Desculpe-me. Eu sei que não é maneira de começar um
texto, mas não me ocorre nada de muito diferente daquilo que estou escrevendo.
Depois, bem... tenho um segredo para desvendar e que vai fazer inveja aos meus
amigos que estão lendo esta breve biografia da Zeta Jones. Sabem que mais... eu
já estive com ela duas vezes e já falei dela muitas outras.
Querem saber mais uma? Eu estava com o atual marido
dela, Michael Douglas, quando eles
se conheceram. Sabem o que ele me perguntou? “Ela é uma mulher muito bonita,
não acha?”. Eu confirmei com um aceno de cabeça, sem suspeitar o que viria a
acontecer nessa noite de fim de verão em Deauville, uma das mais bonitas praias
do norte da França. Deauville tem um simpático festival de cinema americano.
Parti para França com entrevistas marcadas com Antonio Banderas e Zeta Jones no
lançamento europeu de a Máscara do Zorro. Já que estava lá, consegui também uma
entrevista com Michael Douglas, a propósito do filme Um Crime Perfeito. Ele,
sempre bom conversador, enquanto o camera-man preparava o material para dez
minutos de entrevistas, foi querendo saber coisas do Brasil, acabando por
perguntar se eu tinha ido à França apenas para aquele encontro. Disse-lhe,
simpaticamente, que ele era motivo para uma viagem à França, mas que, por
acaso, iria fazer mais uma entrevista com uma jovem praticamente desconhecida.
Catherine Zeta Jones. Foi aí que ele sorriu e disse: “Já a vi. Ela é uma mulher
muito bonita, não acha? Ainda não a conheço mas acho que vamos estar esta noite
juntos numa festa aqui em Deauville. Dito e feito, o cinquentão charmoso e bom
conversador foi à festa confirmar a beleza e, nessa mesma noite, (a esta parte
eu não assisti, mas Zeta Jones referiu-a à “Vanity Fair”) ele caiu matando.
“Gostaria de ser o pai dos seus filhos”. A gracinha deste senhor que tinha
idade para ser pai dela ficou no ar e, nove meses depois, o namoro já era
oficial. Daí ao casamento foi pouco tempo, uma gravidez pré-nupcial e dois
milhões de dólares gastos numa festa de conto de fadas no famoso Hotel Plaza de Nova York.
Sem surpresas, foi o casamento mais divulgado do ano
com todo tipo de fofocas e pormenores publicáveis: “Era algo que já estávamos
esperando. Todo mundo andou tentando saber alguma coisa muitos meses antes e eu
fui me apercebendo da expectativa que estava sendo criada. Devo confessar que
em dado momento comecei a ficar em pânico com tanta confusão em redor do meu
casamento. O mesmo ocorreu com o interesse que tinham em fotografar o meu
filho. Isso tudo me deixou confusa. Optamos por tirar as fotos e entregar a uma
revista escolhida e, depois, acabar com estas perseguições. É claro que não
posso mandar as pessoas afastarem-se na rua, mas acredite que não é fácil viver
debaixo de tanta pressão. Acho incrível o que ouvi sobre o valor que pagavam
por fotos do nosso filho...
Depois de termos entregue essas fotos que autorizei
tirar, tudo abrandou e a cotação de fotos baixou...”
Da festa de casamento ficaram os guardanapos, feitos para a ocasião e bordados com o nome dos noivos e, para os convidados, as colheres do amor. Uma tradição galesa que Catherine quis manter na sua festa de Nova York. Nenhum convidado teve que disfarçar para meter a colher no bolso, elas foram oferecidas e feitas para a ocasião.
Inesquecível será também o contrato celebrado pelos
noivos. Conhecida que é a atração fatal
que Michael Douglas tem por mulheres (fala-se até em desintoxicação de sexo
numa clínica especializada), a jovem noiva tomou suas cautelas. Há poucos
pormenores, mas ele terá assinado um contrato de fidelidade que o obriga a
entregar milhões, se a lua-de-mel acabar nos anos mais próximos. A paixão dela
é tal que se propôs mudar as práticas religiosas do judaísmo só para agradar
aos familiares do marido: penso seriamente em converter-me ao ritual judeu. O Michael
e a família são tão orgulhosos das raízes judaicas que eu penso mesmo em adotar
essa religião.
Zeta, nome de barco - Catherine Zeta Jones nasceu em 25
de setembro de 1969, época em que Michael Douglas já contava 25 anos e tentava
a sua sorte de ator em Nova York, dividindo o quarto com Danny de Vito. Como sempre acontece nos grandes romances, ela
nascia no outro lado do mundo em Gales, na pequena cidade de Swansea onde também nasceu o poeta e
dramaturgo Dylan Thomas. Ao contrário do que seus casos de beleza rara parecem
denunciar, não há sangue latino ou hispânico a correr-lhe nas veias. É cem por
cento galesa, e faz questão disso. “Posso garantir que não tenho uma ponta de
sangue espanhol, italiano, português ou de qualquer outro país latino. Todos na
minha família têm o mesmo aspecto que eu: pele morena e olhos rasgados.
