Caro leitor, você se lembra de Elcio Álvares?
O ex-governador, ex-senador e ex-ministro foi o político capixaba que mais ganhou projeção nacional.
Hoje, abalado por uma série de denuncias de envolvimento com o crime organizado, Elcio caiu no ostracismo político. Leva uma vida modesta, voltada para a família e com os poucos amigos que restaram depois de tantas acusações.
E o que é pior de todo este episódio: nenhum fato que denegrisse sua conduta de político ou advogado foi comprovado.
Ao relembrar este fato, Vida Brasil não quer defender juridicamente o ex-ministro da Defesa do governo Fernando Henrique Cardoso. Apenas levantar uma questão que há anos vem atraindo para o Espírito Santo o pior do noticiário da imprensa regional e nacional.
Quase que diariamente observamos listas com dezenas de nomes sendo divulgadas. São políticos, empresários e profissionais liberais acusados de envolvimentos com o tão renomado e, na prática, pouco desvendado "crime organizado".
Apoiados por investigações ainda em andamento no Ministério Público e nas Polícias Federal e Civil, jornalistas mais "afoitos" não se impõem o menor limite. Abrem grandes manchetes para publicar as tais listas colocando a todos sobre a execração pública.
Simples, não é?
A idéia emitida pelo comportamento destes "profissionais" parece querer mostrar que o melhor comportamento a ser imposto no momento é simplesmente acusar.
Deixa-se para a posteridade o legado de julgar, condenar ou absolver, aqueles que já estão notoriamente condenados pela opinião pública.
Será este o comportamento ético que se espera da imprensa, do Ministério Público e das Polícias?
No afã de buscar "culpados" porque é preciso comprovar que os recursos públicos investidos para "acabar com o crime organizado no Espírito Santo" não estão sendo desperdiçados e querer mostrar resultados a qualquer custo, parece que, no mínimo, está havendo uma transgressão entre os limites da ética e da responsabilidade destes "profissionais".
É baseado nestes princípios que Vida Brasil se reserva o direito de aclamar a todos que participam ativamente deste processo em curso no Estado para que repensem urgentemente seus comportamentos.
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