um romano em salvador

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Funcionando ininterruptamente há quinze anos, a franquia do Alfredo di Roma em Salvador, deve o seu sucesso à presença diária dos proprietários que reinvestem freqüentemente na casa e comandam uma equipe motivada que serve café da manhã, almoço e jantar 365 dias por ano mantendo um reconhecido padrão de qualidade

um romano em salvador


 

Alfredo,"Il fundatore", seu filho e o neto Alfredo di Lellio que aparece também na foto superior entre Durval Mesquita e o sócio Valter Telles

 




Uma história de sucesso, percalços e carinho veio aportar na Bahia na forma de um restaurante, o Alfredo di Roma, Il Re delle Fettuccine, franquia desta lendária e quase centenária casa italiana. Um dos responsáveis por esse privilégio desfrutado pelos baianos é o empresário Durval Mesquita, que, junto com a esposa Maria Célia e o sócio, não hesitou em enfrentar o desafio. O resultado é que numa área com sazonalidade constante e concorrência acirrada, o trabalho vem dando excelentes frutos ao longo dos últimos quinze anos.

 

 


Com uma localização privilegiada, no bairro de Ondina, o restaurante fica instalado no Atlantic Tower Hotel, antigo Ceasar Tower, mantendo uma relação de independência que depois, se transformou-se em parceria ao estender aos hóspedes do hotel, o café da manhã, serviço de quarto e refeições fornecidas pela cozinha do Alfredo.

Para completar, os visitantes e freqüentadores da casa também podem desfrutar do happy-hour no Terrazza, espaço aberto que lembra os agradáveis cafés italianos.

 O encontro entre Durval Mesquita e Alfredo di Lellio (neto do fundador e terceiro da linhagem), aconteceu no momento certo. Mesquita vinha de uma bem-sucedida carreira de 12 anos como executivo do grupo Econômico. Sua visão administrativa não comportava algumas características da área, explica, e junto com a esposa começou a procurar alternativas para criar um negócio próprio e original. A chance veio através de um amigo, amante da cozinha italiana, que intermediou o conhecimento entre os dois empresários.

Segundo Durval Mesquita, Alfredo estava se tornando habitué na Bahia, onde costumava realizar festivais gastronômicos tendo como carro-chefe o indispensável magestosíssimo fettuccine ou fetuccinne do Alfredo. Encantado com a boa terra, ele pensava em instalar uma franquia em Salvador. Por uma grata coincidência, o baiano já conhecia o restaurante na Itália, o qual apreciava pela qualidade do cardápio e das instalações. Começava assim um relacionamento comercial que tinha tudo para dar certo.

 Estréia aplaudida – O Alfredo di Roma abriu suas portas em Salvador em 1993, e desde então se tornou um dos restaurantes mais procurados por quem aprecia a boa mesa. Firmou-se como ponto de encontro de figuras conhecidas do mundo artístico, cultural, empresarial e político, cujas presenças estão registradas nas paredes da casa, em fotografias originais onde literalmente mexem com a massa. “Os primeiros dois anos foram excepcionais”, explica Durval, “mas depois tivemos que enfrentar uma ampla concorrência, mantendo a qualidade de nossos produtos”.

A maior parte do material consumido na cozinha vem da Itália, principalmente a massa, queijos e vinhos. Um dos maiores atrativos do restaurante é o ambiente, recriado com o estilo da matriz, mas com toques próprios de seus proprietários. O projeto original foi concebido pela arquiteta e decoradora Jô Almeida, mas como todo capricorniano que se preza, Durval com seu perfeccionismo foi introduzindo algumas modificações e colocou suas idéias em prática ao longo do tempo, com pequenas obras que alteraram a estrutura original. Logo na entrada é possível observar a existência de três ambientes: o hall com o bar bem montado, e decorado com banquetas e confortáveis poltronas; separados deste por uma meia parede que lembra ruínas romanas, estão o salão grande com capacidade para100 pessoas e o terraço. Este detalhe foi acrescentado posteriormente, porque a parede inteiriça destoava da fluidez própria da casa, avalia o empresário. Assim, sem muita despesa, o ambiente foi arejado por esta nova divisão. E é justamente neste novo recanto que estão colocadas as fotografias coloridas de visitantes brasileiros ilustres como Regina Casé, Caetano Veloso e Paula Lavigne, Gilberto Gil, Fernanda Montenegro, Letícia Spiller e Daniela Mercury, entre outros que se somam aos apaixonados pela culinária dos Alfredos e nos últimos 100 anos, pisaram os salões da matriz romana como Mary Pickford, Douglas Fairbanks(Foto), Gary Cooper, Audrey Hepburn, Marylin Monroe, Gregory Peck, Linda Darnell, Harry Truman, Michael Collins, Clark Gable, Maria Callas, Eisenhower, Ringo Star, Roosvelt, Marlon Brando, Frank Sinatra, Pink Floyd, Gabriele D’Annunzio, Tommaso Martinetti, Benito Mussolini, Ettore Petrolini, Sofia Loren, Sandro Pertini, Tazio Nuvolari, Megan Gale, Renzo Arbore, On. Fini, Famiglia Pirelli, Claudia Cardinale, Gustavo di Svezia, Principessa Sonia di Norvegia...

