A pesquisa apontou que a posição das atletas no selim
da bicicleta como o principal motivo das alterações nervosas na região genital
das mulheres. Só que essa tese não é aceita pela maioria dos profissionais da
área médica. O professor de ginecologia endócrina e climatério da Escola
Paulista de Medicina, Mauro Abi Haidar, por exemplo, não concorda com os
resultados da pesquisa norte-americana. Na realidade, a sensibilidade em cada
parte da genitália varia muito entre as mulheres. Talvez, se a atleta sofresse
alguma lesão em determinado local, poderia perder a sensibilidade, acredita
Mauro.
A líder do ranking nacional de mountain bike, Roberta Stopa que treina todos os dias
da semana por várias horas seguidas, assegurou que o ciclismo é um fator
estimulante e não inibidor do sexo. Não atrapalha. O esporte faz com que a
atleta libere endorfina no corpo, o que dá uma sensação de prazer. É um
estimulante sexual, disse. Prova disso é que nenhuma das ciclistas que
respondeu o questionário da pesquisa do The Journal of Sexual Medicine reclamou
de alguma disfunção ou alegou insatisfação sexual.
Em 1997, uma pesquisa realizada em um clube de ciclismo de Boston, nos Estados Unidos, demonstrou que 4% dos homens tinham impotência sexual por praticar ciclismo. A explicação desse problema seria a longa permanência no selim da bicicleta, o que causa forte pressão sobre o períneo região do corpo situada entre o ânus e o osso púbico e danifica permanentemente a circulação sanguínea no pênis.
Coordenador da pesquisa, o professor de urologia e de
ginecologia na Escola de Medicina da Universidade de Boston, Irwin Goldstein, ressaltou, no entanto,
que apesar dos potenciais riscos, o ciclismo oferece imensos benefícios à saúde.
Aproximadamente 131 milhões de norte-americanos pedalam porque é um esporte
acessível, simples de aprender e que pode ser praticado indoor ou outdoor.
Exercícios físicos regulares desenvolvem a saúde cardiovascular do indivíduo e
reduzem a pressão sanguínea, afirmou Irwin.