O fato é que se nada for feito para
reverter o quadro de emissões de gases de efeito estufa, o custo do aquecimento
global para a economia mundial hoje de US$ 125 bilhões por ano – maior que o
Produto Interno Bruto de 73% dos países do mundo – poderá aumentar para US$ 340
bilhões em 2030, sendo esta naturalmente, a razão maior para se buscar soluções
a médio prazo para amenizar o problema, sejam elas curiosas e estranhas no
primeiro momento, como a sugestão dos telhados “verdes” e agora dos “brancos”.
A segunda idéia tem mais chances porque
já ganhou a simpatia do “guru do clima” do governo Obama, o Secretário de
Energia Steven Chu, que empolgado, está sugerindo que pintemos o mundo de
branco.
Com base no estudo de Akbari, o Nobel
Steven acredita que ao refletirem os raios solares de volta para o espaço, os
telhados, calçamentos e estradas, pintados de branco, podem gerar uma economia
equivalente a tirar de circulação todos os carros do mundo por onze anos,
diminuindo também o uso do ar condicionado nas edificações, já que um telhado
branco de 100 m2 compensa cerca de 10 toneladas de gás carbônico, o equivalente
à emissão anual de uma típica casa residencial seja americana ou européia.
A solução terá um efeito ainda maior se
incluírmos nessa “caiação” geral os imóveis inteiros, como já se faz na costa
do Mediterrâneo há séculos.
Com base no estudo de Akbari, Steven
quer ainda que - a exemplo da Califórnia onde já existe uma lei que exige que
os prédios comerciais tenham o telhado branco - as comunidades, autoridades e
famílias usem mais materiais refletores em eventuais manutenções e reparos,
defendendo até mesmo grandes campos de culturas agrícolas que brilham à luz do
sol, como soja, cevada, trigo, etc.
Sem mencionar o quanto seria emitido de
CO2 para produzir e aplicar tinta branca em todas as edificações do mundo,
Akbari e Steven querem que os Estados Unidos passem das palavras às ações, para
que países grandes emissores de CO2 – como a China - sigam-lhe o exemplo.
Polêmicas e resultados práticos à
parte, a idéia é muito interessante para fortalecer o turismo da cidade onde
nasci, Salvador no estado da Bahia, Brasil, América do Sul, onde sob influência
de um forte misticismo, a maioria das pessoas se veste de branco à sextas
feiras e na segunda quinta feira de cada ano, acompanhando as baianas em trajes
típicos, um milhão de fiéis sobe a colina sagrada para lavar com água de
cheiro, as escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bomfim.