 

Um circuito neurológico só para as carícias 

Existem neurônios específicos só para registrar e reagir ao contato amoroso. Ao analisar as sensações de uma mulher que perdeu a capacidade de sentir estímulos táteis, os cientistas constataram que ela reagia a uma leve carícia de um pincel no braço. As imagens mostram as áreas do cérebro que são ativadas quando o braço da mulher é acariciado, as mesmas que entram em funcionamento nas pessoas normais quando têm pensamentos românticos ou ficam sexualmente excitadas. Os estudo foi publicado na revista ‘Nature Neuroscience’. 

 

Palavras-chave do  sábio erótico 

Os psicólogos americanos Michael Milburn e Sheree Conrad definiram a inteligência sexual, depois de estudarem a fundo a vida sexual de 500 pessoas 

1 – A qualidade não está no físico, a não ser no olhar erótico, na disposição para o prazer e na aceitação dos sentimentos e gostos do parceiro. Eros está na psique e não entre as pernas. Uma pessoa como Don Juan, presunçoso e pretensioso, preocupado apenas com a lista das suas conquistas e avesso a aprofundar o prazer, seria um ignorante sexual. 

2 – Confiança e compreensão em relação ao outro é o que define a inteligência sexual, e não ser o mais rápido a levar alguém para a cama. 

3 – O talento, a sabedoria, a qualidade do discurso, em suma, a imaginação, são outros fatores que definem o sábio sexual. Cleópatra foi assim, sem dúvida. Não era a beleza irresistível que nos mostram os filmes: era de pequena estatura, gordinha e com um nariz proeminente; mas deslumbrou Júlio César e Marco Antônio, os dois homens mais poderosos da época. 

4 – Manter o interesse sexual idades muito avançadas também é um sinal de inteligência sexual. Foi o caso de Anne Cumming (1917), autora de ‘Confissões Sexuais de uma Mulher Madura’. No final do livro, promete a continuação das suas experiências sexuais até depois dos 70! 

5 – Coisa a dois. Em geral, a inteligência sexual é uma coisa a dois, por isso, manifesta-se em toda a plenitude quando ambos os membros do casal são sexualmente inteligentes. Por outras palavras: todos podem praticar sexo, mas ter um relacionamento sexual intenso, profundo e variado, com um único parceiro, só está ao alcance dos mais inteligentes. 

6 – Aprendizagem: a inteligência sexual é uma variação da inteligência emocional, por isso a aprendizagem e a experiência têm muito a ver com ela. No livro chinês ‘Jou Pu Tuan’, de Li Yü (1611 – 1680), o protagonista começa por ser um ignorante sexual para quem a mulher não passa de uma propriedade, mas no decurso da sua viagem circular de grande conteúdo sexual torna-se um sábio. 

 

A ciência desvendou as características físicas do orgasmo 

Durante o orgasmo, produzem-se descargas sincrônicas causadas pelos neurônios da área septal, da amígdala e dos núcleos talâmicos. Dura entre 3 e 20 intensos segundos, em que o homem ejacula e a mulher sente uma explosão de prazer que envolve todo o seu organismo. Perde-se parcialmente o controle muscular e sucedem contrações involuntárias (com intervalos de menos de um segundo entre os primeiros três a seis espasmos). Os ritmos cardíaco e respiratório aceleram ainda mais e o cérebro é invadido de endorfinas que transmitem uma sensação de plenitude. A progesterona é a responsável pela sensação calmante.  A mesma equipe holandesa, recorrendo também a ressonância magnética, analisou o coito e constatou que o pênis no interior da vagina adquire a forma de um bumerangue e não de um S, como se pensava.Em 1999, uma equipe de cientistas holandeses conseguiu através de  uma ressonância magnética registrar a grande dilatação que  ocorre na vagina depois do orgasmo 

Meça a sua inteligência erótica 

Para conhecer a capacidade erótica, Milburn e Conrad(foto), dois psicólogos norte-americanos, elaboraram um teste. Esta que aqui apresentamos é uma versão reduzida mas serve para se ter uma idéia. Pegue no lápis e responda, sem mentir para si mesmo... 

Para os que estão interessados em fazer o teste completo, convém salientar que Conrad e Milburn, no seu livro, esqueceram-se de assinalar que o resultado deve ser multiplicado por 100. 

1 – Como avalia a sua atual vida sexual, comparando com a maioria das pessoas? 

a) Menos excitante do que a da maioria das pessoas 

b) Idêntica à da maioria 

c) Excitante 

d) Atualmente não mantenho nenhuma relação sexual 

 

2 – Alguma vez escondeu um segredo sexual do seu parceiro durante bastante tempo? 

a) Não, nunca 

b) Uma ou duas vezes 

c) Várias vezes 

d) Com freqüência 

 

3 – Comparando o esforço que dedica a outras áreas da sua vida cotidiana, que esforço dedica para ter uma vida sexual ativa e satisfatória? 

a) Passo grande parte do tempo imaginando como vou conseguir ter relações sexuais mais freqüentemente 

b) Para mim uma vida sexual satisfatória é tão importante como o meu trabalho e os meus passatempos 

c) Quando acabo as tarefas cotidianas, não me sobram tempo nem energia para pensar em formas de melhorar a minha vida sexual 

d) Tenho vergonha de a minha vida sexual ser tão insatisfatória, por isso não procuro pensar no assunto 