 

Time de primeira – Para garantir um atendimento de primeira linha aos clientes, a casa conta atualmente com 55 funcionários, que se mobilizam para atender os pedidos do variado cardápio que possui opções como a verdadeira pasta italiana, carnes, frango e frutos do mar. O restaurante,provavelmente é o único da Bahia que funciona 365 dias por ano abrindo para almoço e jantar. Além do indispensável fettuccine, vale a pena sair da dieta para provar irresistíveis sobremesas como o tiramissu, chocolatíssimo e profiteroles. O café da manhã ainda está restrito aos hóspedes do hotel, explica Durval Mesquita, mas está prevista a possibilidade de acesso para empresários que preferem realizar reuniões de negócio durante as primeiras horas da manhã.

A preocupação constante com a manutenção da qualidade garante ao Alfredo di Roma uma clientela cativa, com pessoas que freqüentam o restaurante desde a sua abertura. Detalhes como um confortável espaçamento entre as mesas, guardanapos e talheres impecáveis são apreciados pelos fiéis freqüentadores. A utilização de ingredientes únicos como as massas italianas Barila, o queijo parmeggiano reggiano, (indispensável ao sabor especial do fettuccine do Alfredo,) azeite de oliva extra-virgem italiano dá o tom certo ao paladar.

Para completar, uma carta de vinhos com os melhores rótulos da Itália, mas sempre ampliada por variedades de outros países. As garrafas conservadas em adegas climatizadas completam o prazer de quem busca a casa que conta tanbém com o Somellier Marcelo Sousa, seguramente um dos melhores profssíonais da ciadade.

Quem procura o restaurante sente ainda o clima de uma grande família, que mostra o prazer de bem-receber, tão parecido com o jeito baiano de recepcionar os visitantes, acrescido do caloroso estilo italiano de desfrutar dos grandes prazeres da vida

 A história do Alfredo di Roma começou em 1908 quando foi fundado por Alfredo Lellio, a partir de um negócio herdado da mãe. A trajetória do comerciante começou a mudar algum tempo depois quando, reocupado com a indisposição da mulher Inês que havia acabado de dar à luz o primeiro filho, ele decidiu criar um prato de sabor leve e delicado. Para isso tomou 100 gramas de semolina, 50 gramas de manteiga cremosa e a mesma quantidade de queijo parmesão. Estava firmada a marca registrada da casa depois que, por sugestão da esposa, a novidade foi incorporada ao cardápio da casa. Descoberta inicialmente pelos artistas do Cinecittá, cidade cenográfica romana que atraía gente do cinema de todo o mundo, teve impulso definitivo ao receber os atores de Hollywood, Douglas Fairbanks e Mary Pickford, durante a lua-de-mel do casal. Deslumbrados pelo sabor especial do fettuccinne de Alfredo passaram a ser freqüentadores habituais, presenteando o proprietário com um garfo e uma colher de ouro, de meio quilo cada, contendo a inscrição “Ao Rei do Fettuccine”.

O restaurante passou a atrair celebridades internacionais, mas a Segunda Guerra Mundial representou um duro golpe nos negócios. Por ser freqüentado por partidários do fascismo e pelo próprio Mussolini, a casa foi fechada após um atentado. Dois anos depois foi vendida ao maître e somente após muito tempo foi reaberta. Começou aí a pitoresca disputa de qual dos dois poderia ostentar o nome original. Mas através dos anos, Alfredo Jr. (segundo da linhagem) aprimorou a arte do fettuccine, com a disciplina e experiência repassadas pelo pai. O sucesso foi tanto que gerou a abertura de filiais na Cidade do México, Santiago, no Chile, Epcot Center, Rio de Janeiro, Salvador... Os talheres são levados nas visitas feitas pelo terceiro Alfredo em todas estas franquias, sendo utilizados por “Il Re delle Fettuccine” para servir os convidados especiais. Como presente especial ao restaurante em Salvador, uma das paredes ostenta fotografias em preto e branco de clientes da matriz italiana, considerados como alguns dos maiores artistas do século XX.

 


Autor: Celso Mathias
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Existe 1 comentário para esta publicação
segunda-feira, 25/5/2009 por Daniel
Conheço e recomendo
Restaurante muito bom
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