Alfredo,"Il fundatore", seu filho e o neto
Alfredo di Lellio que aparece também na foto superior entre Durval Mesquita e o
sócio Valter Telles
Uma história de sucesso, percalços e carinho veio aportar
na Bahia na forma de um restaurante, o Alfredo di Roma, Il Re delle Fettuccine,
franquia desta lendária e quase centenária casa italiana. Um dos responsáveis
por esse privilégio desfrutado pelos baianos é o empresário Durval Mesquita,
que, junto com a esposa Maria Célia e o sócio, não hesitou em enfrentar o
desafio. O resultado é que numa área com sazonalidade constante e concorrência
acirrada, o trabalho vem dando excelentes frutos ao longo dos últimos quinze
anos.
Com uma localização privilegiada, no bairro de Ondina,
o restaurante fica instalado no Atlantic Tower Hotel, antigo Ceasar Tower,
mantendo uma relação de independência que depois, se transformou-se em parceria
ao estender aos hóspedes do hotel, o café da manhã, serviço de quarto e refeições
fornecidas pela cozinha do Alfredo.
Para completar, os visitantes e freqüentadores da casa
também podem desfrutar do happy-hour no Terrazza, espaço aberto que lembra os
agradáveis cafés italianos.
Segundo Durval Mesquita, Alfredo estava se tornando habitué
na Bahia, onde costumava realizar festivais gastronômicos tendo como
carro-chefe o indispensável magestosíssimo fettuccine ou fetuccinne do Alfredo.
Encantado com a boa terra, ele pensava em instalar uma franquia em Salvador.
Por uma grata coincidência, o baiano já conhecia o restaurante na Itália, o
qual apreciava pela qualidade do cardápio e das instalações. Começava assim um
relacionamento comercial que tinha tudo para dar certo.
A maior parte do material consumido na cozinha vem da
Itália, principalmente a massa, queijos e vinhos. Um dos maiores atrativos do
restaurante é o ambiente, recriado com o estilo da matriz, mas com toques
próprios de seus proprietários. O projeto original foi concebido pela arquiteta
e decoradora Jô Almeida, mas como todo capricorniano que se preza, Durval com
seu perfeccionismo foi introduzindo algumas modificações e colocou suas idéias
em prática ao longo do tempo, com pequenas obras que alteraram a estrutura
original. Logo na entrada é possível observar a existência de três ambientes: o
hall com o bar bem montado, e decorado com banquetas e confortáveis poltronas;
separados deste por uma meia parede que lembra ruínas romanas, estão o salão
grande com capacidade para100 pessoas e o terraço. Este detalhe foi
acrescentado posteriormente, porque a parede inteiriça destoava da fluidez
própria da casa, avalia o empresário. Assim, sem muita despesa, o ambiente foi
arejado por esta nova divisão. E é justamente neste novo recanto que estão
colocadas as fotografias coloridas de visitantes brasileiros ilustres como
Regina Casé, Caetano Veloso e Paula Lavigne, Gilberto Gil, Fernanda Montenegro,
Letícia Spiller e Daniela Mercury, entre outros que se somam aos apaixonados
pela culinária dos Alfredos e nos últimos 100 anos, pisaram os salões da matriz
romana como Mary Pickford, Douglas Fairbanks(Foto), Gary Cooper, Audrey
Hepburn, Marylin Monroe, Gregory Peck, Linda Darnell, Harry Truman, Michael
Collins, Clark Gable, Maria Callas, Eisenhower, Ringo Star, Roosvelt, Marlon
Brando, Frank Sinatra, Pink Floyd, Gabriele D’Annunzio, Tommaso Martinetti,
Benito Mussolini, Ettore Petrolini, Sofia Loren, Sandro Pertini, Tazio
Nuvolari, Megan Gale, Renzo Arbore, On. Fini, Famiglia Pirelli, Claudia Cardinale,
Gustavo di Svezia, Principessa Sonia di Norvegia...
Time de primeira – Para garantir um atendimento de
primeira linha aos clientes, a casa conta atualmente com 55 funcionários, que
se mobilizam para atender os pedidos do variado cardápio que possui opções como
a verdadeira pasta italiana, carnes, frango e frutos do mar. O
restaurante,provavelmente é o único da Bahia que funciona 365 dias por ano
abrindo para almoço e jantar. Além do indispensável fettuccine, vale a pena
sair da dieta para provar irresistíveis sobremesas como o tiramissu,
chocolatíssimo e profiteroles. O café da manhã ainda está restrito aos hóspedes
do hotel, explica Durval Mesquita, mas está prevista a possibilidade de acesso
para empresários que preferem realizar reuniões de negócio durante as primeiras
horas da manhã.
A preocupação constante com a manutenção da qualidade
garante ao Alfredo di Roma uma clientela cativa, com pessoas que freqüentam o
restaurante desde a sua abertura. Detalhes como um confortável espaçamento
entre as mesas, guardanapos e talheres impecáveis são apreciados pelos fiéis
freqüentadores. A utilização de ingredientes únicos como as massas italianas
Barila, o queijo parmeggiano reggiano, (indispensável ao sabor especial do
fettuccine do Alfredo,) azeite de oliva extra-virgem italiano dá o tom certo ao
paladar.
Para completar, uma carta de vinhos com os melhores
rótulos da Itália, mas sempre ampliada por variedades de outros países. As
garrafas conservadas em adegas climatizadas completam o prazer de quem busca a
casa que conta tanbém com o Somellier Marcelo Sousa, seguramente um dos
melhores profssíonais da ciadade.
O restaurante passou a atrair celebridades
internacionais, mas a Segunda Guerra Mundial representou um duro golpe nos
negócios. Por ser freqüentado por partidários do fascismo e pelo próprio
Mussolini, a casa foi fechada após um atentado. Dois anos depois foi vendida ao
maître e somente após muito tempo foi reaberta. Começou aí a pitoresca disputa
de qual dos dois poderia ostentar o nome original. Mas através dos anos,
Alfredo Jr. (segundo da linhagem) aprimorou a arte do fettuccine, com a
disciplina e experiência repassadas pelo pai. O sucesso foi tanto que gerou a
abertura de filiais na Cidade do México, Santiago, no Chile, Epcot Center, Rio
de Janeiro, Salvador... Os talheres são levados nas visitas feitas pelo
terceiro Alfredo em todas estas franquias, sendo utilizados por “Il Re delle
Fettuccine” para servir os convidados especiais. Como presente especial ao
restaurante em Salvador, uma das paredes ostenta fotografias em preto e branco
de clientes da matriz italiana, considerados como alguns dos maiores artistas
do século XX.