A Coca-Cola tem larga vantagem nas vendas sobre a rival Pepsi. Ainda assim, as duas marcas tem indo a perder terreno nos EUA
Retocar a imagem para tentar travar a quebra nas vendas faz parte da estratégia da Coca-Cola para o ano de 2003. De fato, a bebida mais vendida do mundo registrou em 2001 uma descida de dois por cento no mercado americano, deixando de lucrar 500 milhões de euros. Em 2002, a tendência não se inverteu e a empresa viu-se forçada a tomar medidas de revitalização. “É claro que esta nova imagem pretende fazer benefícios as vendas e uniformizar a nível mundial a força da marca”, diz um executivo da Coca-Cola na Europa. A partir de agora, as latas e garrafas tem um novo ‘design’: uma onda dinâmica, com uma série de faixas interligadas e um filamento amarelo brilhante.
A eterna rival do mundo dos refrigerantes, a Pepsi, encontra-se em pior situação. As vendas estão por baixo e o estômago dos consumidores prefere as bebidas do grupo Coca-Cola (ver box). Ainda assim, os prejuízos tem-se acumulado para as duas empresas americanas. No seu conjunto, e de acordo com o estudo da publicação especializada Beverage Digest, a descida das vendas dos refrigerantes causou perdas de receita na ordem dos 30 mil milhões de euros, isto só nos Estados Unidos.
O boicote às marcas americanas no Médio Oriente contribuiu para agravar ainda mais a situação. Para recuperar o dinheiro perdido, a solução passa por investir em publicidade. As vedetes do cinema, música e desporto assinaram com as empresas contratos milionários para emprestarem a sua boca à bebida gasosa.
A Pepsi substituiu recentemente nas suas garrafas a cara da cantora Britney Spears pela da atriz Beyonce Knowles. Esta campanha só deve, porém, ser posta em prática nos EUA. A nível internacional, a mais valia da Pepsi centra-se na imagem da cantora colombiana Shakira, cujos discos são vendidos em todo o mundo.
Da mesma forma, a Coca-Cola partiu para a luta das personalidades famosas e entrou no ringue com o antigo pugilista Muhammed Ali, além de Ter contratado as atrizes Penelope Cruz, Courtney Cox Arquette e ator David Arquette. Se em 2003 os gastos em publicidade forem semelhantes aos dos anos anteriores, a Coca-Cola deverá gastar pelo menos 155 milhões de euros, ao passo que a Pepsi desembolsará 103 milhões.
As colas são, no entanto, apenas uma gota no oceano dos negócios das companhias. O grupo Coca-Cola tem, além da cola tradicional, bebidas como a Fanta, Sprite e as águas Bonakua e Dasani. Por outro lado, a Pepsi é dona, entre outras, da 7UP e Guaraná Antártica, além de ter entrado no negócio dos ‘snacks’, comercializando os fritos Lays. Inventadas no sécuo XIX, as duas marcas travam uma guerra com mais de um século. Novos sabores, imagem e publicidade são as armas utilizadas
Reebok aposta em careca barrigudo
A personagem da série de televisão Os Simpsons é a cara da nova linha de artigos da marca desportiva Reebok
É gordo, farta-se de comer e de beber, além de passar horas a fio no sofá a ver televisão. O seu nome é Homer Simpson, um dos protagonistas da série de televisão animada Os Simpsons e, por estranho que pareça, é a nova cara da marca desportiva Reebok. O que será que os responsáveis da empresa viram num boneco com um físico pouco invejável para desenvolverem à volta de Homer uma campanha de publicidade milionária? O fato de ser uma celebridade do pequeno ecrã ajuda, mas esse não é o ingrediente principal para aumentar as vendas. Líder no comércio de artigos de desporto, a empresa faturou em 2000 cerca de 2,9 mil milhões de euros. Segundo a Reebok, o pai de Bart Simpson personifica o estilo de vida do público alo da nova linha de artigos: pessoas que gostam de levar uma vida relaxada e calma. Durante o mês de fevereiro, a personagem criada por Matt Groening vestirá os novos equipamentos da marca inglesa, numa altura em que a série de televisão atingiu os 300º episódio nos Estados Unidos. Para comprovar fica o fato de perceber se o problema de obesidade de Homer ajudará a Reebok a engordar ainda mais os seus cofres.
|