Não há dúvidas: 2001 foi um ano surpreendente.
E não foram apenas os ataques terroristas contra os Estados Unidos que abalaram as estruturas mundiais e colocaram em cheque a supremacia norte-americana. Na prática, eles só fizeram acentuar os sintomas ou as dores profundas das crises que pipocam por todo o mundo.
Ufa! Sobrevivemos.
E entramos em 2002 com algumas boas notícias.
No Oriente, a guerra no Afeganistão não foi tão longa quanto imaginávamos.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (FED) – banco central americano – atua com determinação derrubando as taxas de juro para evitar o colapso total do consumo e abre uma perspectiva de que a crise não ficará muito pior do que já está.
Na Europa, a chegada do euro – verdadeiro símbolo da integração política e econômica do velho continente – traz expectativas de novos rumos.
Na Argentina, Eduardo Duhalde pode não contar com o apoio total da maioria da população, mas as medidas tomadas pelo presidente nomeado se apresentam como os primeiros passos para uma tentativa de recolocar a economia daquele país nos eixos.
E o Brasil?
Depois de conseguir ultrapassar as instabilidades da economia mundial, o país até que não vai tão mal assim.
Sem nenhum otimismo exagerado – afinal temos grandes e graves problemas como o desemprego crescente, a miséria, o analfabetismo e a violência – é preciso observar que, mesmo em passos lentos, estamos avançando. Vencemos a inflação, a alta do dólar, as elevadas taxas reais de juro.
Mas, fazer previsões sobre o que 2002 nos reserva é, no mínimo, complicado.
É também bom lembrar que grande parte dos exercícios de futurologia realizados pelos economistas de plantão costuma ficar distante do realizado. Só para citar um exemplo: lembra qual a taxa de crescimento do PIB nacional prevista para 2001? Variava entre 4% e 5%. Pois bem, fechamos em 1,5%.
Além das dificuldades normais de se prever os rumos da economia, é preciso ter sempre em mente que este é um ano eleitoral onde tudo ou nada pode ocorrer.
Observe apenas esse dado: quem esperava que uma polarização entre um candidato do governo e o tradicional candidato de oposição, Lula, levaria, finalmente, o petista para o Planalto, já começa a duvidar. Roseana Sarney está entrando no páreo com mais poder de fogo que governo e oposição previam.
O jeito é esperar para ver o que essa terceira via trará de resultado no dia 6 de outubro e torcer para que o país não pare nos próximos 12 meses.
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