Penelope Cruz tornou-se, aos 26 anos, a atriz espanhola mais solicitada em Hollywood. Morena, de olhos castanhos, a sua beleza latina deslumbra os norte-americanos e, talvez por isso, tenha já contracenado com alguns dos atores mais famosos: Nicolas Cage, Johnny Depp e Tom Cruise. Ela é a mais recente vaidade da Espanha.Quem não se lembra da freira grávida e soropositiva do filme Tudo sobre minha mãe de Pedro Almodóvar? Já antes, Penélope tinha feito uma breve mais memorável aparição num outro filme do célebre produtor espanhol, Em carne viva. Curiosamente, também interpretava uma mulher grávida...
Mas, na vida real, esta beleza do signo de touro – curioso, não é? 100% Espanha – ainda não infligiu à sua delicada figura de 1,68m qualquer barriguinha proeminente. Aliás, cuidados consigo própria é o que Pe tem mais: não fuma, não bebe, não se droga e sai pouco... ou saía. O seu nome, Penélope, foi lhe dado pelos pais, devido a uma canção da sua preferência, de Joan Manuel Serrat.
Belle Epoque - A prendada morena estreou na sétima arte, aos 17 anos, em Jamon, Jamon, logo seguido de Belle Époque, filmes onde seus papéis não podiam ser mais antagônicos. No primeiro, encarnava a pobre filha desesperada de uma prostituta de aldeia e, no segundo, uma das quatro lascivas filhas de um homem muito rico, na Espanha, anterior a Franco. Estavámos em 1992 e, Belle Époque, de Fernando Trueba, arrebatou nove prêmios Goya (o equivalente espanhol do Oscar americano) e ainda um Oscar para o melhor filme estrangeiro. Foi este sucesso que deu à sensual e doce Pe reconhecimento internacional.
Nascida em Madrid, em 28 de abril de 1974, Penelópe é filha de um agente comercial e de uma cabeleireira e tem dois irmãos: Mônica e Eduardo. Passou anos estudando balé e jazz e, aos 14 anos, decidiu trabalhar como modelo publicitária. Foi nessa época que o realizador Bigas Luna lhe ofereceu o papel de protagonista para o filme As Idades de Lulu, mas foi justamente a idade dela que a impediu de interpretar um papel tão caliente.
A outra proposta - Três anos mais tarde, o mesmo Bigas volta a fazer-lhe uma proposta cinematográfica, desta vez para integrar o elenco de Jamon, Jamon, como atriz principal. E ela responde que sim, porque já pode.
A verdade é que ainda roda um videoclip para o grupo musical Mecano, La Fuerza del Destino, vivendo algum tempo em Nova York, muito apaixonada por Nacho Cano.
Depois de participar em vários filmes espanhóis, como La Celestina e Alegre ma non Tropo, Pe tem um papel no filme Abre los Ojos, que concorre ao Sundance Film Festival, em 1997, ano em que dá um ar da sua graça no Em Carne Viva, de Almodóvar. Um ano depois, tem o seu primeiro papel num filme falado em inglês, The Hi-Lo Country, de Sthepen Frears.
Após uma comédia romântica, Twice Upon a Yesterday, regressa à Espanha em 1999, para colaborar uma vez mais com Almodóvar em Tudo sobre a Minha Mãe, filme aclamado pelos críticos e que foi o primeiro a ser apresentado em Cannes, nesse ano. Quem lá esteve, recorda certamente com humor a chegada do irreverente produtor e da sua equipe de atores, todos com os mesmos óculos escuros.
Habituada a cerimônias de prêmios, Penelope surpreendeu a platéia do Oscar desse ano. Se eles ainda não sabiam quem era aquela mulher – aos saltos e impaciente por anunciar o melhor filme estrangeiro, gritando um valente “Pedro” que comoveu os espanhóis – iriam certamente perguntar e informar-se sobre ela. A América estava rendida.
Seguidora de filosofias orientais nas horas vagas, Penelope é muito ativa em causas sociais. A verdade é que doou todos os seus lucros de The Hi-Lo Country à obra de caridade de Madre Teresa.
Fez ainda Woman on Top, All the Pretty Horses, contracenando com Matt Damon – Pe tornou-se vegetariana após este filme e, segundo aqueles que já o provaram, faz os melhores hambúrgueres naturais do mundo – e Captain Corelli’s mandolin, onde contracena com o sobrinho de Francis Ford Coppola.