 

4 – Até que ponto acha que ter relações sexuais fantásticas é um sinal de que o amor é verdadeiro? 

a) Não tem nada a ver 

b) Significa que os membros do casal estão feitos um para o outro 

c) É uma garantia de que se está apaixonado 

 

5 – Se você acabou de conhecer uma pessoa de quem gosta muito e com a qual quer ter uma relação séria, tem logo relações sexuais? 

a) Espero até a conhecer melhor 

b) Algumas vezes tive relações sexuais com parceiros antes de os conhecer bem 

c) Decididamente, sim 

 

6 – Quando está excitado/a tem consciência de que o que sente é um impulso instintivo, um sentimento afetuoso ou necessidade de companhia? 

a) Nunca distingo entre impulsos físicos e emocionais 

b) Às vezes tenho consciência de que é uma necessidade meramente física 

c) Às vezes tenho consciência de que procuro companhia 

d) É sempre uma combinação de ambos 

 

7 – Até que ponto tem noção das características físicas que constituem o seu gênero? 

a) Sinto-me logo atraída/o por pessoas de determinado tipo 

b) Atraem-me pessoas com um determinado aspecto, mas nem sempre opto por ter uma relação com ela 

c) Atraem-me muitos gêneros físicos 

d) Nunca pensei por que tipo de pessoa me sinto atraído. 

 

8 – Acha que uma experiência sexual traumática influencia posteriormente a capacidade de desfrutar de sexo? 

a) Não, se tiverem passado vários anos 

b) Se não se sentir ameaçado pelo parceiro atual é muito improvável 

c) Só se a pessoa está demasiado obcecada com o sucedido 

d) Em muitos casos é muito provável 

 

9 – Habitualmente, com que freqüência tem relações sexuais? 

a) Algumas vezes por ano 

b) Uma a duas vezes por mês 

c) Uma ou duas vezes por semana 

d) Três vezes por semana 

e) Quatro vezes por semana 

 

10 – Quantas vezes já teve relações sexuais sem lhe interessar, só para agradar ao parceiro? 

a) Nunca 

b) Diversas vezes 

c) Ocasionalmente 

d) Freqüentemente 

 

11 – Até que ponto está de acordo com a afirmação: a paixão sexual tem sempre um preço, às vezes muito alto? 

a) Totalmente de acordo 

b) De acordo 

c) Em desacordo 

d) Completamente em desacordo 

 

12 – Alguma vez se envergonhou da sua conduta ou dos seus desejos sexuais? 

a) Com freqüência 

b) Às Vezes 

c) Nunca 

 

13 – Como é que seu peso afeta a possibilidade de ter relações sexuais? 

a) Não me afeta de todo 

b) Podia sentir-me mais contente com o meu corpo 

c) Estou demasiado gordo(a) para ter uma boa vida sexual 

d) Não estou suficientemente em forma para ter uma boa vida sexual 

Resultados 

1 A –2 B +3 C 0 D 0 

2 A +3 B 1 C –1 D –3 

3 A –1 B +3 C –1 D –2 

4 A +3 B 0 C –3 

5 A +3 B +1 C –3 

6 A –1 B +1 C +1 D +1 

7 A 0 B +1 C +3 D 0 

8 A 0 B 0 C –2 D +3 

9 A 0 B +1 C +2 D +3 E +2 

10 A+3 B 0 C +1 D –3 

11 A –1 B 0 C +1 D +3 

12 A –3 B 0 C +3 

13 A +3 B 0 C –3 D –3 

Some 26 ao resultado, divida-o por 63 e multiplique-o por 100. Esta é a sua pontuação, a sua “inteigência sexual”. 

90 ou mais: excelente • 80-89: boa • 70-79: corresponde à média obtida pelos autores no estudo • 60-69: baixa 

Inferior a 60: inteligência erótica muito baixa 

Quantidade é qualidade? 

A nova teoria americana sobre a inteligência sexual põe em  destaque alguns  amantes famosos 

Tendo em conta todas as variáveis que os psicólogos americanos Conrad e Milburn definiram, alguns dos amantes mais famosos da história revelam-se uns incompetentes sexuais, só preocupados consigo próprios, atentos apenas à quantidade e não à qualidade e profundidade dos relacionamentos. 

Marcelo Mastroianni 

A imagem do funeral, que reuniu a viúva e várias das mulheres que amou, deixou claro que a sua marca foi indelével, o que só se consegue tendo em conta as necessidades do outro.

 


Autor: Adolfo de Castro
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Existe 3 comentários para esta publicação
terça-feira, 22/2/2011 por Maracida
TESTE A SEXUALIDADE
Ao contrário, o assunto é de muito interesse, está aí aprova dos nove, só achei muito longa a matéria.
sábado, 19/2/2011 por Elizabeth Winderlyne
Não se comenta o que não se conhece.
É por isso que muitos não comentam porque o assunto, além de ainda ser tabu, é desconhecido de muitos!
sexta-feira, 18/2/2011 por Joao
No comments?
Pq será que as centenas de leitores que leram este artigo não comentam nada?
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