“O fato de se tratar de uma doença essencialmente
silenciosa explica de algum modo a sua falta de visibilidade e o seu
esquecimento pelos doentes e pelas famílias. Por isso, tornam-se necessárias
campanhas mais agressivas e melhor dirigidas. É imperioso aumentar os níveis de diagnóstico e de controle”, afirma o cardiologista Manuel Carrageta. Para
aqueles a quem a prevenção falhou, o Congresso Anual de Cardiologia dos Estados
Unidos, que teve lugar em Chicago apresentou algumas novidades que prometem
tornar o tratamento da hipertensão mais eficaz e seguro. Entre elas está o
Telmisartan, um medicamento que oferece a mesma proteção que o atual tratamento
padrão, o Ramipril, na redução do risco de morte cardiovascular, enfarte do
miocárdio, AVC e hospitalização devido à insuficiência cardíaca, mas é muito
melhor tolerado pelos pacientes. O medicamento pertence à classe dos modernos
bloqueadores dos receptores da angiotensina II — um potente vasoconstritor que
provoca um aumento na resistência vascular e, consequentemente, da pressão
sanguínea — e, como o Ramipril, demonstrou ser capaz de prevenir um a cada
cinco eventos cardiovasculares sérios.
Apesar de atualmente existirem terapêuticas eficazes
para o controle da hipertensão, muitos pacientes não cumprem com os seus
tratamentos ou não levam uma alimentação controlada. Por isso, os
investigadores suíços acreditam que a vacinação fomentaria “uma maior adesão ao
tratamento”. “Estamos apenas no início desta nova modalidade terapêutica,
embora os primeiros resultados sejam já uma nova esperança na luta contra o flagelo
da hipertensão arterial”, considera Manuel Carrageta. Mesmo que cumpra todos os
requisitos, a vacina não deverá chegar ao mercado antes de dois ou três anos.