Em All the Pretty Horses, ela desempenha o papel da filha de um rancheiro mexicano, e em Captain Corelli’s Mandolin ela é Pelagia, uma moça grega, dividida entre um opositor e um oficial do exército da Itália ocupada, na Segunda Guerra Mundial. Adaptado da obra de Louis de Bernières, foi um papel irrecusável. E dessas filmagens, Pe queixa-se da mistura surreal das cabras e dos paparazzi. É que a atriz espanhola já anda saturada da perseguição fotográfica destes últimos. E quando eles perturbam os seus irmãos ou os pais, fotografando-os, ou a casa onde vivem, Pe tem verdadeiros acessos de fúria.
Mais exposta - Por muita privacidade que Cruz deseje, a verdade é que, ao mudar-se para os Estados Unidos da América, tornou-se automaticamente mais exposta. Então, se não é dinheiro, o que é que a faz correr o risco? “O trabalho, estar sentada a ensaiar o meu texto, como se tivesse 18 anos de novo e estivesse a aprender coisas novas. É isso que me faz feliz”.
Felicidade acrescida ao contracenar com Johnny Deep em Blow, um épico sobre a cocaína, realizado por Ted Demme e baseado na vida do barão da droga George Jung. Para interpretar o papel da esposa deste honesto senhor, Pe visitou a verdadeira mulher na cadeia e ficou impressionada com o sofrimento de ambos na vida real. O seu empenho e determinação em interpretar este papel com perfeição levou-a a falar com várias pessoas drogadas, guardando alguns dos utensílios como recordações do filme.
A nova modelo de Ralph Lauren – empresta o seu rosto para as campanhas publicitárias – conheceu Tom Cruise no filme Vanila Sky, de Cameron Crowe. Para ela, o sucesso profissional veio em boa hora: “Eu acho que agora é o momento certo. Pensei que algo me acontecesse quando tinha 19 e 20 anos, mas o meu inglês não era muito bom naquela altura. Agora está muito melhor e pratico todos os dias com um professor particular.”
Saber usar uma língua estrangeira é uma espécie de dom para qualquer ator. Ao falar um idioma que não é o seu, Pe sente-se mais afastada de si e mais encarnada na personagem. Solta-se mais e não é autocrítica. E de filme em filme, vai contracenando com os gringos mais belos e famosos. Depois de Matt Damon e Nicolas Cage, Penelope conheceu uma outra estrela, no filme Vanila Sky, o pós – Nicole Kidman/Tom Cruise.
Agarradinhos - Primeiro foi mais um boato, mas a recente confirmação do romance já os leva a aparecerem juntos e muito agarradinhos em cerimônias oficiais. Para Cruise, deve ser gratificante já poder pôr o braço em cima dos ombros da namorada.
Contudo, se o coração da bela espanhola palpita mesmo pelo norte-americano mais bem pago de Hollywood, quem não está nada satisfeita com a love story é a família Cruz. Os pais da diva Penelope aceitam mal a ligação da sua filha com o ator há pouco divorciado. Mas Tom faz tudo para lhes agradar, tendo até se inscrito num curso para aprender a língua espanhola! Isto não tranquilizou o pai de Penelope, e a sua mãe explica: “O meu marido está aborrecido com a taxa de divórcios em Hollywood. Ele reza para que a nossa filha mude de idéia e encontre um marido na Espanha”.
O recente divórcio de Tom não ajudou. É que a história da sua primeira separação oficial ainda está na memória de muitos. Ele casou com Nicole Kidman, apenas três meses depois do seu divórcio com Mimi Rogers, em 1990. Daí que o pai de Penelope não o imagina o genro ideal, não vendo quaisquer benefícios desta relação para a filha.
Toda esta trapalhada amorosa afetou a ordem natural das coisas, com a confusão estabelecida no célebre museu de cera, em Londres. A madame Tussaud queria inaugurar, em setembro passado, uma exposição com a estátua do ator e da mulher que, entretanto, já não é. O divórcio de Cruise e Kidman, anunciado em 8 de agosto, tornou impossível a inauguração da dupla de cera. A difícil solução para o problema só foi encontrada graças à oficialização da ligação entre Tom e Penelope. E os seus bonecos já foram destapados, para deleite dos muitos turistas. Os fãs de Nicole já sabem que a prioridade do mundo apenas é dada à dama que partilha a vida da grande estrela... Cruise e Cruz, um destino em comum, quiçá...
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Não fuma, não bebe, não se droga e sai pouco... ou saía. O seu nome, Penelope, foi lhe dado pelos pais, devido a uma canção da sua preferência de Joan Manuel Serrat.
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