Realmente olhando para nós não se encontra qualquer traço típico inglês, mas as raízes são puras. Para espalhar mais as dúvidas vem o nome. Zeta não foi opção
artística, é mesmo nome de família. “É um nome grego. O meu bisavô, que era
capitão de um barco que se chamava Zeta, pôs esse nome em minha avó e depois
meu pai adotou Zeta como apelido”.
Este sorriso que
agora é sensual foi muito matreiro na infância e adolescência. Não ousei
perguntar mas ela terá dado algumas dores de cabeça lá em casa, se não
adivinhe-se: aos 4 anos, os pais levaram-na a uma audição para entrar numa
produção teatral. Conseguiu o papel, onde apenas fazia um pequeno número de
dança. Aos dez, já não faltava a qualquer produção da companhia de teatro da
cidade: “Realmente comecei muito pequena. Dylan Thomas é meu conterrâneo e
tínhamos um grupo de teatro que se chamava Dylan Thomas Theather Group. Eu
comecei a trabalhar com eles quando era ainda uma criança”.
A filha do pasteleiro de Swansea começava a aparecer.
Em casa apoiavam-na sempre, mas começavam a ficar preocupados: “Eles sempre
foram o meu maior suporte e ajuda. Cometeram-se erros, mas nem sempre se
consegue fazer aquilo com que se sonha. Mas eles estavam sempre lá”. Com apenas
12 anos, a rebelde Catherine já dizia que a interpretação seria a sua vida. Um
caça-talentos viu uma atuação do Dylan Thomas Theater Group e convenceu os pais
a deixá-la fazer uma turnê com o espetáculo Bugsi Malone. Depois foi o musical
Annie e a chegada a Londres para outros vôos e muito mais palcos. Tinha ela 15
anos e uns pais preocupados por deixarem a menina sozinha na capital: “Eu soube
que estavam à procura de uma jovem atriz para um grande teatro em Londres,
avancei e, mal cheguei ao West End, apaixonei-me de vez por esta profissão. Aos
quinze anos era uma verdadeira atriz com carteira profissional e tudo. Foi uma
etapa muito dura mas agora a esta distância recordo-a como uma época das mais
felizes da minha vida”.
Foram alguns anos correndo de palco em palco, mas já
com uma missão determinada: experimentar de tudo na carreira. Se sonhava alto,
não confirma agora que chegou ao topo: “Acredite... Nunca pensei que chegaria
aqui. Quando fui contratada para fazer 42 Street no West End, senti que tinha
tocado o céu com as mãos. Nunca pensei, na época, que me tornaria uma estrela
de cinema. Quanto muito, acreditei que não iria passar muitos anos pisando
aqueles palcos como dançarina. Oito espetáculos por semana durante dois anos é
uma experiência muito dura. Nessa altura, decidi que iria colocar os meus
sapatos de bailado de lado e me tornaria uma atriz. Não queria andar de musical
em musical, como acontece com os que escolhem o West End como carreira. Lutei
por isso e passei muitas horas em castings e audições para peças e séries de
TV. A primeira vez que entrei numa produção de cinema foi aos 18 anos. Depois
fiz uma ópera e, mais tarde, uma série de televisão. Hollywood surgiu muito
depois.
Desses anos de carreira londrina, ficaram várias séries
televisivas, um romance com um produtor que lhe prometera o cinema em Los
Angeles e muitas capas de revistas na Inglaterra. Mas a sorte do lado de lá do
mundo sorriu quando Spielberg fazia zapping numa tarde de sábado refestelado no
seu sofá. Passava a minissérie inglesa Titanic, Zeta Jones estava entre os
nomes do elenco e, sorte, Spielberg
passou pelo canal numa das cenas que em que ela enche a tela. De imediato,
ligou ao produtor de A máscara de Zorro dizendo que tinha encontrado a parceira
certa para Antônio Banderas. Acertou, e o resto já se sabe. Num só filme ela
conquistou a América e Michael Douglas. Já produz e fatura 10 milhões de
dólares por filme. A vida tem destas coincidências, diz ela: “eu trabalhei
duramente durante todos esses anos. Não é justo dizer apenas... ela é quem tem
sorte... e o que está para trás? A minha vida teve sempre muitos altos e
baixos, nunca foi um mar de rosas.
Quanto a Banderas, bem pode preparar a espada, porque
Zeta Jones já avisou que voltará à personagem que lhe trouxe a fama. Tem,
aliás, guardada em casa a espada que usou no filme e espera voltar a usá-la: “A
única coisa que peço aos argumentistas é que não me matem logo nas primeiras
cenas, para que o Antônio Banderas não tenha que andar o filme todo à procura
dos assassinos. Elena Montero foi, de fato, uma personagem muito especial para
mim. Mas para já quero cuidar do meu filho Dylan e fazer um filme por ano,
enquanto ele vai crescendo
Um dia gostaria de voltar ao palco. É como um primeiro amor. Por vezes penso que deveria fazer qualquer coisa na Brodway, uma vez que estive no West End em Londres.
Deixem que lhes diga: Ela é linda, charmosa e
simpática. Percebe-se porque é que a consideram a Sofia Loren inglesa. Não
admira que tenha feito uma capa especial da revista “People” em que é eleita a
primeira entre as cinquenta caras mais bonitas do mundo.
Quando encontrar o marido dela vou recordar-lhe a
história de Deauville