Esta semana em Roma, a Lavazza apresentou o calendário 2009, que após 17 edições já se converteu num dos objetos de culto da modernidade. Fotografadas pela americana Annie Leibovitz, as manequins são italianas e o conceito que guiou a confecção das 12 folhas do ano foi «The Italian expresso experience». No imaginário, a Itália é arte, cinema, moda, cozinha, beleza e sensualidade. São as idéias que a fotógrafa mais conhecida e celebrada expressou através do corpo de cinco modelos e das referências tópicas da italianidade: as massas e o expresso, Trevi e Leonardo da Vinci, a Loba de Roma e Veneza. Cada imagem tem uma leve alusão ao famoso café, que continua a ser servido na Via San Tommaso 10 de Turim, desde que o fundador, Luigi Lavazza, inventou no século XIX a arte da mistura de cafés. Ainda hoje, os critérios das misturas são decididos por 10 pessoas, que são a alma do produto. Foi isso que explicou Giuseppe Lavazza, presidente da quarta geração desta família do Piemonte.
O que há numa chávena de café? Itália, a sua história, a sua tradição, as suas raízes profundas, não só gastronômicas mas também culturais. É uma maneira de existir dos italianos, de se relacionarem entre si.
E na pequena chávena do bar ou da cozinha de casa?
Há uma alquimia mágica de matérias-primas selecionadas, que criam uma força, uma intensidade.
Isso podia ser dito por qualquer fabricante italiano de café. O que há numa chávena de expresso Lavazza?
Há muitas maneiras de declinar ou declamar o café à italiana. Nós gostamos de compor misturas diferentes, para que exista - se tal fosse possível - uma receita para cada pessoa e um café para cada tipo de situação, seja no bar, no escritório ou na cozinha da casa. Por isso oferecemos diferentes tipos de café. Por isso importamos café de 20 países diferentes, que vão desde a América Latina até África e Ásia.
Por que esse pluralismo?
Não se falam na Itália tantos dialetos e não é o Norte diferente do Sul? Entre num bar de Itália e ouça como os clientes pedem o café: cada um o quer à sua maneira.
Quem decide todas essas variedades de expresso?
Um grupo de 10 pessoas, homens e mulheres, que os procuram e que viajam até aos países de origem do café.
Quantos cafés há numa chávena de café?
Podem ser até cinco. Elaboramo-los como um pintor usa as cores. O objetivo é chegar a um sabor e compomos os vários sabores separados até atingir o objetivo. Primeiro pensamos no sabor final e depois criamo-lo.
Tudo isso é decidido pelas tais 10 pessoas?
Uma vez amalgamado um sabor, a mistura é analisada pelo laboratório e, no caso de um produto novo, a família Lavazza intervém depois e toma a decisão final.
Quanto tempo requer o processo de «inventar» um café?
Um ano.
Em que base decidem um novo sabor?
Tentamos interpretar o consumidor e ao mesmo tempo orientá-lo, porque um expresso é algo muito subjetivo. Como na vida, onde além do branco e do preto também existem matizes, assim a mistura de cafés.
Um expresso bebe-se num instante. Por que, então, Lavazza estabeleceu uma relação fixa com o movimento Slowfood, símbolo do comer e do viver lentamente?
Porque estamos de acordo em dar valor à qualidade da matéria-prima, ao respeito pelo ambiente, ao preço justo do produto e ao respeito pelo consumidor.