É o maior rio do mundo e até então
Solimões, passa a chamar-se Amazonas a partir da cidade de Manaus, quando
recebe as águas do rio Negro, provocando o fenômeno conhecido como encontro das
águas ou seja águas barrentas e águas escuras resistindo se misturarem por
vários quilômetros.
Como maior bacia hidrográfica do planeta é
responsável por um quinto do volume total de água doce que deságua nos oceanos
e pela sobrevivência da Selva Amazônica onde existem milhões de espécies de
pássaros, peixes, insetos, grandes mamíferos, anfíbios, répteis, víboras e
inúmeras espécies de plantas, ainda sem classificação.
Na época seca, o ponto mais largo do rio
Amazonas é de onze quilômetros de largura, que se transformam em cinquenta
durante as chuvas, elevando as áreas submersas de cento e dez, para trezentos e
cinqüenta mil quilômetros quadrados.
Uma nova página dessas enchentes passou a
ser escrita a partir deste mês, quando o nível do rio Negro atingiu a marca dos
30 metros - ultrapassando os 29,69 registrados em 1953, até então o
recorde dos últimos 107 anos - alagando os pontos turísticos da cidade de
Manaus, desabrigando famílias, destruindo plantações dos ribeirinhos por todo
estado e como não poderia deixar de ser, também dos grandes plantadores de soja
e arroz, grandes devastadores da floresta, sem contar os ricos madeireiros e
fazendeiros que já não conseguem movimentar suas “mercadorias” para áreas
seguras.
Um dos cartões postais da cidade de Manaus,
a capital do estado do Amazonas, o calçadão da Ponta Negra, já virou piscina
natural, com o rio invadindo a calçada.
O cenário no centro e nos bairros que
beiram o rio Negro é de casas e ruas alagadas e até um shopping da cidade teve
um de seus acessos interditado pelas águas de um igarapé que passa ao lado.
Os governos estadual e municipal já estão
estudando planos emergenciais preocupados com as doenças que devem chegar com a
vazante, como malária e leptospirose. Dos 62 municípios do Amazonas, a enchente
atinge hoje quase a totalidade, com 10 deles praticamente submersos, todos com
estado de emergência decretado, com estimativas de prejuízos alcançando a cifra
dos 500 milhões de dólares.
Estamos
cansados de saber que essas reações da natureza em todo o mundo -
enchentes, tempestades, aumento e queda bruscas na temperatura - são apenas
pequenas reações da natureza, ocasionadas pelo desmatamento e níveis de
poluição impostos ao planeta, em nome do desenvolvimento.
As imagens decorrentes da ação devastadora
causada pela maior enchente do rio Amazonas de todos os tempos, vocês já devem
estar vendo em tempo real na internet, jornais impressos e televisivos.
As que estamos mostrando aqui são de um
rio, de uma floresta e de seus habitantes, que temos a obrigação de cuidar e
preservar até para garantir nossa própria sobrevivência. O rio Amazonas acaba
de dar o primeiro grande aviso. Quem tem ouvidos, ouça! Quem tem olhos, veja!.
Carmosa e Abreu (ele euclidense da gema),
residem em Manaus, de onde editam o blog www.amazoninterart.com
sobre arquitetura, decoração e paisagismo. Confira.