Ecologia Humana

sexta-feira, 19 de março de 2010

O conceito de ecologia Humana foi formulado por HAECKEL (1866), contemporâneo de Marx e Darwin, que extraiu o termo grego “oikos” (casa) e “logos” (estudo ou conhecimento). Isto nos revela que quando o mundo ainda não tratava de “sustentabilidade”, Marx já falava em outras palavras sobre a importância do consumo consciente, de uma economia equilibrada, da justiça social e da manutenção da qualidade do meio ambiente.

Ecologia Humana

 



Embora a ecologia tenha permanecido fortemente enraizada a conceitos biologizantes (ODUM), ela emergiu desta como uma disciplina essencialmente nova e integrativa, que liga processos físicos e biológicos, formando uma ponte entre as ciências naturais e as ciências sociais.

Numa abordagem epistemológica, a ecologia migra de uma concepção antropocêntrica para uma concepção holística.

 

Essa abordagem em níveis múltiplos e escala ampla, envolve sistemas inteiros de educação e inovação e vê a necessidade de desvendar explicações sobre causa/efeito, por meio de diversas áreas do conhecimento e entre elas (alcançando o entendimento transdisciplinar), que foi chamada de conciliência (WILSON), ciência da sustentabilidade (KATES), ciência integrativa (BARRET). Ademais, o desenvolvimento continuado da ecologia (o estudo da casa ou do lugar em que vivemos), provavelmente evoluiu à tão necessária ciência integrativa do futuro: A Ecologia Humana.

 

A Ecologia Humana não é um campo consolidado e sim em processo de construção. Pressupõe a compreensão integrada do homem com o meio ambiente, obviamente incluindo os seus semelhantes como a ele próprio.

 

Considera também que enquanto o homem não for capaz de cuidar de cada metro quadrado em que vive, bem como das suas necessidades físicas, emocionais e culturais, dificilmente poderá participar de forma consistente da preservação da vida, do meio ambiente e do planeta de forma mais abrangente.

 

E a base para tal é o desenvolvimento da ética individual que culminará no desenvolvimento de um sistema ético global.

Esta dinâmica de interação mobiliza múltiplas áreas do conhecimento humano, incluindo princípios metafísicos, por esta razão é possível restabelecer formas de adaptação entre o homem e os ecossistemas (DAWKINS), no sentido de ajudá-lo a encontrar o equilíbrio, na temerária exploração de recursos naturais, nas relações humanas e nos princípios de preservação. Criando deste modo um “hólon” propício à preservação da vida, para as sociedades atuais e futuras.

 

È fato que atravessamos período histórico, cujas crises globais ameaçam o equilíbrio da biosfera, conseqüentemente da vida humana, alguns deles podendo ser irreversíveis. Prova disto, os processos de intensa desertificação em espaços semi-áridos do nordeste brasileiro, especialmente o bioma caatinga. Com efeito, se faz urgente que ações sejam sistematizadas, com base na ecologia humana e no desenvolvimento socioambiental sustentável, a partir das relações entre sertanejos e sertanejas, na garantia de suas etnoidentidades e em suas inter-relações dos “etno” nas “oikos” (MARQUES).

 


Autor: Elis Rejane Santana da Silva
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Existe 1 comentário para esta publicação
terça-feira, 23/3/2010 por Maria
Ecologia Humana.
Ótima Matéria! Parabéns Elis Regane.
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