Espalhados
pela grama, empoleirados nos automóveis, encolhidos nos telhados de edifícios
ou mesmo de pé no topo dos sanitários portáteis colocadas às dezenas ali, para
satisfazer as necessidades dos mais aflitos, todo o espaço foi pequeno para
acomodar o mais de um milhão de pessoas que, esta madrugada, assistiu no Grand
Central Park, em Chicago, à vitória de Barack Hussein Obama nas eleições presidenciais
americanas.
"Houve
dois magrelos de Illinois que mudaram a história deste país: Abraham Lincoln e
Barack Hussein Obama", diz John Hetfield, um afro-americano grandalhão,
que não esquece o passado anti-escravagista do pai, nem esmorece por um segundo
que seja, a esperança numa nova era liderada pelo senador de Illinois.
Hetfield
ilustra o tamanho da expectativa que o povo americano aguarda do novo presidente. Basta caminhar pelas ruas de Chicago e ouvir o desejos: "É o
fim da guerra! Soldados voltem para casa", brada Peter Fanning, do muro
que divide a Michigan Avenue do Milenium Park.
Mais
à frente, Susan Morgan, bem 'voodoo', espeta furiosamente alfinetes num “boneco
Bush” de tecido. "Acabou! É o fim da crise!", anuncia, enquanto tenta
vender os últimos 'pins' de Obama que lhe restaram da noite.
A
vitória de Barack foi anunciada bem cedo, logo depois das oito da noite, com a
previsão de que um dos principais Estados-chave - Pensilvânia - teria votado
democrata. Florida, Virgínia, Ohio e Carolina do Norte fizeram o mesmo. A
'Obamamania' tomara conta de toda a América
De
agora até 20 de Janeiro - data da posse -, Obama viverá em estado de graça. A
partir daí vai começa a cobrança. A expectativa é enorme. Nas mãos dele, está a
esperança do povo Americano e quiçá da humanidade.
"Se
ele não conseguir mudar, desisto. Vou esquecer tudo e deixar de ter
esperança", desabafa Ruth Morgan, uma senhora aposentada que deposita
todos os sonhos que lhe restam em uma Casa Branca pintada de azul e
administrada por um negro que adora crianças; o futuro da nação