Sim, meus saudosos tios, José Mathias de Almeida falecido aos 65 anos no exercício do cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, hoje dá nome ao Fórum Criminal de Vitória, capital do estado. Não menos brilhante na sua trajetória profissional, Ademar Amorim da Silva, irmão do meu pai, foi oficial da PM paulista e depois advogado; um dos melhores seres humanos que conheci. Meu pai Jaime Amorim da Silva, avô de Gabriel, era vocacionado pelo Direito. Como rábula, foi algumas vezes ao Tribunal do Júri nomeado defensor público de réus carentes. Até hoje quem assistiu a sua atuação derrama-se em elogios.
Fábio Bastos, juiz da 19ª Vara Cível de Salvador onde Gabriel estagiou e que hoje, além de grande amigo, é a sua referência profissional, costuma dizer que de algum lugar aonde o nosso entendimento não alcança os nossos antepassados entre eles a saudosa Noélia Dantas Bastos, a Lelinha, tia avó de Fábio e por toda vida Escrivã dos Feitos Criminais e, portanto, extremamente ligada às coisas do Direito, servem de guia espiritual para ambos.
Do pai, Erisvaldo Santos Silva, o popular Cariri, herdou a irreverência e a inteligência. Cariri, funcionário do Banco do Brasil e figura quase folclórica de Euclides da Cunha teve uma passagem meteórica por esse plano. Morreu aos 37 anos quando Gabriel tinha apenas 03. Deixou muitas saudades, muitas histórias e um milhão de amigos. Essa qualidade de conciliador, de amistoso, foi outra importante herança que o pai deixou para o filho.
E esse menino com nome de anjo e cara de capeta, não é nem uma coisa nem outra. É um hábil negociador que aos 23 anos de idade já mostra ao que veio. Consegue alinhavar relações entre opostos. Transita com desenvoltura em qualquer ambiente e se relaciona com pessoas de interesses inconciliáveis entre si. Enxerga brechas jurídicas que profissionais antigos e tarimbados não conseguem enxergar. Tem olhar e às vezes agressividade de uma águia. Às vezes a ternura de uma criança.
Pois é Gabriel, te vi poucas vezes até nos descobrirmos tio e sobrinho numa relação que foi evoluindo até chegarmos ao que somos hoje como você me nomeou e homenageou no seu convite de formatura; amigos! Entretanto, às vezes me sinto, além de amigo, seu pai. Às vezes me sinto seu filho, às vezes quero lhe proteger, às vezes preciso da sua proteção.
Você é isso e muito mais. O tempo está aí, não para você provar nada. Você não precisa provar nada! O tempo está aí para você avançar com ele e alcançar um lugar que a vida lhe reserva e nós todos, sua mãe, o outro pai com o qual o destino generosamente lhe presenteou, seu irmão, seus parentes os amigos que você já conquistou, entre eles eu, estamos todos aqui para lhe aplaudir, para lhe apoiar. Nós amamos você!